Conhecimento e uso sobre plantas medicinais de alunos do ensino médio de uma escola pública no município de Jaçanã - RN.

• Autor(a) principal: SILVA, Erica Regina Oliveira da.
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/30966
• topic: Plantas medicinais; Ensino de botânica; Conhecimento popular; Prática pedagógica; Medicinal plants; Botany teaching; Popular knowledge; Pedagogical practice; Plantas medicinales; Enseñanza de la botánica; Conocimiento popular; Práctica pedagógica; Botânica

O Brasil apresenta uma vasta biodiversidade, cujas plantas são utilizadas para diversas finalidades, inclusive para cura e tratamento de enfermidades. Entretanto, estudos etnobotânicos realizados com Plantas medicinais ocorrem, principalmente, em comunidades, sendo ainda incipientes no âmbito escolar, o que torna necessário o desenvolvimento de práticas pedagógicas nas escolas com a finalidade de contribuir na preservação da cultura e na conservação dos recursos da flora medicinal. Objetivou-se com este estudo investigar os conhecimentos prévios acerca do uso de plantas medicinais de uma turma de 28 alunos do 3º ano do ensino médio da E.E.E.F.M. Estadual Professora Terezinha Carolino de Souza, localizada no município de Jaçanã-RN, bem como desenvolver estratégias pedagógicas que possam contribuir no processo ensinoaprendizagem de botânica. Trata-se de um estudo transversal, quali-quantitativo, onde foram realizadas ações pedagógicas no período de abril a maio de 2023, através do uso de diferentes recursos didáticos (aplicação de um questionário, aula teórica, confecção de cartazes e mostra de plantas medicinais). Verificou-se que a maioria dos alunos fazem uso de plantas medicinais quando acometidos por alguma doença, cuja justificativa do uso se dá por considerarem que as PM não fazem mal à saúde, e por terem adquirido o hábito, e influência principal para o uso foi a família. Dentre as PM que os alunos mais costumam utilizar, foram citadas doze espécies, sendo o boldo (Plectranthus barbatus Andrews), Capim santo (Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf.), camomila (Matricaria chamomilla L.) e a erva-doce (Foeniculum vulgare Mill.) as espécies mais citadas foram. Foram citados 14 diferentes usos medicinais, sendo as folhas as partes mais utilizadas no preparo dos medicamentos, sob a forma de chás, para combater, principalmente, doenças do sistema gastrointestinal. Os alunos, de um modo geral, possuem pouco conhecimento sobre diferenças entre plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos, embora façam uso das PM como recurso terapêutico, cujo conhecimento foi advindo da transmissão familiar. Entretanto, o fato de justificarem o uso por considerar que este recurso “por ser natural não faz mal” é equivocado, e demonstra o desconhecimento dos possíveis riscos de toxicidade que as plantas oferecem. Na realização das demais atividades (aula expositiva, produção de cartazes e exposição) ocorreu um envolvimento dos alunos, os quais participaram das discussões, tiraram dúvidas, trouxeram curiosidades, demonstrando interesse com o tema, além de possibilitar um momento de socialização. Neste aspecto, atividades pedagógicas contextualizadas, com o intuito de fornecer informações para o uso seguro das plantas é fundamental que sejam desenvolvidas, especialmente na escola. Portanto, demonstrou-se o quanto o desenvolvimento de práticas pedagógicas voltadas para o conhecimento etnobotânico, através do uso de metodologia ativas, estimulou o protagonismo dos alunos, o diálogo e a valorização das vivências dos mesmos, resultando em uma aprendizagem significativa.