Fontes de dÃvida como instrumento de sinalizaÃÃo entre acionistas minoritÃrios e gestores majoritÃrios: evidÃncias no Brasil

• Autor(a) principal: Ariane Firmeza Mota
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=14549
• topic: teoria de agÃncia; fontes de dÃvida; conflitos de agÃncia; atributos de expropriaÃÃo; agency theory; debt sources; agency conflicts; expropriation attributes; ADMINISTRACAO DE EMPRESAS

Este trabalho investigou, numa amostra de 656 observaÃÃes, correspondente a 207 companhias abertas no Brasil, a relaÃÃo entre fontes de dÃvida e conflitos de agÃncia, no perÃodo de 2009 a 2013. A emissÃo de dÃvida tende a sinalizar informaÃÃes positivas sobre a empresa, tendendo reduzir a probabilidade de conflitos de agÃncia. Gestores, portanto, captariam recursos com base na percepÃÃo do mercado e investidores, por sua vez, usariam as fontes de dÃvida na composiÃÃo de suas expectativas. Indagou-se se hà sinalizaÃÃo para os gestores das reaÃÃes de acionistas minoritÃrios em suas decisÃes de investimento, no sentido de orientar sua escolha de dÃvida. Concomitantemente, verificou-se o efeito da escolha da dÃvida em relaÃÃo à atenuaÃÃo de custos de agÃncia potenciais e, consequentemente, de reduÃÃo de tais conflitos. Foram consideradas fontes de dÃvida bancÃria privada, bancÃria governamental e de colocaÃÃo pÃblica. A percepÃÃo de conflitos de agÃncia foi verificada atravÃs do valor de mercado das firmas, da liquidez na negociaÃÃo de suas aÃÃes e do nÃvel de assimetria informacional; proxies de risco e de investimento minoritÃrio, portanto, da probabilidade de conflitos de agÃncia. A literatura propugna que os bancos teriam vantagens sobre a dÃvida de colocaÃÃo pÃblica no monitoramento das firmas; investidores pegariam carona dessas vantagens como forma de minimizar o risco de seus investimentos. A relaÃÃo entre as variÃveis representativas das fontes de dÃvida e da percepÃÃo de conflitos foi testada por meio de anÃlise de regressÃo com dados em painel. Nesta anÃlise, diferentes argumentos levam a crer que a percepÃÃo de conflitos pode influenciar as polÃticas de financiamento; isto pode ser questionado na medida em que o investidor minoritÃrio pode ter utilizado a existÃncia de determinada fonte como determinante da sua decisÃo de investimento. Uma fonte comum de problemas de endogeneidade à a provÃvel determinaÃÃo simultÃnea das variÃveis que torna enviesados e inconsistentes os estimadores. Para tanto, foi utilizada abordagem por MQ3E que leva em conta as variÃveis endÃgenas. As evidÃncias mostram que os gestores tomam suas decisÃes de financiamento com base na percepÃÃo do mercado, uma vez que o valor de mercado e a liquidez das aÃÃes foram significantes sobre suas decisÃes. Por outro lado, investidores minoritÃrios utilizam-se das fontes de dÃvida na composiÃÃo de suas expectativas em relaÃÃo à firma. No entanto, no cenÃrio brasileiro, nÃo se constata preferÃncia explÃcita por dÃvida bancÃria ou emissÃo pÃblica de dÃvida, no sentido preconizado pela literatura. O sentido das relaÃÃes evidenciadas conduz à interpretaÃÃo de que a percepÃÃo do mercado nÃo à relevante na captaÃÃo por dÃvida bancÃria governamental, enquanto apresenta sentido positivo para as fontes bancÃria privada e de colocaÃÃo pÃblica, indicando que gestores optam por ambas as fontes frente à reaÃÃo positiva do mercado. Na ocorrÃncia de reaÃÃes negativas, nÃo se justificaria utilizar fontes de dÃvidas na perspectiva de sinalizar decisÃes voltadas a garantir direitos de minoritÃrios. Os achados corroboram ainda que o ambiente brasileiro, com forte atuaÃÃo de bancos governamentais, pode ter inibido funÃÃo de sinalizaÃÃo da fonte bancÃria, bem como o desenvolvimento da emissÃo e colocaÃÃo pÃblica de tÃtulos corporativos.