Perfil e percepção dos detentos da Penitenciária Regional do Sertão da Paraíba acerca da tuberculose.

• Autor(a) principal: SANTANA, Ana Cláudia Moreira.
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/8498
• topic: Enfermagem.; Tuberculose; Penitenciária; Detentos; Tuberculosis; Penitentiary; Detainees

A tuberculose é uma doença infecciosa que representa um grave problema de saúde pública global principalmente em grupos confinados. Estudos realizados desde 1994 mostram que a sua incidência e prevalência é maior entre as pessoas privadas de liberdade do que na população em geral, em virtude dos presídios comporem um ambiente hiperendêmico, relacionado à presença de fatores de risco como: celas superpopulosas; mal ventiladas; com pouca iluminação solar; exposição freqüente ao Mycobacterium Tuberculosis em ambiente confinado e dificuldade de acesso aos serviços de saúde na prisão. Dessa forma, a realização desta pesquisa é de fundamental importância para que o conhecimento sobre essa temática possa viabilizar o planejamento e a implementação de ações e estratégias que possibilitem o seu controle. O objetivo desse trabalho é identificar a incidência de tuberculose e o perfil dos detentos da penitenciária regional do sertão da Paraíba. Trata-se de um estudo de campo do tipo exploratório-descritivo, com uma abordagem quantiqualitativa, que foi realizado com detentos de uma penitenciária regional do sertão da Paraíba, para tanto foi utilizado um questionário semi-estruturado, compreendendo os dados sociodemográficos, epidemiológicos, juríco- penais e percepção dos detentos sobre a tuberculose, sendo aplicado no mês de agosto de 2014. O exame laboratorial, baciloscopia de escarro, foi realizado nos detentos que foram identificados como sintomáticos respiratórios, a partir das entrevistas. Em seguida os dados quantitativos foram codificados e organizados com auxílio do Microsoft Excel 2010 sendo apresentados na forma de gráficos e tabelas enquanto que para os dados qualitativos foi utilizada a análise de conteúdo, posteriormente esses dados foram discutidos a luz da literatura. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade Santa Maria, sob Parecer de nº 748.797. A amostra contou com 148 detentos da unidade prisional e os resultados obtidos mostraram que a população em sua maioria era constituída por homens jovens, na faixa etária de 30 a 34 anos (30%), a cor parda predominou com 64% dos detentos, o estado civil solteiro foi a categoria mais representada com 48% dos participantes, a maioria tinha o ensino fundamental incompleto (67%) e eram naturais do estado da Paraíba (84%). Verificou-se uma predominância de apenados sentenciados (72%), condenados no Art. 33 (tráfico de entorpecentes) (24%), cumprindo pena de 8 a 15 anos (27%) e encarcerados a no máximo 1 ano (55%).Em relação a epidemiologia e a percepção sobre a tuberculose, observa-se em maior freqüência detentos que não apresentam tosse (54%), febre (84%), perda de peso (79%), que não tiveram tuberculose anterior (95%) e que “enxergam” a tuberculose como uma doença curável, transmissível e com tosse. Dos que relataram tosse, a predominância era de tosse existente por mais de três semanas (43%) e com expectoração (69%). E quanto à realização da baciloscopia todos os resultados foram negativos. Os dados obtidos possibilitaram entender que o controle da doença nas prisões é possível através de uma atenção integral á saúde do preso, promovendo o rastreamento ativo da tuberculose com a realização de campanhas de busca ativa no momento do ingresso do detento no sistema penitenciário e uma busca ativa periódica de toda a população prisional.