A tradução como política linguística na colonização da Amazônia brasileira
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Letras Raras |
Texto Completo: | https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/1530 |
Resumo: | DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v7i2.1126 A diversidade linguística das futuras colônias portuguesas na América do Sul era notável. Segundo especialistas, havia mais de 1.200 línguas indígenas presentes no território do que seria o Brasil no momento do desembarque dos portugueses. Dessas, mais de metade (cerca de 700) seriam faladas na Amazônia, línguas pertencentes a diversas famílias linguísticas não aparentadas. A grande quantidade de línguas diferentes constituía um pesado obstáculo para a conversão dos povos nativos e também para a ocupação e colonização concreta do território pela Coroa portuguesa, também interessada na escravização da força de trabalho indígena. O impasse se resolveu com a adoção de uma língua – o tupinambá – falada num trecho da costa do Pará, próximo à foz do rio Amazonas, a qual se tornou o que veio a se designar como língua geral. O mesmo processo ocorreu na parte sul da América portuguesa, onde emergiu outra língua geral. Durante o período colonial, portanto, houve duas línguas gerais: a língua geral amazônica e a língua geral paulista. Antes que essas línguas gerais se estabelecessem, a tradução e a interpretação tiveram um papel crucial na conquista dos amplos territórios, onde a língua portuguesa era usada apenas por uma pequena minoria, essencialmente europeus e seus descendentes, situação que permaneceu até as primeiras décadas do século XIX. |
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