Das lições que a ordem não ensinou: denunciações de feitiçaria na capitania de Pernambuco (1593-1595).
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34261 |
Resumo: | Nas paragens brasílicas coloniais, enquanto missionários católicos esforçavam-se em prol dos ensinamentos de sua doutrina, dividiam espaço com aprendizados e práticas ditas feiticeiras. Estas práticas representam, portanto, o destoante, o perturbador, as dúvidas diante dos dogmas pregados. Esta comunicação visa estudar três casos reprovados pelo órgão diretor da religiosidade católica, a Inquisição: Ana Jacome, Lianor Martins e Brisida Lopes refletem o desafio à ordem, o questionamento às regras. Mais que isso, permite analisarmos como se encontram, vêem e dialogam, em um mesmo espaço, diversas manifestações de fé e de adoração. Ora, quem poderá dizer que estas adeptas de feitiçaria não serviam a seus próprios delatores seus mais sombrios préstimos? Inclusive, não seria extraordinária a ocorrência de tais eventos que integravam o cotidiano colonial tão intensamente a ponto de perpassarem aos dias hodiernos, colocando-se, então, como uma anti-tradição, que se afasta do ideal religioso católico, aproximando-se de superstições, de simpatias, de sortilégios, também presentes entre as atividades até dos mais aplicados seguidores da ordem. Os assim chamados feiticeiros apresentam outra face do aprendizado colonial, uma educação paralela, desviante, demoníaca, segundo os discursos dos depoentes. Para tal estudo, utilizamos como fonte delações feitas quando da Primeira Visitação do Santo Ofício ao território brasílico, especialmente a Pernambuco (1593 a 1595), às quais tivemos acesso a partir de transcrições publicadas em 1984 com o apoio do governo pernambucano, editadas por Leonardo Dantas Silva e supervisionadas por José Antonio Gonsalves de Mello. É válido salientar que as fontes partem do lugar de fala do colonizador, daquele que se esforçava para manter a ordem, refletindo olhares sobre o real, cabendo às análises históricas a investigação perspicaz e consciente de que não resgatará o evento, mas lançará sobre o mesmo olhares, representações. Refletimos assim, a partir da Micro-História, sobre a edificação do imaginário em torno da feitiçaria, de como se associaram a ela o medo, a transgressão e o pecado. |
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Das lições que a ordem não ensinou: denunciações de feitiçaria na capitania de Pernambuco (1593-1595).Of the lessons that the order did not teach: accusations of witchcraft in the captaincy of Pernambuco (1593-1595).Capitania de PernambucoFeitiçaria - Capitania de PernambucoDenunciações de feitiçaria - Capitania de PernambucoBrasil colonial - feitiçariaInquisição católica - Brasil colonialIgreja católica e práticas ditas feitiçarias - Brasil colôniaFeiticeirosBruxas - Brasil colôniaMicro-HistóriaImaginário e feitiçariaAna Jacome - inquisição - feitiçariaLianor Martins - inquisição - feitiçariaBrisida Lopes - Inquisição - feitiçariaBruxariaSanto Ofício da InquisiçãoInquisição e feitiçaria - Brasil colonialTribunais da inquisição - feitiçariaCaptaincy of PernambucoWitchcraft - Captaincy of PernambucoReports of witchcraft - Captaincy of PernambucoColonial Brazil - witchcraftCatholic Inquisition - Colonial BrazilCatholic church and so-called witchcraft practices - colonial BrazilWizardsWitches - Brazil colonyMicro-HistoryImaginary and witchcraftAna Jacome - inquisition - witchcraftLianor Martins - inquisition - sorceryBrisida Lopes - Inquisition - witchcraftWitchcraftHoly Office of the InquisitionInquisition and sorcery - Colonial BrazilCourts of the Inquisition - WitchcraftReligião.História.Nas paragens brasílicas coloniais, enquanto missionários católicos esforçavam-se em prol dos ensinamentos de sua doutrina, dividiam espaço com aprendizados e práticas ditas feiticeiras. Estas práticas representam, portanto, o destoante, o perturbador, as dúvidas diante dos dogmas pregados. Esta comunicação visa estudar três casos reprovados pelo órgão diretor da religiosidade católica, a Inquisição: Ana Jacome, Lianor Martins e Brisida Lopes refletem o desafio à ordem, o questionamento às regras. Mais que isso, permite analisarmos como se encontram, vêem e dialogam, em um mesmo espaço, diversas manifestações de fé e de adoração. Ora, quem poderá dizer que estas adeptas de feitiçaria não serviam a seus próprios delatores seus mais sombrios préstimos? Inclusive, não seria extraordinária a ocorrência de tais eventos que integravam o cotidiano colonial tão intensamente a ponto de perpassarem aos dias hodiernos, colocando-se, então, como uma anti-tradição, que se afasta do ideal religioso católico, aproximando-se de superstições, de simpatias, de sortilégios, também presentes entre as atividades até dos mais aplicados seguidores da ordem. Os assim chamados feiticeiros apresentam outra face do aprendizado colonial, uma educação paralela, desviante, demoníaca, segundo os discursos dos depoentes. Para tal estudo, utilizamos como fonte delações feitas quando da Primeira Visitação do Santo Ofício ao território brasílico, especialmente a Pernambuco (1593 a 1595), às quais tivemos acesso a partir de transcrições publicadas em 1984 com o apoio do governo pernambucano, editadas por Leonardo Dantas Silva e supervisionadas por José Antonio Gonsalves de Mello. É válido salientar que as fontes partem do lugar de fala do colonizador, daquele que se esforçava para manter a ordem, refletindo olhares sobre o real, cabendo às análises históricas a investigação perspicaz e consciente de que não resgatará o evento, mas lançará sobre o mesmo olhares, representações. Refletimos assim, a partir da Micro-História, sobre a edificação do imaginário em torno da feitiçaria, de como se associaram a ela o medo, a transgressão e o pecado.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilUFCG20102024-02-01T20:46:04Z2024-02-012024-02-01T20:46:04Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34261FREIRE, Gláucia de Souza. Das lições que a ordem não ensinou: denunciações de feitiçaria na capitania de Pernambuco (1593-1595). In: II Colóquio Internacional de História: fontes históricas, ensino e história da educação. GT 14: Religião e educação no Brasil.. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 2º, 2010. Anais [...]. Campina Grande - PB, 2010. p. 1985-1998. ISSN: 2179 2010. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34261porFREIRE, Gláucia de Souza.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2024-02-01T20:46:30Zoai:localhost:riufcg/34261Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512024-02-01T20:46:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false |
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