Juventude perdida ou jovem aprendiz: o impacto do programa de aprendizagem brasileiro na criminalidade violenta

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Jônatas de Mendonça Monteiro
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/34460
Resumo: Este trabalho tem como objetivo principal estimar o possivel impacto da lei do Aprendiz na criminalidade, principalmente entre os jovens que são grupos de risco da violência no país. Utilizando-se de dados municipais do Brasil e através do método de variaveis instrumentais, além de aproveitar a descontinuidade ocasionada pela extensão da lei em 2005, quando jovens adultos de 18 a 23 anos foram permitidos a adentrar ao programa, o trabalho se atenta a fornecer evidências empíricas de que contratos de aprendizagem podem ser eficazes na prevenção da criminalidade violenta, expressa pelos homicídios intencionais. Tal evidência segue a diversa literatura da Teoria econômica do crime, de que empregabilidade afeta a criminalidade. Com isso, estimamos que a lei do aprendiz conseguiu diminuir a violência principalmente no grupo de jovens negros do sexo masculino de 14 a 23 anos, principal grupo afetado pelos homicídios intencionais. A lei conseguiu ser eficaz para a queda dos homicídios nesses grupos entre 2 e 4 anos depois da extensão, com exceção do ano de 2008. Quando comparada a uma análise dos anos iniciais da lei, pode ser verificado que a extensão contribuiu para o decrescimento da violência. Além disso, estimamos algumas especificações nas quais evidenciou-se que aprendizes do sexo masculino de subgrupos de 14 a 17 anos, 18 a 23 anos e aprendizes de primeiro emprego, tem efeito significativo na queda da violência, principalmente 4 anos após a extensão e entre jovens negros de 14 a 23 anos. Além disso, o trabalho procurou detalhar qual o perfil de jovens que mais sofre violência e qual o perfil de jovens que mais se beneficia com o contrato de aprendizagem, fazendo recortes raciais, de gênero e regionais. Verificou-se que há uma disparidade entre os grupos, com negros sendo subrepresentados, em grande parte do tempo, entre os aprendizes e sobrerepresentado na violência, sendo esta a juventude perdida. Além disso, verificamos que o Aprendiz pode estar sendo inadequadamente usado, havendo disparidade entre o número de aprendizes e o número de vagas mínimas a serem preenchidas, o que pode comprometer os benefícios da lei.
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Utilizando-se de dados municipais do Brasil e através do método de variaveis instrumentais, além de aproveitar a descontinuidade ocasionada pela extensão da lei em 2005, quando jovens adultos de 18 a 23 anos foram permitidos a adentrar ao programa, o trabalho se atenta a fornecer evidências empíricas de que contratos de aprendizagem podem ser eficazes na prevenção da criminalidade violenta, expressa pelos homicídios intencionais. Tal evidência segue a diversa literatura da Teoria econômica do crime, de que empregabilidade afeta a criminalidade. Com isso, estimamos que a lei do aprendiz conseguiu diminuir a violência principalmente no grupo de jovens negros do sexo masculino de 14 a 23 anos, principal grupo afetado pelos homicídios intencionais. A lei conseguiu ser eficaz para a queda dos homicídios nesses grupos entre 2 e 4 anos depois da extensão, com exceção do ano de 2008. Quando comparada a uma análise dos anos iniciais da lei, pode ser verificado que a extensão contribuiu para o decrescimento da violência. Além disso, estimamos algumas especificações nas quais evidenciou-se que aprendizes do sexo masculino de subgrupos de 14 a 17 anos, 18 a 23 anos e aprendizes de primeiro emprego, tem efeito significativo na queda da violência, principalmente 4 anos após a extensão e entre jovens negros de 14 a 23 anos. Além disso, o trabalho procurou detalhar qual o perfil de jovens que mais sofre violência e qual o perfil de jovens que mais se beneficia com o contrato de aprendizagem, fazendo recortes raciais, de gênero e regionais. Verificou-se que há uma disparidade entre os grupos, com negros sendo subrepresentados, em grande parte do tempo, entre os aprendizes e sobrerepresentado na violência, sendo esta a juventude perdida. Além disso, verificamos que o Aprendiz pode estar sendo inadequadamente usado, havendo disparidade entre o número de aprendizes e o número de vagas mínimas a serem preenchidas, o que pode comprometer os benefícios da lei.This study aims to estimate the possible impact of the Apprenticeship Law on crime, especially among young people who are at risk of violence in the country. Using Brazilian municipal data and the instrumental variables method, and taking advantage of the discontinuity caused by the law's extension in 2005, when young adults aged 18 to 23 were allowed to enter the program, the study provides empirical evidence that apprenticeship contracts can be effective in preventing violent crime, expressed by intentional homicides. This evidence follows the diverse literature of the economic theory of crime, that employability affects crime. Thus, we estimate that the apprenticeship law managed to reduce violence mainly in the group of young black males aged 14 to 23, the main group affected by intentional homicides. The law was effective in reducing homicides in these groups between 2 and 4 years after the extension, except for the year 2008. When compared to an analysis of the initial years of the law, it can be seen that the extension contributed to the decrease in violence. Additionally, we estimate some specifications in which it was shown that male apprentices from subgroups of 14 to 17 years, 18 to 23 years, and first-time apprentices have a significant effect on reducing violence, mainly 4 years after the extension, and among young black males aged 14 to 23. Moreover, the study sought to detail the profile of young people who suffer the most violence and the profile of young people who benefit the most from the apprenticeship contract, making racial, gender, and regional cuts. It was found that there is a disparity between the groups, with blacks being underrepresented, for the most part, among apprentices and overrepresented in violence, being the lost youth. Additionally, we found that the Apprenticeship may be inadequately used, with a disparity between the number of apprentices and the minimum number of vacancies to be filled, which may compromise the benefits of the law.165 f.Machado, Danielle Carusihttp://lattes.cnpq.br/5061844070320035http://lattes.cnpq.br/5329398108378914Ribeiro, Jônatas de Mendonça Monteiro2024-08-27T19:01:12Z2024-08-27T19:01:12Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfRIBEIRO, Jônatas de Mendonça Monteiro. Juventude perdida ou jovem aprendiz: o impacto do programa de aprendizagem brasileiro na criminalidade violenta. 2022. 165 f. Dissertação (Mestrado em Economia) – Programa de Pós-Graduação em Economia, Faculdade de Economia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2022.https://app.uff.br/riuff/handle/1/34460CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2024-08-27T19:01:16Zoai:app.uff.br:1/34460Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-27T19:01:16Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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