Assimetrias socioeconÃmicas e acesso ao ensino superior â um estudo da (des)elitizaÃÃo discente na Universidade Federal do Cearà (UFC)

• Autor(a) principal: Raimundo Luidi Santos de Abreu
• Data de Publicação: 2013
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=10931
• topic: Acesso ao ensino superior; ElitizaÃÃo universitÃria; Diversidade social; Access to higher education; University elitism; Social diversity; POLITICA PUBLICA E POPULACAO

Desde sua gÃnese, a educaÃÃo superior brasileira vem sendo referenciada como palco das elites. Nas Ãltimas dÃcadas, todavia, polÃticas democratizantes de acesso universitÃrio, ao sugerirem ingresso de discentes menos abastados, anteveem reversÃo desse cenÃrio. Entre as alicerÃadas nos processos seletivos, destacam-se a substituiÃÃo do tradicional vestibular pelo ENEM/SISU e seu ajuste à compulsÃria polÃtica de cotas, que atuam no sentido de diminuir a influÃncia das posiÃÃes de classe nas possibilidades de acesso Ãs IFES, das quais a UFC à parte integrante. Sob uma perspectiva social da educaÃÃo, o presente trabalho teve como objetivo identificar os efeitos que tais mudanÃas nos certames de admissÃo de calouros exerceram sobre os nÃveis de elitizaÃÃo em Ãmbito institucional e dos cursos superiores da UFC. De natureza descritiva e abordagem quantitativa longitudinal, a pesquisa baseou-se na Teoria das Elites de Pareto para estabelecer indicadores numÃricos, denominados Ãndices de elitizaÃÃo, Ãteis à verificaÃÃo de tendÃncias des(elitizantes) no campo acadÃmico. As variÃveis socioeconÃmicas que subsidiaram a obtenÃÃo dos Ãndices disseram respeito à renda familiar; ao tipo de escola de ensino fundamental e mÃdio; e à instruÃÃo paterna e materna do alunado ingressante na universidade nos anos de 2010, 2012 e 2013. Do ponto de vista institucional, os resultados das anÃlises apontaram que a adesÃo ao ENEM/SISU nÃo ocasionou mudanÃa considerÃvel no nÃvel de elitizaÃÃo da UFC. Em momento posterior, o advento das cotas sujeitou-a a uma leve deselitizaÃÃo. PÃde-se deduzir, conquanto, que a deselitizaÃÃo ocorreria de forma mais acentuada se o quesito renda familiar, em vez do tipo de escola de ensino mÃdio, aparecesse como critÃrio principal na seleÃÃo dos cotistas. No que se refere ao primeiro grupo de cursos investigados, os imperiais (Direito, Medicina e Engenharia), verificou-se que tanto o ENEM/SISU quanto o sistema de cotas deselitizou-os quase que na Ãntegra. Jà com relaÃÃo ao outro ajuntamento de cursos, os de licenciatura, observou-se que o ENEM/SISU repercutiu de forma contrÃria à esperada, pois os sujeitou à elitizaÃÃo; Ãs cotas, por sua vez, coube reverter essa tendÃncia elitizante consubstanciada no perÃodo anterior. Neste tÃpico tambÃm foi possÃvel atinar para um efeito acessÃrio advindo da aplicaÃÃo da polÃtica de cotas: o abrandamento da autoexclusÃo; fenÃmeno que distancia indivÃduos mais humildes dos certames de acesso Ãs IES.