Em nome da segurança nacional e do combate à subversão: censura política e música de protesto no Regime Militar do Brasil (1969-1974).

• Autor(a) principal: SOUZA, Amilton Justo de.
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/36933
• topic: Regime militar do Brasil - 1969-1974; Ditadura militar brasileira - 1969-1974; Censura política; Música de protesto; Segurança Nacional do Brasil - regime militar 1969-1974; Anticomunismo - regime militar - 1969-1974; Brazilian military regime - 1969-1974; Brazilian military dictatorship - 1969-1974; Political censorship; Protest music; Brazil's national security - military regime 1969-1974; Anti-communism - military regime - 1969-1974; História.

Apesar do subtítulo deste trabalho, vamos nos centrar mais na primeira parte do título, sobre a implantação da Doutrina de Segurança Nacional no Brasil e seu anticomunismo. Segundo Nilson Borges (2003), mesmo que se associe no Brasil a entrada dos militares no processo político só com o golpe de 1964, a história vem demonstrando que as Forças Armadas brasileiras apresentam-se como verdadeiros atores políticos nos momentos de crise institucional da história republicana do país. Só que esse papel dos militares como “atores políticos” deve ser visto como parte de um processo mais amplo de disputa e imposição dos interesses de determinados grupos sociais, onde as ações dos militares contribuíram para a vitória de um grupo ou outro, como na substituição da oligarquia agrária pela nascente burguesia industrial no Brasil com o movimento de 1930.2 Sobre o papel das Forças Armadas na política brasileira deve-se levar em conta duas fases, de acordo com Borges (2003, p. 16): uma anterior a 1964, marcada por uma função chamada arbitral-tutelar, quando os militares intervinham na política, restabeleciam a ordem institucional, passavam a condução do Estado aos civis e retornavam aos quartéis; e outra posterior ao golpe de 1964, marcada pela função dos militares como atores políticos dirigentes e sob a égide da Doutrina de Segurança Nacional, assumindo o papel de condutores dos negócios do Estado como verdadeiros atores políticos. Mas representando e impondo os interesses das classes dominantes do Brasil em geral e, principalmente, da burguesia nacional, em comunhão com a burguesia internacional.