Jazigo perpétuo ou observações muito vivas acerca da morte.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: GAUDENCIO, Edmundo de Oliveira.
Data de Publicação: 1986
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/3633
Resumo: Este trabalho originou-se de uma série de questões ocorridas ao Autor quando ainda de sua formação médica. Tornaram-se mais agudas à medica em que, às especulações de ordem médica, somaram-se questionamentos econômico-sociais acerca da morte. Verificou-se que a morte não pode ser encarada puramente a partir de aspectos biomédicos.Tampouco esconde-se no discurso social, de modo completo, como querem os homens. Descobriu-se que o discurso médico escamoteia a morte, quer através da tecnificação daquele mesmo discurso, quer através da associação com outros discursos, notadamente o do Direito. Detectou-se que o discurso médico, em sua imposição frente à sociedade, há que ser respaldado pelo discurso de outras Ciências, verbi gratia, o discurso jurídico. A importância do estudo da morte decorreu do fato de que a morte, em nosso entender, faz parte da vida, mesmo em sua aparente intangibilidade. A morte insere-se na vida como fato concreto e marcante. A discussão em torno da temática morte e, via de regra, pouco fomentada por conta de que a morte não se deixa revelar a partir de métodos de estudos, por um lado e por outro, é alijada do quotidiano dos homens. Observou-se que o método Materialista Histórico presta-se para o estudo da morte somente até o ponto em que, na morte, faça-se presente a noção de trabalho. Sendo a morte a ausência total de trabalhe, no tocante ao morto e no que diz respeito à própria Morte, torna-se aquele método imprestável ao estudo de tal temática perante às arguições que a morte provoca. Acreditou-se que o mesmo ocorre com os outros possíveis métodos. Aventou-se a possibilidade de que as especulações suscitadas pela morte, de cunho espiritual, poderiam ser respondidos, apenas, pela religião ou pelo existencialismo. A religião, baseando-se na noção de vida eterna, escamoteia o fato morrer, tirando-lhe a importância de ser discutido em vida, na vida e dentro da vida, pois a morte é um continuum da vida. 0 existencialismo, ao colocar a morte, a vida para a morte e o vir a morrer no âmago de suas especulações filosóficas prestar-se-ia, enquanto proposta, melhor como o prisma através do qual a morte, em toda a sua grandeza, poderia ser observada.
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A importância do estudo da morte decorreu do fato de que a morte, em nosso entender, faz parte da vida, mesmo em sua aparente intangibilidade. A morte insere-se na vida como fato concreto e marcante. A discussão em torno da temática morte e, via de regra, pouco fomentada por conta de que a morte não se deixa revelar a partir de métodos de estudos, por um lado e por outro, é alijada do quotidiano dos homens. Observou-se que o método Materialista Histórico presta-se para o estudo da morte somente até o ponto em que, na morte, faça-se presente a noção de trabalho. Sendo a morte a ausência total de trabalhe, no tocante ao morto e no que diz respeito à própria Morte, torna-se aquele método imprestável ao estudo de tal temática perante às arguições que a morte provoca. Acreditou-se que o mesmo ocorre com os outros possíveis métodos. Aventou-se a possibilidade de que as especulações suscitadas pela morte, de cunho espiritual, poderiam ser respondidos, apenas, pela religião ou pelo existencialismo. A religião, baseando-se na noção de vida eterna, escamoteia o fato morrer, tirando-lhe a importância de ser discutido em vida, na vida e dentro da vida, pois a morte é um continuum da vida. 0 existencialismo, ao colocar a morte, a vida para a morte e o vir a morrer no âmago de suas especulações filosóficas prestar-se-ia, enquanto proposta, melhor como o prisma através do qual a morte, em toda a sua grandeza, poderia ser observada.This work originated from a series of issues that occurred to the Author while still of his medical background. They became more acute to the medical in which, to the speculations of medical order, were added social-economic questions about the death. It has been found that death can not be viewed purely from biomedical aspects. Nor is it hidden in the social discourse, completely, as men want. It was discovered that medical discourse conceals death, either through the technification of that same discourse or through association with other discourses, notably that of law. It was found that the medical discourse, in its imposition before society, must be backed by the discourse of other Sciences, verbi gratia, the legal discourse. The importance of the study of death stems from the fact that death, in our view, is part of life, even in its apparent intangibility. Death enters into life as a concrete and striking fact. The discussion around the theme of death and, as a rule, little encouraged by the fact that death is not revealed by methods of study, on the one hand and on the other hand, is discarded from the daily lives of men. It was observed that the Historical Materialist method lends itself to the study of death only to the point where, at death, the notion of work is present. Since death is the total absence of work, in regard to the dead and in regard to Death itself, becomes that method useless to the study of such subject before the arguments that death causes. It was believed that the same occurs with the other possible methods. The possibility was raised that speculations raised by spiritual death could be answered only by religion or existentialism. Religion, based on the notion of eternal life, escapes the fact of dying, depriving it of the importance of being discussed in life, in life and in life, for death is a continuum of life. Existentialism, by putting death, life to death, and dying at the heart of its philosophical speculations, would, as a proposal, be better rendered as the prism through which death, in all its greatness, could be observed.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Humanidades - CHPÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAISUFCGLIMA, Rômulo de Araújo.LIMA, R. A.http://lattes.cnpq.br/0221744504021482GAUDENCIO, Edmundo de Oliveira.1986-102019-04-30T16:27:50Z2019-04-302019-04-30T16:27:50Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/3633GAUDENCIO, Edmundo de Oliveira. Jazigo perpétuo ou observações muito vivas acerca da morte. 1986. 191f. (Dissertação de Mestrado em Sociologia Rural), Curso de Mestrado em Sociologia Rural, Centro de Humanidades, Universidade Federal da Paraíba - Campina Grande - PB - Campus II - Brasil, 1986. 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