Isso que não se vê: pistas para uma pedagogia das imagens
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/15380 |
Resumo: | O cinema e a escola são máquinas de fazer ver e viver. Acopladas: o que podem? Para apreender esse arranjo, será necessário abandonar a tradição e o destino do cinema no âmbito do regime de representação que vem lhe conferindo estatuto, em consonância com o pensamento ocidental-moderno, cujo regulamento se estrutura a partir da fundação de modelos; para nos movermos em termos de práticas que instauram processos pedagógicos de criação. Tal reposicionamento das imagens nos traz consequências definitivas no que concerne aos seus modos de circulação, aos dispositivos pedagógicos e ao lugar conservado ao espectador-estudante / realizador-mestre. A hipótese se engendra preliminarmente através da dissolução do cinema como um aparelho educativo no quadro de uma pedagogia do transporte ou transferência . Somente desarmando esse sistema poderemos nos lançar ao cinema como uma máquina capaz de instaurar novos modos de existência. Assumindo uma metodologia cartográfica, a tese compõe uma constelação de objetos heterogêneos acumulados entre aventuras pedagógicas, vivências acadêmicas, coletâneas de filmes feitos em oficinas, convivendo integralmente com a produção conceitual e as teorias do cinema e dos cineastas, interpeladas intensamente. Assim, nos distanciamos da missão pedagógica do cinema enquanto envio e recepção de mensagens para uma perspectiva na qual a pedagogia das imagens se concretiza como produção subjetiva e experiência sensível, por meio de uma concepção estendida do conceito de montagem. Montagem que extravasa a mera dimensão técnica definida pelos procedimentos de cortar e colar fragmentos, moldá-los em séries e arranjos (des)ordenados. Montagem como a potência de um agir-pensar próprio às imagens. Destarte, se as imagens não são invólucros preenchidos de verdades, significados e conteúdos, que estão representando o mundo; mas blocos de sensação – movimento e duração –, desdobraremos a pista de que o cinema e a educação podem lançar mundos no mundo. Em vez de modelos de recognição, no âmbito dos programas representacionais, buscamos novas linhas de com-posição entre a máquina-cinema e a máquina-escola. |
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A hipótese se engendra preliminarmente através da dissolução do cinema como um aparelho educativo no quadro de uma pedagogia do transporte ou transferência . Somente desarmando esse sistema poderemos nos lançar ao cinema como uma máquina capaz de instaurar novos modos de existência. Assumindo uma metodologia cartográfica, a tese compõe uma constelação de objetos heterogêneos acumulados entre aventuras pedagógicas, vivências acadêmicas, coletâneas de filmes feitos em oficinas, convivendo integralmente com a produção conceitual e as teorias do cinema e dos cineastas, interpeladas intensamente. Assim, nos distanciamos da missão pedagógica do cinema enquanto envio e recepção de mensagens para uma perspectiva na qual a pedagogia das imagens se concretiza como produção subjetiva e experiência sensível, por meio de uma concepção estendida do conceito de montagem. Montagem que extravasa a mera dimensão técnica definida pelos procedimentos de cortar e colar fragmentos, moldá-los em séries e arranjos (des)ordenados. Montagem como a potência de um agir-pensar próprio às imagens. Destarte, se as imagens não são invólucros preenchidos de verdades, significados e conteúdos, que estão representando o mundo; mas blocos de sensação – movimento e duração –, desdobraremos a pista de que o cinema e a educação podem lançar mundos no mundo. Em vez de modelos de recognição, no âmbito dos programas representacionais, buscamos novas linhas de com-posição entre a máquina-cinema e a máquina-escola.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoCinema and school are machines, machines of making – to see and to live. However, when attached, what can they produce? In order to understand this arrangement, it is necessary to lapse both cinema's tradition and faith in the regime of representation. In turn, representation has been granting it statute in consonance to modern-occidental thinking, which is established by models and pretenders. To abandon this system is the only possibility to move towards refreshed practices that introduce pedagogical processes of creation in cinema and education. Such image repositioning brings us to definitive consequences concerning its ways of circulation, to the pedagogical apparatus, and student-spectator / educatorfilmmaker site. The hypothesis rises primarily from the dissolution of cinema as an educational dispositive based on the idea of a pedagogy of transportation or transference. Only by disarming this system we will be able to project a cinema as a machine that creates new modes of existence. Embracing a cartographic methodology, the thesis gathers an inventory of heterogeneous objects accumulated through pedagogical adventures, academic experiences, collections of movies made in workshops with children, which coexists integrally with the conceptual production and the film/filmmaker’s theories. Thus, we move away from cinema's pedagogical mission of sending and receiving messages towards a perspective in which pedagogy of images materializes itself as a sensible experience and subjective production, from an extended concept of montage. The montage that overflows the mere technical dimension, defined by cutting and gluing fragments, shaped in series and (dis)ordered arrangements. Montage as the potency of acting-thinking images on its own terms. If images are not boxes filled up with truth and meaning, which are solely representing the world but are instead blocks of sensations – movement and duration –, we will shift to the held that cinema and school can project worlds into the world. Instead of models of recognition, within the scope of representational system, we search for new compositional modes between cinema-machine and school-machine.340fMigliorin, Cezar AvilaResende, FernandoRivera, TaniaGuimarães, CesarFresquet, Adrianahttp://lattes.cnpq.br/9981177098752124Pipano, Isaac2020-10-22T13:29:33Z2020-10-22T13:29:33Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfPIPANO, Isaac. Isso que não se vê: pistas para uma pedagogia das imagens. 2019. 340 f. 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