A prática de seminários e as unidades retóricas como fatores intervenientes.

• Autor(a) principal: MEIRA, Glenda Hilnara Silva.
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/28493
• topic: Linguística; Seminários; Unidades retóricas; Mobilização do saber; Formação de professores - seminários; Evento seminário; Seminars; Rhetorical units; Mobilization of knowledge; Teacher training - seminars; Seminar event

O presente trabalho corresponde à investigação da prática de seminários no âmbito da formação inicial do professor, objetivando, especificamente: a) Identificar e caracterizar as unidades retóricas constitutivas do seminário; b) Analisar as semelhanças e diferenças na construção de aberturas e fechamentos para a realização do evento; c) Relacionar as unidades retóricas com a mobilização de conhecimento durante a execução das etapas, que iniciam e fecham o evento. Para tanto, analisamos seis apresentações de seminários da disciplina Prática de Leitura e Produção de Textos (PLPT II), no período de 2010.2, à luz dos estudos de seminário enquanto evento comunicativo, registrado, principalmente, nas obras de Vieira (2007) e Silva (2007), além do conceito e das características de unidades retóricas, apresentada pela Teoria das Estruturas Retóricas do Texto (TERT), segundo Swales (1990) e ressignificadas por estudiosos como Meurer (1997) e Biase-Rodrigues (1998), e da didatização de saberes (RAFAEL,2001; HALTÉ, 2008). Nesse sentido, com a finalidade de respondermos a questão de pesquisa: Qual a interferência das unidades retóricas na prática de seminário para a mobilização dos conteúdos?, norteamos nosso estudo na organização interna da exposição oral, proposto por Dolz, Schneuwly et. al. (2004), enquanto estratégias que compõem as unidades retóricas. Para isso, apontamos dois tópicos de análise, um pautado na identificação de estratégias nas duas fases em questão, a partir dos critérios de ausência e presença e, em decorrência disso, observar de que forma elas interferem na mobilização do saber, estabelecendo, portanto, um aspecto circular em que estratégias e didatização são mutuamente influenciadas. Os resultados mostram que a prática de exposição do/no evento se compõe de estratégias que auxiliam a didatização do conteúdo, facilitando e delimitando os tópicos de discussão, de forma a interferir contribuindo na apreensão do saber e na nivelação em escala de satisfação. Assim sendo, não é suficiente conhecer o conteúdo em si, saber didatizá-lo é o que torna tal evento mais ou menos satisfatório em função dos sujeitos que os promove ou da audiência que interage. Nesta perspectiva, este estudo inserido na área da oralidade, especificamente formal e pública, aponta para a necessidade de pesquisas, tendo em vista que esta abordagem foi, durante muito tempo, discriminada, e que se reveste de extrema importância para uma comunidade letrada.