Trabalho com projetos na perspectiva da Educação Matemática Crítica: experiências de formação continuada com professores de escolas do campo.

• Autor(a) principal: LIMA, Aldinete Silvino de.
• Data de Publicação: 2022
• Outros Autores: LIMA, Iranete Maria da Silva.
• Tipo de documento: Capítulo de livro
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35925
• topic: Educação Matemática Crítica; Escolas do campo; Educação do Campo; Formação continuada - professores - escolas do campo; Trabalho com projetos; Projetos - formação continuada; Ensino de Matemática - escolas do campo; Critical Mathematics Education; Country schools; Countryside Education; Continuing training - teachers - rural schools; Working with projects; Projects - continued training; Teaching Mathematics - rural schools; Educação.

O trabalho com projetos é uma das possibilidades que o professor da escola do campo dispõe para relacionar conteúdos matemáticos com os modos de vida e as culturas dos estudantes camponeses. Esta possibilidade se torna mais relevante se tomarmos como ponto de partida as preocupações e os conceitos inerentes à Educação Matemática Critica (EMC), por permitirem a proposição e a vivência de atividades matemáticas que envolvem a investigação e o diálogo sobre temas de interesse social. A ideia de ensinar por meio de projetos foi difundida no século XVIII nas escolas de Arquitetura e Engenharia da Europa e, posteriormente, nos Estados Unidos. De acordo com Biotto Filho (2008), as ideias de John Dewey e William Heard Kilpatrick contribuiram para a implementação de trabalho com projetos na área de Educação no inicio do século XX. A partir das últimas décadas deste século, o trabalho com projetos vem sendo incentivado no Brasil, a exemplo do que se vê nas recomendações dos Parâmetros Curriculares Nacionais — PCN (BRASIL, 1997, 1998) e em outros documentos mais recentes. No entanto, as características dos projetos, bem como das vivências nas salas de aula, modificam-se de acordo com os contextos pedagógicos, geográficos, socioculturais e políticos, entre outros. Entendemos que o trabalho com projetos nas escolas do campo, para além de contribuir com os processos de ensino e aprendizagem, pode favorecer a emancipação dos camponeses e camponesas no enfrentamento das situações de exploração e de injustiça social. Porém, a elaboração de projetos com essas finalidades requer conhecimentos específicos que muitas vezes não foram contemplados nos processos formativos dos professores. Considerando essa necessidade, em 2019 realizamos ações de formação continuada em dois municípios do Sertão de Pernambuco, buscando relacionar o Ensino de Matemática e os princípios da Educação do Campo (CALDART, 2012; 2019). As ações foram realizadas no quadro do Projeto de Extensão Educação do Campo e suas Interfaces, vinculado ao Núcleo de Pesquisa, Extensão e Formação em Educação do Campo (NUPEFEC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). As duas ações que apresentamos neste capítulo foram motivadas pelas experiências vivenciadas nos minicursos realizados por Lima, Cuvides e Lima (2017) e Lima e Lima (2017), em eventos científicos de Educação Matemática. Iniciamos com uma breve reflexão sobre a Educação do Campo e a formação continuada de professores e professoras do campo e, após, sobre o trabalho com projetos na perspectiva da EMC. Em seguida, apresentamos o percurso formativo e as experiências, a partir das produções de dois grupos de professores.