Era uma vez: um estudo comparativo entre a Bela Adormecida, de Perrault e a adaptação Adormecida: cem anos para sempre, de Mastroberti.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SOUZA, Ilonita Patricia Sena de.
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/10035
Resumo: As narrativas são parte da história humana, assim como o recontar, o adaptar. Entendemos que as linguagens narrativas, a exemplo dos contos de fadas e dos quadrinhos, partilham de uma estrutura comum, apresentada em formas diferentes; em uma temos a predominância do texto escrito e, na outra, da imagem, respectivamente. Nosso interesse nas narrativas maravilhosas pautase, sobretudo, por entender que são histórias que reúnem sentimentos e questionamentos humanos universais, além de aspectos culturais e sociais, uma vez que nascem de mitos de origem oral, com influências greco-romanas e céltico-bretãs. Ao longo da jornada dessas narrativas até os dias atuais, elas passaram por transformações e continuam sendo modificadas, adaptadas, a partir de perspectivas sociais diferentes, trazendo para os leitores uma paleta de possibilidades de leitura. E, como uma dessas perspectivas, se localiza a obra quadrinística da artista brasileira Paula Mastroberti, Adormecida: Cem anos para sempre (2012). Dentre os estudos possíveis, nos voltamos para um estudo comparativo entre a HQ mencionada e o conto escrito por Charles Perrault, A Bela Adormecida (1697/2015), com o objetivo de analisar, com base nos componentes narrativos estruturais, o enredo e os personagens, elemento diretamente ligado à ação, aos fatos e acontecimentos da sequência narrativa. Para tanto, nos angariamos nos estudos de Coelho (2012), em alguns apontamentos realizados por Propp (2006), Brito (2010) e Charaudeau (2009); Todorov (1992) em relação à origem e como se estruturam os contos de fadas, com o intuito delinear o contexto histórico-social que pincela a narrativa de Perrault. Percebemos as adaptações como fruto da possibilidade de recontar, e que passam por um processo de criação, nos termos propostos por Linda Hutcheon (2013), sem ênfase para os critérios de fidelidade e, sim, do ponto de vista narrativo abordado em cada uma. E ainda, através da comparação entre elas, consideramos as particularidades das obras quadrinistícas, conforme as pesquisas de Cagnin (2014), de Eisner (1999), de McCloud (2005), de Chinen, Vergueiro e Ramos (2014). Pensando no diálogo entre as obras, buscou-se mostrar as diferenças e o que elas significam em termos narrativos e de sentidos para o leitor. Identificamos então, que os personagens da princesa e do príncipe permanecem praticamente inalterados nas suas características principais, ao contrário da feiticeira que, para o leitor, pode ser o elemento novo, com maior complexidade, simbolizando em termos gerais, a quebra da visão maniqueísta e do idealismo romântico feminino ligado à sexualidade.
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Nosso interesse nas narrativas maravilhosas pautase, sobretudo, por entender que são histórias que reúnem sentimentos e questionamentos humanos universais, além de aspectos culturais e sociais, uma vez que nascem de mitos de origem oral, com influências greco-romanas e céltico-bretãs. Ao longo da jornada dessas narrativas até os dias atuais, elas passaram por transformações e continuam sendo modificadas, adaptadas, a partir de perspectivas sociais diferentes, trazendo para os leitores uma paleta de possibilidades de leitura. E, como uma dessas perspectivas, se localiza a obra quadrinística da artista brasileira Paula Mastroberti, Adormecida: Cem anos para sempre (2012). Dentre os estudos possíveis, nos voltamos para um estudo comparativo entre a HQ mencionada e o conto escrito por Charles Perrault, A Bela Adormecida (1697/2015), com o objetivo de analisar, com base nos componentes narrativos estruturais, o enredo e os personagens, elemento diretamente ligado à ação, aos fatos e acontecimentos da sequência narrativa. Para tanto, nos angariamos nos estudos de Coelho (2012), em alguns apontamentos realizados por Propp (2006), Brito (2010) e Charaudeau (2009); Todorov (1992) em relação à origem e como se estruturam os contos de fadas, com o intuito delinear o contexto histórico-social que pincela a narrativa de Perrault. Percebemos as adaptações como fruto da possibilidade de recontar, e que passam por um processo de criação, nos termos propostos por Linda Hutcheon (2013), sem ênfase para os critérios de fidelidade e, sim, do ponto de vista narrativo abordado em cada uma. E ainda, através da comparação entre elas, consideramos as particularidades das obras quadrinistícas, conforme as pesquisas de Cagnin (2014), de Eisner (1999), de McCloud (2005), de Chinen, Vergueiro e Ramos (2014). Pensando no diálogo entre as obras, buscou-se mostrar as diferenças e o que elas significam em termos narrativos e de sentidos para o leitor. Identificamos então, que os personagens da princesa e do príncipe permanecem praticamente inalterados nas suas características principais, ao contrário da feiticeira que, para o leitor, pode ser o elemento novo, com maior complexidade, simbolizando em termos gerais, a quebra da visão maniqueísta e do idealismo romântico feminino ligado à sexualidade.Narratives are part of human history, as is retelling, and also the adaptation. We understand that narrative languages, as fairy tales and comics, share a common structure, presented in different forms, in one we have the predominance of the written text and the other we have the images, respectively. Our interest in the marvelous narratives is mainly based on the understanding that these are stories that brings together universal human feelings and questions, as well as cultural and social aspects, since they are born from oral myths, with Greco-Roman and Celtic-Breton influences. Throughout the journey of these narratives to the present day, they have been and continue to be modified, adapted from different social perspectives, bringing readers a gamma of reading possibilities. And, as one of these perspectives, is located the comic work of Brazilian artist Paula Mastroberti, (2012). Among the possible studies, we did a comparative study between the mentioned comic book, and the tale written by Charles Perrault, Sleeping Beauty (2015), aiming to analyze, based on the structural narrative components, the plot, and the characters, element directly linked to the action, facts and events of the narrative sequence. Therefore, we gather in the studies of Coelho (2012), in some notes made by Propp (2006), Brito (2010) and Charaudeau (2009), Todorov (1992), regarding the origin and how the fairy tales are structured, in order to delineate the historical-social context that shapes Perrault's narrative. We perceive the adaptations as a result of the possibility of retelling, which go through a process of creation, as proposed by Linda Hutcheon (2013), without emphasis on the criteria of fidelity, but on, the narrative point of view addressed in each one, and also, by comparing them, we consider the particularities of the four-dimensional works, according to the research by Cagnin (2014), Eisner (1999), McCloud (2005), Chinen, Vergueiro & Ramos (2014). Thinking about the dialogue between the works, we sought to show the differences and what they mean in terms of narratives and meanings for the reader. We identified then that the characters of the princess and the prince remain virtually unchanged in their main characteristics, unlike the witch which for the reader may be the new element, with greater complexity, symbolizing in general terms, the break of the Manichean vision and of female romantic idealism linked to sexuality.CapesUniversidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Humanidades - CHPÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINOUFCGSILVA, Márcia Tavares.SILVA, MÁRCIA TAVAREShttp://lattes.cnpq.br/1904168802083424NEVES, Ana Lúcia Maria de Souza.OLIVEIRA, Maria Angélica de.SOUZA, Ilonita Patricia Sena de.2019-09-302019-12-10T11:13:20Z2019-12-102019-12-10T11:13:20Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/10035SOUZA, I. P. S. de. Era uma vez: um estudo comparativo entre a Bela Adormecida, de Perrault e a adaptação Adormecida: cem anos para sempre, de Mastroberti. 2019. 106 f. Dissertação (Mestrado em Linguagem e Ensino) – Pós-Graduação em Linguagem e Ensino, Centro de Humanidades, Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba, Brasil, 2019. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/10035porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2022-09-20T20:04:50Zoai:localhost:riufcg/10035Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512022-09-20T20:04:50Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false
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