Das danças sacras e profanas no Brasil colonial: transformações, identidades e apropriação.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: MARQUES, Jéssica Viana.
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: BRITO NETO, João Balduíno de., TAVARES, Mikaela Dantas., APOLINÁRIO, Juciene Ricarte.
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35073
Resumo: Datam de tempos imemoriáveis a capacidade de comunicar-se pela linguagem corporal (des)obediente; as danças, pois, são símbolos culturais, identitários e, ademais, representações de poder. Diante disso, as festas durante o período colonial do Brasil são caracterizadas, especificamente, por sacras e profanas, que mobilizavam tanto a sociedade nobre quanto as grandes massas, aproximando-as a uma linha tênue e neutralizando suas bases hierárquicas por meio do abstracionismo do movimento corporal. Portanto, este trabalho tem por finalidade precípua analisar o contexto de hierarquia social a partir das danças na idade colonial brasileira, sendo caracterizadas por uma espécie de equidade em evidência, no que tange a expressividade dos corpos de nativos e de sujeitos vindos e trazidos ao Brasil; e ainda mais assinalar a construção das identidades dos povos a partir dessas danças, levando em consideração a recepção destas e, por conseguinte, com as apropriações – em especial, pelos colonos. Para a efetivação deste artigo, foi realizada uma pesquisa de natureza exploratória em vista de como tratar a dança em sua singularidade, bem como a busca de maneiras de traduzi-la a uma linguagem verbal e reflexiva; por meio, então, de um levantamento bibliográfico em livros e artigos, tendo, também, a plataforma online como importante fonte para embasamento e a busca de curiosidades sobre a temática em questão. O presente artigo é um trabalho embrionário, consequentemente, os resultados que obtemos ainda são escassos e serão melhor desenvolvidos ao decorrer de pesquisas futuras. Desse modo, podemos retomar e acentuar a segregação de classes que era, à vista disso, simbolicamente extinta, tendo em vista que as danças profanas não eram censuradas pelos colonos; além disso, a apropriação cultural de indígenas, assim como a de africanos, era utilizada para a realização de coreografias em praça pública, por exemplo. Portanto, fica clara a construção dessa equidade, dadas as proporções da época, sendo a dança a protagonista desses acontecimentos. Destarte, a pesquisa constatou que nesse ínterim, com a participação da Igreja junto ao Estado, se adquiriu a importância de relacionar as danças profanas ao sagrado para obtenção de controle social, a normatização dos corpos e fomentar a hierarquia colonial; visando a manifestação da identidade nas danças e vice-versa, que perduraram, de fato, como tradições em tempos hodiernos.
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