Monitoramento e caracterização molecular de staphylococcus aureus em lesões cutâneas crônicas tratadas com hidrogel e placa de poliuretano
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/2500 |
Resumo: | Este estudo teve como objetivo analisar a presença de cepas de staphylococcus aureus nas lesões cutâneas crônicas tratadas com hidrogel a 2% e placa de poliuretano. Para tal, foi realizada pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, tendo como campo de pesquisa o ambulatório de reparo de feridas do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP/UFF) e a Policlínica Comunitária da Engenhoca (PCE), ambos localizados na cidade de Niterói, RJ. A análise microbiológica foi realizada no Laboratório de Controle Microbiológico da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e no Instituto de Microbiologia Paulo de Góes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A coleta de dados foi realizada em duas etapas, a primeira relacionada ao exame clínico com a identificação do paciente e descrição clínica das lesões e a segunda relacionada à coleta do espécime clínico utilizando-se como instrumento de coleta o swab. Todas as cepas de S. aureus analisadas foram identificadas por MALDI-TOF e a suscetibilidade a antimicrobianos foi determinada pelo teste de disco-difusão em meio sólido, seguindo as normas recomendadas do CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute). A reação em cadeia da polimerase (PCR) foi empregada na detecção do gene mecA e genes lukF-PV e lukS-PV. A diversidade clonal foi verificada pelo PFGE (pulsed-field gel electrophoresis). O S. aureus foi detectado em 82,9% (29/35) dos pacientes em uso de hidrogel e em 100% (8/8) dos pacientes em uso de placa de poliuretano. Os pacientes em uso de placa de poliuretano com prata apresentaram mais sinais clínicos de infecção quando comparados aos pacientes em uso de hidrogel a 2%, principalmente pela presença do exsudato purulento. A razão de prevalência demonstrou que os pacientes que usaram a placa de poliuretano com prata tiveram pelo menos 3,6 vezes maior chance de apresentarem infecção nas feridas quando comparados com os pacientes em uso de hidrogel. A maioria dos S. aureus identificados, em ambos os campos de pesquisa, apresentou resistência à penicilina, meticilina, eritromicina e clindamicina. Em cinco pacientes (10 cepas- 20%) foi observada amplificação para o gene mecA, demonstrando a colonização por MRSA. Não foi observada amplificação para os genes lukF-PV e lukS-PV. Embora tenha sido detectada grande diversidade genética entre as cepas analisadas, o mesmo padrão se repetiu entre os S. aureus coletados em dois momentos diferentes nos mesmos pacientes. No entanto, as amostras 1 e 32/32* apresentaram o mesmo padrão de fragmentação de DNA pelo PFGE. Através da razão de prevalência, determinou-se que os pacientes com MSSA têm 16 vezes mais chance de ter infecção em feridas quando comparados aos pacientes com MRSA. Assim, o tratamento com hidrogel a 2% ou placa de poliuretano não interferiu na colonização por S. aureus. Além disso, verificamos que o uso de placa de poliuretano com prata não é indicado para feridas infectadas quando o paciente possuir como comorbidades hipertensão arterial e insuficiência venosa crônica |
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A análise microbiológica foi realizada no Laboratório de Controle Microbiológico da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e no Instituto de Microbiologia Paulo de Góes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A coleta de dados foi realizada em duas etapas, a primeira relacionada ao exame clínico com a identificação do paciente e descrição clínica das lesões e a segunda relacionada à coleta do espécime clínico utilizando-se como instrumento de coleta o swab. Todas as cepas de S. aureus analisadas foram identificadas por MALDI-TOF e a suscetibilidade a antimicrobianos foi determinada pelo teste de disco-difusão em meio sólido, seguindo as normas recomendadas do CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute). A reação em cadeia da polimerase (PCR) foi empregada na detecção do gene mecA e genes lukF-PV e lukS-PV. A diversidade clonal foi verificada pelo PFGE (pulsed-field gel electrophoresis). O S. aureus foi detectado em 82,9% (29/35) dos pacientes em uso de hidrogel e em 100% (8/8) dos pacientes em uso de placa de poliuretano. Os pacientes em uso de placa de poliuretano com prata apresentaram mais sinais clínicos de infecção quando comparados aos pacientes em uso de hidrogel a 2%, principalmente pela presença do exsudato purulento. A razão de prevalência demonstrou que os pacientes que usaram a placa de poliuretano com prata tiveram pelo menos 3,6 vezes maior chance de apresentarem infecção nas feridas quando comparados com os pacientes em uso de hidrogel. A maioria dos S. aureus identificados, em ambos os campos de pesquisa, apresentou resistência à penicilina, meticilina, eritromicina e clindamicina. Em cinco pacientes (10 cepas- 20%) foi observada amplificação para o gene mecA, demonstrando a colonização por MRSA. Não foi observada amplificação para os genes lukF-PV e lukS-PV. Embora tenha sido detectada grande diversidade genética entre as cepas analisadas, o mesmo padrão se repetiu entre os S. aureus coletados em dois momentos diferentes nos mesmos pacientes. No entanto, as amostras 1 e 32/32* apresentaram o mesmo padrão de fragmentação de DNA pelo PFGE. Através da razão de prevalência, determinou-se que os pacientes com MSSA têm 16 vezes mais chance de ter infecção em feridas quando comparados aos pacientes com MRSA. Assim, o tratamento com hidrogel a 2% ou placa de poliuretano não interferiu na colonização por S. aureus. Além disso, verificamos que o uso de placa de poliuretano com prata não é indicado para feridas infectadas quando o paciente possuir como comorbidades hipertensão arterial e insuficiência venosa crônicaThis study aimed to analyze the presence of staphylococcus aureus in chronic wounds treated with hydrogel 2% and polyurethane plate. To do this, was done a descriptive study with a quantitative approach. The field research was the Wound Repair Clinic at the University Hospital Antônio Pedro (HUAP / UFF) and the Community Polyclinic of the Engenhoca, both located in the city of Niterói, RJ. The microbiological analysis was conducted at the Laboratory of Microbiological Control of the Faculty of Pharmacy of the University Federal Fluminense (UFF) and the Institute of Microbiology Paulo de Góes of the University Federal of the Rio de Janeiro (UFRJ). Data collection was carried out in stages, the first related to the clinical examination with the patient identification and clinical description of the wounds and the other step related to the collection of the clinical specimen using the swab. All strains of S. aureus analyzed were identified by MALDI-TOF and susceptibility to antibiotics was determined by disk diffusion test on solid medium following the standards recommended by CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute). The polymerase chain reaction (PCR) was used in the detection of the mecA gene and lukF-PV and luks-PV genes. The clonal diversity was verified by PFGE (pulsed-field gel electrophoresis). The S. aureus was detected in 82.9% (29/35) of patients using hydrogel and in 100% (8/8) the patients using polyurethane plate. Patients using polyurethane plate with silver presented more clinical signs of infection when compared to patients using hydrogel 2%, mainly by the presence of purulent exudate. The prevalence ratio showed that patients who used polyurethane plate with silver had at least 3.6 times more chance to have infection in the wound when compared to patients using hydrogel. Most S. aureus identified in both research fields presented resistance to penicillin, methicillin, erythromycin and clindamycin. Five patients (10 strains - 20%) were observed amplification for the gen mecA demonstranting colonization by MRSA. There was no amplification for lukF-PV and lukS-PV genes. Although was detected a big genetic diversity among the strains analyzed, the same pattern repeated among the S. aureus collected at two different times from the same patients. However, samples 1 and 32/32* showed the same fragmentation pattern by PFGE. Through the prevalence ratio identified that patients with MSSA had 16 times more likely to have infection in wounds when compared to patients with MRSA. Thus, the treatment with hydrogel 2% or polyurethane board did not interfered in the colonization by S. aureus. In addition, we perceived that the use of polyurethane plate with silver is not indicated for infected wounds when patients had comorbidities such as hypertension and chronic venous insufficiency110 f.Oliveira, Beatriz Guitton Renaud Baptista deCarvalho, Bernadete Teixeira FerreiraFuly, Patricia dos Santos ClaroTeixeira, Lenise ArneiroBarreto, Bruna Maiara Ferreira2016-10-14T16:58:18Z2016-10-14T16:58:18Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfBARRETO, Bruna Maiara Ferreira. Monitoramento e caracterização molecular de staphylococcus aureus em lesões cutâneas crônicas tratadas com hidrogel e placa de poliuretano. 2015. 110 f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Cuidado em Saúde) - Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2015.https://app.uff.br/riuff/handle/1/2500http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-09-06T04:01:47Zoai:app.uff.br:1/2500Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:00:25.482962Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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Este estudo teve como objetivo analisar a presença de cepas de staphylococcus aureus nas lesões cutâneas crônicas tratadas com hidrogel a 2% e placa de poliuretano. Para tal, foi realizada pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, tendo como campo de pesquisa o ambulatório de reparo de feridas do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP/UFF) e a Policlínica Comunitária da Engenhoca (PCE), ambos localizados na cidade de Niterói, RJ. A análise microbiológica foi realizada no Laboratório de Controle Microbiológico da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e no Instituto de Microbiologia Paulo de Góes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A coleta de dados foi realizada em duas etapas, a primeira relacionada ao exame clínico com a identificação do paciente e descrição clínica das lesões e a segunda relacionada à coleta do espécime clínico utilizando-se como instrumento de coleta o swab. Todas as cepas de S. aureus analisadas foram identificadas por MALDI-TOF e a suscetibilidade a antimicrobianos foi determinada pelo teste de disco-difusão em meio sólido, seguindo as normas recomendadas do CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute). A reação em cadeia da polimerase (PCR) foi empregada na detecção do gene mecA e genes lukF-PV e lukS-PV. A diversidade clonal foi verificada pelo PFGE (pulsed-field gel electrophoresis). O S. aureus foi detectado em 82,9% (29/35) dos pacientes em uso de hidrogel e em 100% (8/8) dos pacientes em uso de placa de poliuretano. Os pacientes em uso de placa de poliuretano com prata apresentaram mais sinais clínicos de infecção quando comparados aos pacientes em uso de hidrogel a 2%, principalmente pela presença do exsudato purulento. A razão de prevalência demonstrou que os pacientes que usaram a placa de poliuretano com prata tiveram pelo menos 3,6 vezes maior chance de apresentarem infecção nas feridas quando comparados com os pacientes em uso de hidrogel. A maioria dos S. aureus identificados, em ambos os campos de pesquisa, apresentou resistência à penicilina, meticilina, eritromicina e clindamicina. Em cinco pacientes (10 cepas- 20%) foi observada amplificação para o gene mecA, demonstrando a colonização por MRSA. Não foi observada amplificação para os genes lukF-PV e lukS-PV. Embora tenha sido detectada grande diversidade genética entre as cepas analisadas, o mesmo padrão se repetiu entre os S. aureus coletados em dois momentos diferentes nos mesmos pacientes. No entanto, as amostras 1 e 32/32* apresentaram o mesmo padrão de fragmentação de DNA pelo PFGE. Através da razão de prevalência, determinou-se que os pacientes com MSSA têm 16 vezes mais chance de ter infecção em feridas quando comparados aos pacientes com MRSA. Assim, o tratamento com hidrogel a 2% ou placa de poliuretano não interferiu na colonização por S. aureus. Além disso, verificamos que o uso de placa de poliuretano com prata não é indicado para feridas infectadas quando o paciente possuir como comorbidades hipertensão arterial e insuficiência venosa crônica |
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