Vita brevis: a criança e a morte no Seridó colonial.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: FERNANDES, Bruno Rafael dos Santos.
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35033
Resumo: O artigo analisa a mortalidade das crianças da Ribeira do Seridó no período colonial. Avalia-se aqui os cuidados dados às crianças doentes, assim como a causa mortis dos párvulos e as práticas funerárias que os envolvem. A morte levanta questionamentos e sentimentos reveladores de que, na relação entre o homem/morte/práticas mortuárias, há vários fatores que explicitam as convenções sociais que estão em vigor. Portanto, entender os comportamentos, as práticas e as sensibilidades perante esse momento se faz importante para que a construção do conhecimento histórico sobre determinada sociedade se efetive. Através da leitura de uma bibliografia que aborda o referido tema, pudemos observar que o Seridó se constituiu como um espaço onde as práticas perante a morte refletiam condutas comumente exercidas no Brasil Colônia. Utilizou-se como fontes os livros de óbito da Freguesia da Gloriosa Senhora Santa Ana do Seridó, sempre os cotejando com a historiografia brasileira sobre a morte. No período foram vitimadas com registros no Seridó 500 crianças. Cerca de 56% no primeiro ano de vida. A maioria acometida de doenças tais como a “maligna” – nome utilizado para designar o tifo –, a sarna, o sarampo, dentre outras. Todos os anjinhos registrados tiveram algum cuidado cristão: batismo, mortalha e enterramento. Mas, mesmo sendo alvo de uma gama de práticas mortuárias que expressavam o carinho e o afeto que os familiares e conhecidos tinham pelos pequenos, percebe-se que estes não eram, durante a vida, receptores de cuidados especiais que os prevenisse de uma morte prematura. Essa conclusão é explicada pelo fato de que no Seridó, assim como em todas as regiões do Brasil Colônia, o acesso a atendimentos médicos formais era difícil, dada a dificuldade de locomoção da sociedade interiorana e a escassez de profissionais de cura diplomados . Empenhamo-nos em resgatar a criança da periferia do campo das pesquisas relacionadas ao Rio Grande do Norte, buscando entender "os pequenos" como agentes históricos do Seridó colonial.
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