HistÃrias de DoaÃÃo de Rim: Explorando Narrativas e RepertÃrios Interpretativos de Doadores
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC |
Texto Completo: | http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6426 |
Resumo: | A doaÃÃo de ÃrgÃos intervivos tem sido considerada uma alternativa à escassez de ÃrgÃos para transplante, figurando entre os procedimentos mÃdicos onde podemos observar a intrincada relaÃÃo entre as biotecnologias e a produÃÃo de sentidos no cotidiano. Esta pesquisa tem como objeto a doaÃÃo de ÃrgÃos entendida como uma prÃtica social sustentada por uma rede de atores humanos e nÃo humanos. Mais especificamente, nossa pesquisa focaliza os tipos de narrativa e os repertÃrios interpretativos que os doadores vivos usam para construir versÃes sobre a doaÃÃo de ÃrgÃos intervivos. Foram realizadas entrevistas com trÃs doadores, dois potenciais doadores e trÃs receptores no setor de Transplante Renal do Hospital UniversitÃrio Walter CantÃdio, em Fortaleza. As entrevistas foram transcritas e analisadas em termos dos tipos de narrativa e dos repertÃrios interpretativos empregados. Como resultados, podemos destacar a predominÃncia do uso de narrativas de restituiÃÃo que constroem a doaÃÃo de rim como um expediente para restaurar a saÃde perdida pelo receptor. Esse achado remete a uma matriz discursiva poderosa, sustentada pela biotecnologia e pelas prÃticas da medicina ocidental contemporÃnea, que valoriza a saÃde como condiÃÃo de normalidade e institui o imperativo de sua reparaÃÃo nos casos de adoecimento. Entre os argumentos e metÃforas usados para construir a doaÃÃo, destacam-se o ato de amor e de doaÃÃo de vida, que compÃem uma âlinguagem da dÃdivaâ. O doador tende a ser posicionado como pessoa corajosa e herÃica, cujo altruÃsmo permite salvar vidas; enquanto os ÃrgÃos a serem doados sÃo construÃdos como recursos escassos e valiosos que devem ser reciclados, especialmente no caso de demanda de um parente prÃximo. ConcluÃmos que os modos de narrar histÃrias de doaÃÃo renal e os repertÃrios interpretativos empregados nesses relatos produzem efeitos especÃficos na rede de atores que compÃem o transplante intervivos, operando para favorecer o recrutamento de doadores na famÃlia. |
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info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisHistÃrias de DoaÃÃo de Rim: Explorando Narrativas e RepertÃrios Interpretativos de Doadores2011-06-30Idilva Maria Pires Germano24390631349http://lattes.cnpq.br/6885356541227389 Ricardo Pimentel MÃllo12743860200http://lattes.cnpq.br/9026097374517495 Vera Sonia Mincoff Menegon53607899800http://lattes.cnpq.br/818291334335669902161939742http://lattes.cnpq.br/5411748163378136Luciana Freitas FernandesUniversidade Federal do CearÃPrograma de PÃs-GraduaÃÃo em PsicologiaUFCBRdoaÃÃo de ÃrgÃos narrativas repertÃrios interpretativos PSICOLOGIA SOCIALA doaÃÃo de ÃrgÃos intervivos tem sido considerada uma alternativa à escassez de ÃrgÃos para transplante, figurando entre os procedimentos mÃdicos onde podemos observar a intrincada relaÃÃo entre as biotecnologias e a produÃÃo de sentidos no cotidiano. Esta pesquisa tem como objeto a doaÃÃo de ÃrgÃos entendida como uma prÃtica social sustentada por uma rede de atores humanos e nÃo humanos. Mais especificamente, nossa pesquisa focaliza os tipos de narrativa e os repertÃrios interpretativos que os doadores vivos usam para construir versÃes sobre a doaÃÃo de ÃrgÃos intervivos. Foram realizadas entrevistas com trÃs doadores, dois potenciais doadores e trÃs receptores no setor de Transplante Renal do Hospital UniversitÃrio Walter CantÃdio, em Fortaleza. As entrevistas foram transcritas e analisadas em termos dos tipos de narrativa e dos repertÃrios interpretativos empregados. Como resultados, podemos destacar a predominÃncia do uso de narrativas de restituiÃÃo que constroem a doaÃÃo de rim como um expediente para restaurar a saÃde perdida pelo receptor. Esse achado remete a uma matriz discursiva poderosa, sustentada pela biotecnologia e pelas prÃticas da medicina ocidental contemporÃnea, que valoriza a saÃde como condiÃÃo de normalidade e institui o imperativo de sua reparaÃÃo nos casos de adoecimento. Entre os argumentos e metÃforas usados para construir a doaÃÃo, destacam-se o ato de amor e de doaÃÃo de vida, que compÃem uma âlinguagem da dÃdivaâ. O doador tende a ser posicionado como pessoa corajosa e herÃica, cujo altruÃsmo permite salvar vidas; enquanto os ÃrgÃos a serem doados sÃo construÃdos como recursos escassos e valiosos que devem ser reciclados, especialmente no caso de demanda de um parente prÃximo. ConcluÃmos que os modos de narrar histÃrias de doaÃÃo renal e os repertÃrios interpretativos empregados nesses relatos produzem efeitos especÃficos na rede de atores que compÃem o transplante intervivos, operando para favorecer o recrutamento de doadores na famÃlia. http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6426application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-01-21T11:19:31Zmail@mail.com - |
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A doaÃÃo de ÃrgÃos intervivos tem sido considerada uma alternativa à escassez de ÃrgÃos para transplante, figurando entre os procedimentos mÃdicos onde podemos observar a intrincada relaÃÃo entre as biotecnologias e a produÃÃo de sentidos no cotidiano. Esta pesquisa tem como objeto a doaÃÃo de ÃrgÃos entendida como uma prÃtica social sustentada por uma rede de atores humanos e nÃo humanos. Mais especificamente, nossa pesquisa focaliza os tipos de narrativa e os repertÃrios interpretativos que os doadores vivos usam para construir versÃes sobre a doaÃÃo de ÃrgÃos intervivos. Foram realizadas entrevistas com trÃs doadores, dois potenciais doadores e trÃs receptores no setor de Transplante Renal do Hospital UniversitÃrio Walter CantÃdio, em Fortaleza. As entrevistas foram transcritas e analisadas em termos dos tipos de narrativa e dos repertÃrios interpretativos empregados. Como resultados, podemos destacar a predominÃncia do uso de narrativas de restituiÃÃo que constroem a doaÃÃo de rim como um expediente para restaurar a saÃde perdida pelo receptor. Esse achado remete a uma matriz discursiva poderosa, sustentada pela biotecnologia e pelas prÃticas da medicina ocidental contemporÃnea, que valoriza a saÃde como condiÃÃo de normalidade e institui o imperativo de sua reparaÃÃo nos casos de adoecimento. Entre os argumentos e metÃforas usados para construir a doaÃÃo, destacam-se o ato de amor e de doaÃÃo de vida, que compÃem uma âlinguagem da dÃdivaâ. O doador tende a ser posicionado como pessoa corajosa e herÃica, cujo altruÃsmo permite salvar vidas; enquanto os ÃrgÃos a serem doados sÃo construÃdos como recursos escassos e valiosos que devem ser reciclados, especialmente no caso de demanda de um parente prÃximo. ConcluÃmos que os modos de narrar histÃrias de doaÃÃo renal e os repertÃrios interpretativos empregados nesses relatos produzem efeitos especÃficos na rede de atores que compÃem o transplante intervivos, operando para favorecer o recrutamento de doadores na famÃlia. |
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A doaÃÃo de ÃrgÃos intervivos tem sido considerada uma alternativa à escassez de ÃrgÃos para transplante, figurando entre os procedimentos mÃdicos onde podemos observar a intrincada relaÃÃo entre as biotecnologias e a produÃÃo de sentidos no cotidiano. Esta pesquisa tem como objeto a doaÃÃo de ÃrgÃos entendida como uma prÃtica social sustentada por uma rede de atores humanos e nÃo humanos. Mais especificamente, nossa pesquisa focaliza os tipos de narrativa e os repertÃrios interpretativos que os doadores vivos usam para construir versÃes sobre a doaÃÃo de ÃrgÃos intervivos. Foram realizadas entrevistas com trÃs doadores, dois potenciais doadores e trÃs receptores no setor de Transplante Renal do Hospital UniversitÃrio Walter CantÃdio, em Fortaleza. As entrevistas foram transcritas e analisadas em termos dos tipos de narrativa e dos repertÃrios interpretativos empregados. Como resultados, podemos destacar a predominÃncia do uso de narrativas de restituiÃÃo que constroem a doaÃÃo de rim como um expediente para restaurar a saÃde perdida pelo receptor. Esse achado remete a uma matriz discursiva poderosa, sustentada pela biotecnologia e pelas prÃticas da medicina ocidental contemporÃnea, que valoriza a saÃde como condiÃÃo de normalidade e institui o imperativo de sua reparaÃÃo nos casos de adoecimento. Entre os argumentos e metÃforas usados para construir a doaÃÃo, destacam-se o ato de amor e de doaÃÃo de vida, que compÃem uma âlinguagem da dÃdivaâ. O doador tende a ser posicionado como pessoa corajosa e herÃica, cujo altruÃsmo permite salvar vidas; enquanto os ÃrgÃos a serem doados sÃo construÃdos como recursos escassos e valiosos que devem ser reciclados, especialmente no caso de demanda de um parente prÃximo. ConcluÃmos que os modos de narrar histÃrias de doaÃÃo renal e os repertÃrios interpretativos empregados nesses relatos produzem efeitos especÃficos na rede de atores que compÃem o transplante intervivos, operando para favorecer o recrutamento de doadores na famÃlia. |
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