Das "feitiçarias" que os padres se valem: circularidades culturais entre indígenas Tarairiú e missionários na Paraíba setecentista.
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2520 |
Resumo: | Mais precisamente pelas décadas de 1730 e 1740, em Boa Vista, aldeamento indígena (Xukuru e Kanindé) localizado no litoral da capitania da Paraíba, carmelitas descalços usaram do vinho da acácia jurema, que desencadeava êxtase religioso, em um ritual que deviam combater. Como pensar as sensibilidades e estudar estas experiências de êxtase através de documentos político-administrativos? Essas ressignificações simbólicas transgrediam os preceitos do projeto colonial e contrapunham o que estava previsto nas Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia (1707). Como a análise dos textos teresianos auxilia essa reflexão? Sentimentos transgressores estavam ligados, neste evento, a práticas de agenciamento e burla, onde um contato interétnico, também inserido em uma perspectiva mística, provocou códigos que revelam movimentos de hibridismo. Esses juremeiros passam a ser encarados como feiticeiros pelos representantes da Igreja Católica, devido à manutenção das práticas ritualísticas que seriam revisitadas ao longo do período colonial, estendendo-se até depois dele, de modo a transgredir a ordem colonizadora. Estes elementos envolveram também os missionários carmelitas responsáveis pelo aldeamento. Partindo de uma análise baseada na Micro-História e no paradigma indiciário, mantendo um diálogo com a Antropologia, refletimos acerca dos contatos interétnicos ocorridos, assim como os elementos místico-religiosos que aproximaram indivíduos Tarairiú e carmelitas em transgressão ao ideal catequético colonial. |
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Das "feitiçarias" que os padres se valem: circularidades culturais entre indígenas Tarairiú e missionários na Paraíba setecentista.Of the "witchcraft" that priests use: cultural circularities between Tarairiú natives and missionaries in the eighteenth-century Paraíba.História ColonialJuremaCarmelitasCircularidade CulturalPadres e FeitiçariasVinho da Acácia JuremaÊxtase ReligiosoPlantas AlucinógenasAldeamento Indígena Xucuru e KanindéCapitania da ParaíbaRituais ReligiososReligiosidadeHibridismo ReligiosoCatolicismo e JuremaIgreja Católica e JuremeirosTransgressões de CatólicosMissionários Carmelitas e AldeamentoParadigma IndiciárioMicro-HistóriaHistória.Ciência das Religiões.Fathers and WizardsAcacia jurema wineReligious ecstasyMais precisamente pelas décadas de 1730 e 1740, em Boa Vista, aldeamento indígena (Xukuru e Kanindé) localizado no litoral da capitania da Paraíba, carmelitas descalços usaram do vinho da acácia jurema, que desencadeava êxtase religioso, em um ritual que deviam combater. Como pensar as sensibilidades e estudar estas experiências de êxtase através de documentos político-administrativos? Essas ressignificações simbólicas transgrediam os preceitos do projeto colonial e contrapunham o que estava previsto nas Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia (1707). Como a análise dos textos teresianos auxilia essa reflexão? Sentimentos transgressores estavam ligados, neste evento, a práticas de agenciamento e burla, onde um contato interétnico, também inserido em uma perspectiva mística, provocou códigos que revelam movimentos de hibridismo. Esses juremeiros passam a ser encarados como feiticeiros pelos representantes da Igreja Católica, devido à manutenção das práticas ritualísticas que seriam revisitadas ao longo do período colonial, estendendo-se até depois dele, de modo a transgredir a ordem colonizadora. Estes elementos envolveram também os missionários carmelitas responsáveis pelo aldeamento. Partindo de uma análise baseada na Micro-História e no paradigma indiciário, mantendo um diálogo com a Antropologia, refletimos acerca dos contatos interétnicos ocorridos, assim como os elementos místico-religiosos que aproximaram indivíduos Tarairiú e carmelitas em transgressão ao ideal catequético colonial.More precisely the decades of 1730 and 1740, in Boa Vista, indigenous settlement (Xukuru and Kanindé) located on the coast of the Captaincy of Paraiba, Discalced Carmelites used wine Acacia jurema, which triggered religious ecstasy, in a ritual that should fight. How to think and study these sensitivities ecstatic experiences through political and administrative documents? These symbolic significations transgressed the precepts of the colonial project and contrasted what was provided in the Constitutions of the First Archbishop of Bahia (1707). As the analysis of texts teresianos assists this reflection? Feelings offenders were linked, in this event, the agency practices and fraud, where a interethnic contact, also entered into a mystical perspective, provoked codes that reveal movements of hybridity. These juremeiros become regarded as sorcerers by representatives of the Catholic Church, due to the maintenance of ritual practices that would be revisited throughout the colonial period, extending up after him, so as to transgress the colonial order. These elements also involved the Carmelite missionaries responsible for the village. Starting from an analysis based on Micro-History and the evidential paradigm, maintaining a dialogue with anthropology, reflect about the interethnic contacts occurred, as well as the mystical-religious elements that came Tarairiú individuals and in violation of the Carmelite ideal catechetical colonial.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Humanidades - CHPÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIAUFCGAPOLINÁRIO, Juciene Ricarte.APOLINÁRIO,J.R.http://lattes.cnpq.br/6938937338148950SANTOS, João Marcos Leitão.POMPA, Maria Cristina.AGUIAR, José Otávio.RANGEL, Mércia Rejane.FREIRE, Gláucia de Souza.20132019-01-16T09:44:10Z2019-01-162019-01-16T09:44:10Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2520FREIRE, Gláucia de Souza. Das "feitiçarias" que os padres se valem: circularidades culturais entre indígenas Tarairiú e missionários na Paraíba setecentista. 159f. 2013. 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