Progressão e sistematização de saberes sobre a escrita na Base Nacional Comum Curricular - anos finais do ensino fundamental.

• Autor(a) principal: PEREIRA, Paulo Ricardo Ferreira.
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/28694
• topic: Linguística; Base Nacional Comum Curricular - BNCC; Escrita - saberes; Currículo; Ensino fundamental - escrita; Ensino de escrita; Progressão e sistematização; Análise linguística - semiótica; Semiótica; Leitura e oralidade; Common National Curriculum Base - BNCC; Writing - knowledge; Resume; Elementary school - writing; Writing teaching; Progression and systematization; Linguistic analysis - semiotics; Semiotics; Reading and orality

Na interface escolar, o processo de ensino e aprendizagem dos objetos eleitos não ocorre de forma fortuita, mas guiado por uma determinada disposição curricular que garante aos saberes que os constitui certa progressão e sistematização durante o processo de escolarização. Nessa direção, é objetivo geral desse trabalho analisar como ocorre a progressão e a sistematização de saberes sobre a escrita na Base Nacional Comum Curricular – anos finais do Ensino Fundamental, tendo em vista a importância desse documento de política pública para a Educação Básica nacional. De modo complementar, elegemos como objetivos específicos: a) Caracterizar progressão e sistematização desses saberes sobre a escrita neste período de escolarização; b) Descrever a disposição dos saberes sobre a escrita ao longo dos quatro anos do ensino fundamental, anos finais; c) Demonstrar como esses saberes estão relacionados metodologicamente entre si; e d) Discutir implicações possíveis com relação ao ensino e à aprendizagem desses saberes para o contexto escolar. Teoricamente, subsidiamo-nos nas contribuições de diversos autores que versam sobre as concepções e ensino de escrita, articulação, progressão e sistematização de saberes, dentre os quais, destacamos: Auerbach (1999), Ivanic (2004), Koch e Elias (2009); Barnechea, Gonzalez e Morgan (1994), Holliday (2006), Dolz e Schneuwly (2004), Kraemer (2012), dentre outros. Metodologicamente, ao reconhecermos este estudo inserido no campo investigativo da Linguística Aplicada, esta pesquisa tem abordagem qualitativa de natureza descritivo-interpretativa associada à análise documental dos dados. Conforme análise, constatamos que a BNCC caracteriza a progressão dos saberes sobre a escrita a partir da transição de conhecimentos sobre a língua, que passa das regularidades às irregularidades e dos usos simples aos mais complexos, muito embora não se explicite uma caracterização quanto à sistematização. Esta, por sua vez, pode ser concebida a partir da prática do professor em situação escolar, assim, ela nasce e coexiste com a progressão. Essa compreensão é reforçada pela disposição e centralização dos gêneros textuais sugeridos para ensino, especificamente com relação aos objetos de conhecimento que os constituem. Nesse sentido, notamos que há uma transição de saberes/conteúdos linguístico-gramaticais e textuais entre o 6º/7º e 8º/9º ano em todos os campos de atuação. Ao propor o ensino dos eixos – leitura, escrita, oralidade e análise linguística/semiótica – por meio de uma abordagem intradisciplinar, esse documento promove o reconhecimento de que, metodologicamente, o ensino de escrita não ocorre de forma isolada, mas articulado aos demais eixos. Como consequência, os saberes/conhecimentos que competem à escrita podem ser concebidos pela progressão e pela sistematização. Esse resultado pode representar uma mudança tanto na abordagem de ensino como de avaliação de escrita. Esperamos, portanto, que o professor promova situações didáticas que privilegiem a escrita enquanto uma prática social e que a explore a partir de uma abordagem progressiva e sistemática, seja na escolha de dado gênero textual e de estratégias de ensino mais significativas para o aluno. Com isso, o processo de ensino-aprendizagem da escrita possibilitará a ampliação do repertório linguístico do aluno, assim como sua atuação em outras instituições que dependem da escrita para a manutenção das atividades e interações humanas.