Aspectos clÃnicos e epidemiolÃgicos de pacientes portadores de cardiopatia chagÃsica crÃnica com cardiodesfibrilador implantÃvel

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Francisca Tatiana Moreira Pereira
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=9773
Resumo: A doenÃa de Chagas à um dos principais problemas mÃdico-sociais do Brasil. A morte sÃbita à um dos fenÃmenos clÃnicos caracterÃsticos da doenÃa de Chagas desde suas descriÃÃes iniciais. Mais de 50% da mortalidade nos pacientes com doenÃa de Chagas sÃo atribuÃveis à morte sÃbita cardÃaca. O cardiodesfibrilador implantÃvel (CDI) tornou-se a principal estratÃgia terapÃutica para prevenÃÃo de morte sÃbita. Contudo, a eficÃcia e a seguranÃa de se tratar o paciente chagÃsico com o CDI foi avaliada em poucos estudos observacionais. O objetivo do presente trabalho foi avaliar as caracterÃsticas clÃnicas, epidemiolÃgicas e a evoluÃÃo de pacientes com cardiopatia chagÃsica crÃnica e desfibrilador cardÃaco implantÃvel no Estado do CearÃ. Delineamento, populaÃÃo e mÃtodos: estudo retrospectivo, descritivo e analÃtico. A populaÃÃo consistiu de pacientes chagÃsicos com CDI por profilaxia primÃria ou secundÃria de morte sÃbita, atendidos em Ãnico hospital universitÃrio de referÃncia. Para anÃlise comparativa, foram incluÃdos pacientes com cardiopatia isquÃmica e CDI por profilaxia primÃria ou secundÃria de morte sÃbita. Os desfechos analisados foram: terapia apropriada (choque apropriado e terapia antitaquicardia), choque apropriada, mortalidade geral e sobrevida livre de eventos (choque apropriado, terapia apropriada ou Ãbito). Resultados: foram avaliados 146 pacientes, sendo 63 (42,5%) chagÃsicos com a mediana do tempo de seguimento de 27 meses (Q1=9,0 e Q3=47) e 83 (57,5%) isquÃmicos com a mediana do tempo de seguimento de 35 meses (Q1=22 e Q3=59). A taxa de mortalidade anual, a incidÃncia de morte sÃbita, a incidÃncia de tempestade arrÃtmica e a incidÃncia de choque inapropriados foram semelhantes nos dois grupos. Os pacientes isquÃmicos eram em mÃdia 10 anos mais velhos que os chagÃsicos (p<0,001). Observou-se terapia apropriada deflagrada pelo CDI em 27 (42,9%) pacientes chagÃsicos e 14 (16,9%) isquÃmicos (p=0,001). Choque apropriado foi observado em 23 (36,5%) pacientes chagÃsicos e 14 (16,9%) isquÃmicos. A cardiopatia chagÃsica aumentou em 2,07 vezes (IC 95%: 1,02-4,17) o risco de o paciente receber terapia apropriada. A classe funcional (I a IV), a fraÃÃo de ejeÃÃo (normal ou disfunÃÃo leve à severa) e o tipo de prevenÃÃo nÃo foram preditores de choque ou terapia apropriada nos pacientes com cardiopatia chagÃsica. NÃo houve diferenÃa significativa no tempo de sobrevida entre os pacientes chagÃsicos e os isquÃmicos. A sobrevida livre de eventos (choque, terapia apropriada e Ãbito) foi similar nos dois grupos (chagÃsicos e isquÃmicos). NÃo houve nenhuma morte sÃbita durante o seguimento dos pacientes chagÃsicos. A baixa escolaridade (HR=4,6 IC 95%;1,6-13,3) e a fraÃÃo de ejeÃÃo do ventrÃculo esquerdo menor que 30% (HR=6,3 IC 95%: 1,2-31,7) estiveram associadas de forma significante com o desfecho de Ãbito. ConclusÃes: a maior frequÃncia de pacientes chagÃsicos com registro de terapia apropriada e choque apropriado à consistente com a presenÃa de um substrato arritmogÃnico mais grave nessa patologia. Apesar dessa maior frequÃncia, nÃo houve nenhuma morte sÃbita no seguimento, o que sugere a efetividade do CDI nos pacientes chagÃsicos. A ausÃncia de diferenÃa na taxa de terapia apropriada ou choque apropriado entre os chagÃsicos com e sem disfunÃÃo ventricular sugere que a FEVE nÃo deveria ser usada como critÃrio preponderante e decisivo de indicaÃÃo do cardiodesfibrilador nesses pacientes.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisAspectos clÃnicos e epidemiolÃgicos de pacientes portadores de cardiopatia chagÃsica crÃnica com cardiodesfibrilador implantÃvel Epidemiological and clinical features of patients with chronic Chagas disease with implantable cardioverter2013-01-29Roberto da Justa Pires Neto44778309391http://lattes.cnpq.br/1887685326618139AnastÃcio de Queiroz Sousa05139066300http://lattes.cnpq.br/0943719413944615MÃnica Cardoso FaÃanha10472770349http://lattes.cnpq.br/6525793161073131Augusto GuimarÃes Lima http://lattes.cnpq.br/628526326683033549120263368http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4791152Y3Francisca Tatiana Moreira PereiraUniversidade Federal do CearÃPrograma de PÃs-GraduaÃÃo em SaÃde PÃblicaUFCBRTÃtulochagas disease sudden death titleSAUDE COLETIVAA doenÃa de Chagas à um dos principais problemas mÃdico-sociais do Brasil. A morte sÃbita à um dos fenÃmenos clÃnicos caracterÃsticos da doenÃa de Chagas desde suas descriÃÃes iniciais. Mais de 50% da mortalidade nos pacientes com doenÃa de Chagas sÃo atribuÃveis à morte sÃbita cardÃaca. O cardiodesfibrilador implantÃvel (CDI) tornou-se a principal estratÃgia terapÃutica para prevenÃÃo de morte sÃbita. Contudo, a eficÃcia e a seguranÃa de se tratar o paciente chagÃsico com o CDI foi avaliada em poucos estudos observacionais. O objetivo do presente trabalho foi avaliar as caracterÃsticas clÃnicas, epidemiolÃgicas e a evoluÃÃo de pacientes com cardiopatia chagÃsica crÃnica e desfibrilador cardÃaco implantÃvel no Estado do CearÃ. Delineamento, populaÃÃo e mÃtodos: estudo retrospectivo, descritivo e analÃtico. A populaÃÃo consistiu de pacientes chagÃsicos com CDI por profilaxia primÃria ou secundÃria de morte sÃbita, atendidos em Ãnico hospital universitÃrio de referÃncia. 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The Implantable Cardioverter-defibrillator (ICD) has become the main therapeutic strategy for prevention of sudden death. However, the efficacy and safety of treating Chagas patients with CDI was assessed in a few observational studies. The aim of this paper was to evaluate the clinical, epidemiological and outcome of patients with chronic Chagas heart disease and implantable cardioverter-defibrillator in the state of CearÃ. This was retrospective, descriptive and analytical study. The population consisted of chagasic patients with ICD for primary or secondary prevention of sudden death, enrolled at a sole university hospital. For comparative analysis, we included patients with ischemic cardiomyopathy and ICD for primary or secondary prevention of sudden death. The outcomes analyzed were: appropriate therapy (shock therapy and appropriate antitachycardia), appropriate shock, mortality and event-free survival (appropriate shock, appropriate therapy or death). Results: 146 patients were evaluated, 63 (42.5%) chagasic patients with median follow-up time of 27 months (Q1 = 9.0 and Q3 = 47) and 83 (57.5%) with a median of ischemic follow-up time of 35 months (Q1 = Q3 = 22 and 59). The annual mortality rate, the incidence of sudden death, the incidence of arrhythmic storm and the incidence of inappropriate shock were similar in both groups. The ischemic patients were on average 10 years older than the Chagas patients (p <0.001). Observed appropriate therapy triggered by CDI in 27 (42.9%) chagasic patients and 14 (16.9%) ischemic (p = 0.001). Appropriate shock was observed in 23 (36.5%) chagasic patients and 14 (16.9%) ischemic. Chagas heart disease increased by 2.07 times (95% CI: 1.02 to 4.17) the risk of the patient receiving appropriate therapy. The functional class (I to IV), ejection fraction (normal or mild dysfunction to severe) and type of prevention were not predictors of shock or appropriate therapy in patients with Chagas heart disease. There was no significant difference in survival time between patients with Chagas disease and the ischemic ones. The event-free survival (shock, appropriate therapy and death) was similar in both groups (Chagas disease and ischemic). There was no sudden death during follow-up of patients with Chagas disease. The low educational level (HR = 4.6 95% CI 1.6 to 13.3) and the ejection fraction of the left ventricle less than 30% (HR = 6.3 95% CI 1.2 to 31.7) were associated significantly with the outcome of death. Conclusions: The higher frequency of appropriate shock therapy in chronic Chagas disease is consistent with the presence of an arrhythmogenic substrate. Despite this higher frequency, there was no sudden death following, which suggests the effectiveness of ICD in patients with Chagas disease. The lack of difference in the rate of appropriate therapy or appropriate shock among chagasic patients with and without ventricular dysfunction suggests that LVEF should not be used as a preponderant and decisive criterion of the defibrillator indication in these patients.http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=9773application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-01-21T11:22:48Zmail@mail.com -
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description A doenÃa de Chagas à um dos principais problemas mÃdico-sociais do Brasil. A morte sÃbita à um dos fenÃmenos clÃnicos caracterÃsticos da doenÃa de Chagas desde suas descriÃÃes iniciais. Mais de 50% da mortalidade nos pacientes com doenÃa de Chagas sÃo atribuÃveis à morte sÃbita cardÃaca. O cardiodesfibrilador implantÃvel (CDI) tornou-se a principal estratÃgia terapÃutica para prevenÃÃo de morte sÃbita. Contudo, a eficÃcia e a seguranÃa de se tratar o paciente chagÃsico com o CDI foi avaliada em poucos estudos observacionais. O objetivo do presente trabalho foi avaliar as caracterÃsticas clÃnicas, epidemiolÃgicas e a evoluÃÃo de pacientes com cardiopatia chagÃsica crÃnica e desfibrilador cardÃaco implantÃvel no Estado do CearÃ. Delineamento, populaÃÃo e mÃtodos: estudo retrospectivo, descritivo e analÃtico. A populaÃÃo consistiu de pacientes chagÃsicos com CDI por profilaxia primÃria ou secundÃria de morte sÃbita, atendidos em Ãnico hospital universitÃrio de referÃncia. Para anÃlise comparativa, foram incluÃdos pacientes com cardiopatia isquÃmica e CDI por profilaxia primÃria ou secundÃria de morte sÃbita. Os desfechos analisados foram: terapia apropriada (choque apropriado e terapia antitaquicardia), choque apropriada, mortalidade geral e sobrevida livre de eventos (choque apropriado, terapia apropriada ou Ãbito). Resultados: foram avaliados 146 pacientes, sendo 63 (42,5%) chagÃsicos com a mediana do tempo de seguimento de 27 meses (Q1=9,0 e Q3=47) e 83 (57,5%) isquÃmicos com a mediana do tempo de seguimento de 35 meses (Q1=22 e Q3=59). A taxa de mortalidade anual, a incidÃncia de morte sÃbita, a incidÃncia de tempestade arrÃtmica e a incidÃncia de choque inapropriados foram semelhantes nos dois grupos. Os pacientes isquÃmicos eram em mÃdia 10 anos mais velhos que os chagÃsicos (p<0,001). Observou-se terapia apropriada deflagrada pelo CDI em 27 (42,9%) pacientes chagÃsicos e 14 (16,9%) isquÃmicos (p=0,001). Choque apropriado foi observado em 23 (36,5%) pacientes chagÃsicos e 14 (16,9%) isquÃmicos. A cardiopatia chagÃsica aumentou em 2,07 vezes (IC 95%: 1,02-4,17) o risco de o paciente receber terapia apropriada. A classe funcional (I a IV), a fraÃÃo de ejeÃÃo (normal ou disfunÃÃo leve à severa) e o tipo de prevenÃÃo nÃo foram preditores de choque ou terapia apropriada nos pacientes com cardiopatia chagÃsica. NÃo houve diferenÃa significativa no tempo de sobrevida entre os pacientes chagÃsicos e os isquÃmicos. A sobrevida livre de eventos (choque, terapia apropriada e Ãbito) foi similar nos dois grupos (chagÃsicos e isquÃmicos). NÃo houve nenhuma morte sÃbita durante o seguimento dos pacientes chagÃsicos. A baixa escolaridade (HR=4,6 IC 95%;1,6-13,3) e a fraÃÃo de ejeÃÃo do ventrÃculo esquerdo menor que 30% (HR=6,3 IC 95%: 1,2-31,7) estiveram associadas de forma significante com o desfecho de Ãbito. ConclusÃes: a maior frequÃncia de pacientes chagÃsicos com registro de terapia apropriada e choque apropriado à consistente com a presenÃa de um substrato arritmogÃnico mais grave nessa patologia. Apesar dessa maior frequÃncia, nÃo houve nenhuma morte sÃbita no seguimento, o que sugere a efetividade do CDI nos pacientes chagÃsicos. A ausÃncia de diferenÃa na taxa de terapia apropriada ou choque apropriado entre os chagÃsicos com e sem disfunÃÃo ventricular sugere que a FEVE nÃo deveria ser usada como critÃrio preponderante e decisivo de indicaÃÃo do cardiodesfibrilador nesses pacientes.
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