Escravas: mulheres de trabalho e de família no Crato na segunda metade do século XIX.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: PEDROZA, Antonia Márcia Nogueira.
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34250
Resumo: Durante muito tempo a mulher _ objeto e sujeito da História _ se fez ausente nas pesquisas históricas. Não raro, esta foi percebida como vítima, passiva, sem autonomia e quando se trata da mulher escrava esta situação se agrava. Até bem pouco tempo atrás, o escravo, fosse ele do sexo masculino ou feminino era interpretado como mera coisa, uma mercadoria que serve de mão de obra compulsória e por isso mesmo, lembrado somente quando se referencia as relações de trabalho. A partir da década de 1970 os debates a respeito da mulher ganharam amplitude com as feministas americanas e a discussão de gênero, tratando das diferenças sexuais. Entra em cena um novo olhar e neste inclui a atuação da mulher na História: novas temáticas, novas fontes, uma nova maneira de fazer História. É a partir da necessidade de elucidação sobre diversos aspectos que se fizeram presente no sistema escravista, e que foram marcantes na vida e das mulheres escravas, na cidade do Crato, que justifica a relevância deste artigo, em que tem como objetivos analisar o papel social das mulheres escravas no Crato: sua atuação no trabalho e na família, na segunda metade do século XIX. O método adotado para a realização desta pesquisa consiste na História Serial, através de uma pesquisa empírica, quantitativa e qualitativa, com base em fontes de investigação primária. Assim enfocam-se as principais atividades, as quais as mulheres escravas estavam inseridas. Evidenciamos a atuação da mulher escrava em diversas atividades específicas como rendeira, fiandeira, engomadeira, costureira, cozinheira e serviço de casa. Outro aspecto se refere aos casamentos de escravos, realizados pela Igreja Católica, ampliando a discussão para as relações familiares não oficializadas, uma vez que o amancebamento se configurou em uma prática bastante presente na cidade do Crato, o que de nenhum modo nega a presença de uniões estáveis, entre os escravos. Todos esses elementos nos levam a discutir a realidade social da escravidão e a conjuntura social que viviam as mulheres escravas, na cidade do Crato no período estabelecido
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