Análise das práticas no processo parturitivo contextualizadas como violência obstétrica.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/8182 |
Resumo: | A sociedade passa por um caótico processo na perpetração da violência que atinge as várias camadas sociais e acarreta consequências físicas e psicológicas à suas vítimas. Dentre suas várias formas, destaca-se a violência presente na atenção obstétrica, tema de grande relevância na literatura e revela uma complexa problemática de saúde presente no interior das maternidades. Desta forma, objetivou-se a partir dos relatos das puérperas entrevistadas, identificar as práticas no processo parturitivo contextualizadas como violência obstétrica. O presente estudo se classifica como uma pesquisa de campo de caráter exploratório com abordagem qualiquantitativa desenvolvida em uma maternidade referência em alto risco localizada no sertão paraibano. A amostra é composta por um total de 16 puérperas de parto vaginal que se adequaram aos critérios de inclusão e se disponibilizaram a participar da pesquisa. É necessário que a assistência prestada à mulher em trabalho de parto, parto e pós-parto seja pautada na humanização, acolhendo, tranquilizando e instruindo a parturiente a participar ativamente desse processo. Constatou-se que 81% das puérperas relataram ter permanecido em posição confortável durante o parto, apenas 2 (13%) referiram recebido indicação para permanecer deitada, práticas como rotura artificial da bolsa e a administração de ocitocina artificial para acelerar o trabalho de parto foram constatadas em 25% das puérperas, já a realização de episiotomia sem o consentimento das parturientes apresenta taxa de ocorrência de 31%. Identificou-se que a realização de procedimentos sem o consentimento da parturiente ou explicação da sua necessidade teve maior incidência (67%) nas que se autodeclararam negras. Assim, o estudo revelou que ainda há grande fragilidade no conhecimento das puérperas acerca da assistência ao parto humanizado, distante de intervenções e que resgate a fisiologia do parto, primando sempre pela autonomia. Assim, conclui-se que a assistência prestada a parturiente ainda que implemente algumas práticas humanizadas na assistência ao parto, esta ainda apresenta algumas falhas que são despercebidas pela mulher devido falta de conhecimento acerca de seus direitos, bem como das práticas caracterizadas como violência obstétrica. Para mudar essa realidade é necessário romper com o modelo biomédico que ainda perdura, fator esse a ser trabalhado desde o processo formativo dos profissionais, valorizando a humanização da assistência, trabalhando o desenvolvimento da empatia, do cuidado holístico e do respeito para com a vida. |
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Análise das práticas no processo parturitivo contextualizadas como violência obstétrica.Analysis of practices in the parturition process contextualized as obstetric violence.Violência obstétricaViolência contra a mulherSaúde da mulherObstetric ViolenceViolence Against WomenWomen's HealthEnfermagem.A sociedade passa por um caótico processo na perpetração da violência que atinge as várias camadas sociais e acarreta consequências físicas e psicológicas à suas vítimas. Dentre suas várias formas, destaca-se a violência presente na atenção obstétrica, tema de grande relevância na literatura e revela uma complexa problemática de saúde presente no interior das maternidades. Desta forma, objetivou-se a partir dos relatos das puérperas entrevistadas, identificar as práticas no processo parturitivo contextualizadas como violência obstétrica. O presente estudo se classifica como uma pesquisa de campo de caráter exploratório com abordagem qualiquantitativa desenvolvida em uma maternidade referência em alto risco localizada no sertão paraibano. A amostra é composta por um total de 16 puérperas de parto vaginal que se adequaram aos critérios de inclusão e se disponibilizaram a participar da pesquisa. É necessário que a assistência prestada à mulher em trabalho de parto, parto e pós-parto seja pautada na humanização, acolhendo, tranquilizando e instruindo a parturiente a participar ativamente desse processo. Constatou-se que 81% das puérperas relataram ter permanecido em posição confortável durante o parto, apenas 2 (13%) referiram recebido indicação para permanecer deitada, práticas como rotura artificial da bolsa e a administração de ocitocina artificial para acelerar o trabalho de parto foram constatadas em 25% das puérperas, já a realização de episiotomia sem o consentimento das parturientes apresenta taxa de ocorrência de 31%. Identificou-se que a realização de procedimentos sem o consentimento da parturiente ou explicação da sua necessidade teve maior incidência (67%) nas que se autodeclararam negras. Assim, o estudo revelou que ainda há grande fragilidade no conhecimento das puérperas acerca da assistência ao parto humanizado, distante de intervenções e que resgate a fisiologia do parto, primando sempre pela autonomia. Assim, conclui-se que a assistência prestada a parturiente ainda que implemente algumas práticas humanizadas na assistência ao parto, esta ainda apresenta algumas falhas que são despercebidas pela mulher devido falta de conhecimento acerca de seus direitos, bem como das práticas caracterizadas como violência obstétrica. Para mudar essa realidade é necessário romper com o modelo biomédico que ainda perdura, fator esse a ser trabalhado desde o processo formativo dos profissionais, valorizando a humanização da assistência, trabalhando o desenvolvimento da empatia, do cuidado holístico e do respeito para com a vida.Society goes through a chaotic process in the perpetration of violence that affects the various social strata and brings physical and psychological consequences to its victims. Among its various forms, violence in obstetric care is highlighted, a subject of great relevance in the literature and reveals a complex health problem within the maternity hospitals. In this way, it was objectified from the reports of the puerperas interviewed, to identify the practices in the parturitive process contextualized as obstetric violence. The present study is classified as an exploratory field research with a qualitative approach developed in a reference maternity in high risk located in the backlands of Paraíba. The sample consisted of a total of 16 puerperal vaginal deliveries that met the inclusion criteria and were available to participate in the study. It is necessary that the assistance provided to women in labor, delivery and postpartum should be based on humanization, welcoming, reassuring and instructing the parturient to participate actively in this process. It was found that 81% of the puerperae reported having remained in a comfortable position during delivery, only 2 (13%) reported receiving an indication to remain lying down, practices such as artificial rupture of the pouch and administration of artificial oxytocin to accelerate labor were found in 25% of postpartum women, and episiotomy without parturient consent has a 31% occurrence rate. It was identified that the performance of procedures without the consent of the parturient or explanation of their need had a higher incidence (67%) in those who declared themselves black. Thus, the study revealed that there is still great fragility in the knowledge of puerperae about the assistance to humanized childbirth, distant from interventions and that rescue the physiology of childbirth, always emphasizing autonomy. Thus, it is concluded that parturient assistance, even though it implements some humanized practices in childbirth care, still presents some flaws that are unnoticed by women due to lack of knowledge about their rights, as well as practices characterized as obstetric violence. In order to change this reality, it is necessary to break with the biomedical model that still exists, a factor that has to be worked out from the professional training process, valuing the humanization of care, working on the development of empathy, holistic care and respect for life.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Formação de Professores - CFPUFCGNASCIMENTO, Aissa Romina Silva do.NASCIMENTO, A. R. S.http://lattes.cnpq.br/0848329182172810MEDEIROS, Nívea Mabel de.MEDEIROS, N. 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