"Uma terrível moléstia que vem tomando proporções assustadoras" : uma história cultural do câncer na Paraíba (1908-1950).

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: BATISTA, Beatriz Dos Santos.
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/27715
Resumo: Essa dissertação tem por objetivo analisar os discursos jornalísticos em circulação na Paraíba acerca do câncer nas primeiras décadas do século XX. São notícias que falam sobre o crescimento vertiginoso de casos em homens e mulheres, geralmente acima dos quarenta anos de idade. Os periódicos trataram de divulgar informações sobre o controle do câncer que deveria ter como base a prevenção, efetuada a partir da educação sanitária além de investimentos realizados por parte dos governos estaduais que deveram se esforçar na criação de postos de diagnósticos. Delimitei como objetivos específicos, entender a história dessa enfermidade na Paraíba a partir das formas discursivas que os jornais apresentavam a doença a sociedade, mostrando-lhes os sentidos e significados da doença, problematizar o saber médico contribuído e posto em circulação na geografia paraibana sobre a doença, que ainda era pouco conhecida, e em geral, mortal. Esse saber médico, possivelmente, gestou discursos capazes de orientar a população a leitura acerca das formas de prevenção; e, por fim, discutir a atuação do médico Napoleão Laureano, que dedicou sua atuação profissional e política no tratamento de pessoas na época chamadas de “cancerosas”. Trata-se de uma doença que em sua ordem discursiva apresentava-se com a alcunha de tumor ou cancro. Ao realizar busca pela palavra câncer nos jornais em circulação a época, a exemplo d’A União e d’O Norte, pouco pode ser encontrado, crescendo consideravelmente quando o identificador migrava para metáforas que fazia referência “aquela doença”, ou aos “tumores”. Assim, já informo que o câncer era uma enfermidade discutida dentre os médicos na Paraíba, dispondo sobre ela um forte investimento que culminou na circulação de saberes sobre uma doença que ganhava atenção e preocupação dos médicos na Paraíba. Assim, nos apoiamos no conceito de biopolítica de Michel Foucault (2009) compreendido como uma forma de poder responsável por defender a vida e afastar a doença, regulando as populações para torná- las saudáveis para discutir o tema em tela. Nesse caso, a biopolítica pode ser verificada na forma de tratamento da doença como uma possibilidade de defesa da vida através da busca da cura para os males do corpo, também usamos o conceito de Doença como Metáfora de Susan Sontag. Metodologicamente, problematizamos através da análise do discurso aos moldes de Michel Foucault (2014) as notícias dos jornais em circulação na Paraíba, em especial, A União, O Norte e Revista de Medicina. Conclui-se que desde os primeiros anos do vigésimo século houve um investimento na circulação de informações sobre uma doença que ganhava atenção e preocupação dos médicos na Paraíba.
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spelling "Uma terrível moléstia que vem tomando proporções assustadoras" : uma história cultural do câncer na Paraíba (1908-1950)."A terrible disease that has taken on frightening proportions" : a cultural history of cancer in Paraíba (1908-1950).CâncerJornaisNapoleão LaureanoCancerNapoleon LaureanNewspapersHistóriaEssa dissertação tem por objetivo analisar os discursos jornalísticos em circulação na Paraíba acerca do câncer nas primeiras décadas do século XX. São notícias que falam sobre o crescimento vertiginoso de casos em homens e mulheres, geralmente acima dos quarenta anos de idade. Os periódicos trataram de divulgar informações sobre o controle do câncer que deveria ter como base a prevenção, efetuada a partir da educação sanitária além de investimentos realizados por parte dos governos estaduais que deveram se esforçar na criação de postos de diagnósticos. Delimitei como objetivos específicos, entender a história dessa enfermidade na Paraíba a partir das formas discursivas que os jornais apresentavam a doença a sociedade, mostrando-lhes os sentidos e significados da doença, problematizar o saber médico contribuído e posto em circulação na geografia paraibana sobre a doença, que ainda era pouco conhecida, e em geral, mortal. Esse saber médico, possivelmente, gestou discursos capazes de orientar a população a leitura acerca das formas de prevenção; e, por fim, discutir a atuação do médico Napoleão Laureano, que dedicou sua atuação profissional e política no tratamento de pessoas na época chamadas de “cancerosas”. Trata-se de uma doença que em sua ordem discursiva apresentava-se com a alcunha de tumor ou cancro. Ao realizar busca pela palavra câncer nos jornais em circulação a época, a exemplo d’A União e d’O Norte, pouco pode ser encontrado, crescendo consideravelmente quando o identificador migrava para metáforas que fazia referência “aquela doença”, ou aos “tumores”. Assim, já informo que o câncer era uma enfermidade discutida dentre os médicos na Paraíba, dispondo sobre ela um forte investimento que culminou na circulação de saberes sobre uma doença que ganhava atenção e preocupação dos médicos na Paraíba. Assim, nos apoiamos no conceito de biopolítica de Michel Foucault (2009) compreendido como uma forma de poder responsável por defender a vida e afastar a doença, regulando as populações para torná- las saudáveis para discutir o tema em tela. Nesse caso, a biopolítica pode ser verificada na forma de tratamento da doença como uma possibilidade de defesa da vida através da busca da cura para os males do corpo, também usamos o conceito de Doença como Metáfora de Susan Sontag. Metodologicamente, problematizamos através da análise do discurso aos moldes de Michel Foucault (2014) as notícias dos jornais em circulação na Paraíba, em especial, A União, O Norte e Revista de Medicina. Conclui-se que desde os primeiros anos do vigésimo século houve um investimento na circulação de informações sobre uma doença que ganhava atenção e preocupação dos médicos na Paraíba.This dissertation aims to analyze the journalistic discourses in circulation in Paraíba about cancer in the first decades of the twentieth century. These are news that talk about the vertiginous growth of cases in men and women, generally over forty years of age. The periodicals tried to disseminate information about cancer control, which should be based on prevention, carried out based on health education in addition to investments made by state governments that had to make an effort to create diagnostic posts. I delimited as specific objectives, to understand the history of this disease in Paraíba from the discursive ways that the journals presented the disease to society, showing them the meanings and meanings of the disease, to problematize the medical knowledge contributed and put into circulation in the geography of Paraíba on the disease, which was still little known, and in general, deadly. This medical knowledge, possibly, generated speeches capable of guiding the population to read about the forms of prevention; and, finally, to discuss the performance of the doctor Napoleão Laureano, who dedicated his professional and political activities to the treatment of people at the time called “cancerous”. It is a disease that in its discursive order was presented with the nickname of tumor or cancer. When searching for the word cancer in the journals in circulation at the time, as in A União and d'O Norte, little could be found, growing considerably when the identifier migrated to metaphors that referred to “that disease”, or to “tumors ”. Thus, I already inform you that cancer was a disease discussed among doctors in Paraíba, providing a strong investment in it that culminated in the circulation of knowledge about a disease that gained attention and concern of doctors in Paraíba. Thus, we rely on Michel Foucault's (2009) concept of biopolitics, understood as a form of power responsible for defending life and warding off disease, regulating populations to make them healthy to discuss the topic at hand. In this case, biopolitics may be verified in the way of treating the disease as a possibility of defending life through the search for a cure for the ills of the body, we also use the concept of Disease as a Metaphor by Susan Sontag. Methodologically, we problematize through the analysis of the discourse along the lines of Michel Foucault (2014), the news from newspapers in circulation in Paraíba, in special, A União, O Norte and Revista de Medicina. It is concluded that since the early years of the twentieth century there was an investment in the circulation of information about a disease that gained attention and concern from doctors in Paraíba.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Humanidades - CHPÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIAUFCGSOARES JÚNIOR, Azemar dos Santos.SOARES JÚNIOR, A. S.DOS SANTOS SOARES JÚNIOR, AZEMAR.http://lattes.cnpq.br/5548182860228173MARIANO, Serioja Rodrigues Cordeiro.MARIANO, S. R. C.MARIANO, SERIOJA.http://lattes.cnpq.br/1684275258516891MENESES, Joedna Reis de.MENESES, J. R.MENESES, JOEDNA REIS DE.http://lattes.cnpq.br/9425453622434049ARAGAO, Patricia Cristina de.ARAGAO, PATRÍCIA.http://lattes.cnpq.br/6734404565435352OLIVEIRA, Iranilson Buriti de.OLIVEIRA, I. B.DE OLIVEIRA, IRANILSON BURITI.http://lattes.cnpq.br/6085569185105786BATISTA, Beatriz Dos Santos.2022-09-012022-11-03T12:29:33Z2022-11-032022-11-03T12:29:33Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/27715BATISTA, Beatriz dos Santos. "Uma terrível moléstia que vem tomando proporções assustadoras": uma história cultural do câncer na Paraíba (1908-1950). 2022. 137 fl. Dissertação (Mestrado em História), Programa de Pós-Graduação em História, Centro de Humanidades, Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba, Brasil, 2022. 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