Conceição: a mulher e autoria feminina em O Quinze de Rachel de Queiroz.

• Autor(a) principal: SILVA, Michele Alves da.
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/31033
• topic: Análise literária; Rachel de Queiróz; Conceição – romance literário; Literary analysis; Rachel de Queiroz; Conception – novel literary; Licenciatura em Letras – Língua Portuguesa.

No decorrer de 1930, a literatura brasileira é marcada pelo surgimento de um debate social bastante característico em romances de contexto regional e é nesse período que Rachel de Queiroz faz sua estreia com o romance O quinze. A obra, que é identificada inicialmente pela tentativa de se manter fiel à linguagem e aos costumes da região cearense, surpreende diversos críticos por revelar uma escrita de autoria feminina. Desse modo, no ímpeto desejo de contribuir para o crescimento da pesquisa de obras literárias femininas e tendo em vista os grandes desafios enfrentados pela mulher ao longo do século XX, como o acesso à educação, ao ensino superior e ao direito de votar e ser votada, o presente trabalho tem como objetivo principal compreender como ocorre a evolução social da mulher, bem como o papel por ela representado através do trajeto da personagem Conceição. Objetivamos analisar como se dá a construção da heroína do romance O quinze, que embora esteja inserida em uma sociedade com bases patriarcais, se apresenta como uma mulher em escala de emancipação. Para tanto, adotamos uma metodologia de origem bibliográfica e natureza qualitativa. A nossa pesquisa encontra-se fundamentada nas discussões de Bosi (2006), Coutinho (2004), Castello (2004), Pinto (2003), Woolf (2019), Duarte (2017), Medeiros (2010), entre outros pesquisadores que foram fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho. Constatamos, portanto, que o envolvimento de Conceição desde cedo com os livros moldaram a sua identidade, o que a fez iniciar rompimentos com certos paradigmas da época. Isto representa relativa independência para a personagem, no texto, bem como permite a narrativa alcançar, por sua vez, avanços para o que se defende em autoria por conquista de uma autonomia para as mulheres, escritoras, incumbidas também de discutir os problemas sociais comuns do seu e de outros tempos.