Epidemiologia das infecções neonatais e da colonização materna por Streptococcus agalactiae no Brasil: uma revisão sistemática

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barros, Clarissa Campos
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28442
Resumo: Streptococcus agalactiae ou estreptococo do grupo B (EGB) é considerado um importante agente etiológico de infecções humanas. Embora a colonização em adultos, especialmente em gestantes, seja assintomática, a infecção em neonatos tende a ser agressiva, causando pneumonia, sepse e meningite. Desde 1996, o American College of Obstetricians and Gynecologists e o Centers for Disease Control and Prevention estabeleceram as principais diretrizes para a profilaxia da infecção estreptocócica neonatal, que consistem na triagem universal de gestantes e na antibioticoprofilaxia intraparto. No Brasil, o Ministério da Saúde, não recomenda a adoção dessas medidas em gestantes de baixo risco com o argumento de que não há dados nacionais suficientes sobre a prevalência da colonização materna e a incidência de infecção neonatal. Entretanto, diante da relevância da infecção neonatal causada por EGB, da mortalidade associada e de suas sequelas, a investigação sistematizada sobre esses temas se faz essencial e pode subsidiar a implantação de políticas públicas de prevenção da infecção. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática sobre a epidemiologia da colonização materna e da infecção neonatal por S. agalactiae no Brasil e temas relacionados, como o comportamento das amostras bacterianas frente aos antimicrobianos recomendados para a profilaxia e os tipos capsulares mais frequentes. Foi realizada a busca por meio de palavras- chave nos bancos de dados eletrônicos da SciElo, PubMed e LILACS, que resultou em 557 artigos, dos quais 512 foram excluídos baseado em critérios de exclusão pré-definidos, ou ainda por estarem duplicados e/ou inacessíveis. Portanto, 45 artigos foram incluídos nesta revisão. As taxas de prevalência de colonização materna (3,2% a 51,1%) e de incidência de infecção neonatal (0,39 casos a 10,8 casos/1000 nascidos vivos) são diversas em nosso país, variando de acordo com a região geográfica e com os métodos de diagnóstico laboratorial empregados. Os métodos laboratoriais mais utilizados foram: a cultura, considerada padrão-ouro, PCR convencional, PCR quantitativo e Xpert® GBS. Os tipos capsulares mais frequentes encontrados em amostras isoladas de gestantes e de recém-natos foram: Ia, V, III e II. Foram encontradas taxas variáveis de resistência a clindamicina, eritromicina e tetraciclina. Os dados obtidos indicam que o país já possui uma considerável literatura sobre a infecção neonatal e a colonização materna por EGB, o que poderia ser utilizado pelo Ministério da Saúde na formulação de recomendações para a atenção à gestante de baixo-risco, a fim de se erradicar a infecção estreptocócica neonatal
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No Brasil, o Ministério da Saúde, não recomenda a adoção dessas medidas em gestantes de baixo risco com o argumento de que não há dados nacionais suficientes sobre a prevalência da colonização materna e a incidência de infecção neonatal. Entretanto, diante da relevância da infecção neonatal causada por EGB, da mortalidade associada e de suas sequelas, a investigação sistematizada sobre esses temas se faz essencial e pode subsidiar a implantação de políticas públicas de prevenção da infecção. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática sobre a epidemiologia da colonização materna e da infecção neonatal por S. agalactiae no Brasil e temas relacionados, como o comportamento das amostras bacterianas frente aos antimicrobianos recomendados para a profilaxia e os tipos capsulares mais frequentes. Foi realizada a busca por meio de palavras- chave nos bancos de dados eletrônicos da SciElo, PubMed e LILACS, que resultou em 557 artigos, dos quais 512 foram excluídos baseado em critérios de exclusão pré-definidos, ou ainda por estarem duplicados e/ou inacessíveis. Portanto, 45 artigos foram incluídos nesta revisão. As taxas de prevalência de colonização materna (3,2% a 51,1%) e de incidência de infecção neonatal (0,39 casos a 10,8 casos/1000 nascidos vivos) são diversas em nosso país, variando de acordo com a região geográfica e com os métodos de diagnóstico laboratorial empregados. Os métodos laboratoriais mais utilizados foram: a cultura, considerada padrão-ouro, PCR convencional, PCR quantitativo e Xpert® GBS. Os tipos capsulares mais frequentes encontrados em amostras isoladas de gestantes e de recém-natos foram: Ia, V, III e II. Foram encontradas taxas variáveis de resistência a clindamicina, eritromicina e tetraciclina. Os dados obtidos indicam que o país já possui uma considerável literatura sobre a infecção neonatal e a colonização materna por EGB, o que poderia ser utilizado pelo Ministério da Saúde na formulação de recomendações para a atenção à gestante de baixo-risco, a fim de se erradicar a infecção estreptocócica neonatalStreptococcus agalactiae or group B Streptococcus (GBS) is an important etiological agent of human infections. Although colonization in adults, especially pregnant women, is asymptomatic, in neonates, the infection tends to be severe, causing pneumonia, sepsis and meningitis. Since 1996, the American College of Obstetricians and Gynecologists and the Centers for Disease Control and Prevention have established the main guidelines for the prophylaxis of neonatal streptococcal infection, which consist of universal screening of pregnant women and intrapartum antibiotic prophylaxis. In Brazil, the Ministry of Health does not recommend the adoption of these measures in low-risk pregnant women under the justification that there is not enough national data on the prevalence of maternal colonization and the incidence of neonatal infection. However, given the relevance of neonatal infection caused by GBS, the associated mortality and its sequelae, systematic investigation of these topics are essential and can support the implementation of public policies to prevent the infection. The aim of this study was to perform a systematic review of the epidemiology of maternal colonization and neonatal infection by S. agalactiae in Brazil and related topics, such as the behavior of bacterial isolates against prophylaxis recommended antimicrobials and the most frequent capsular types. Searching in electronic databases, SciElo, PubMed, and LILACS, was performed using keywords. It resulted in 557 articles, of which 512 were excluded based on predefined exclusion criteria, duplicity or inaccessibility. Therefore, 45 articles were included in this review. The prevalence rates of maternal colonization (3.2% to 51.1%) and the incidence of neonatal infection (0.39 cases to 10.8 cases/1000 live births) by GBS are diverse in our country, varying according to with the geographical region and with the laboratory diagnosis methods employed. The laboratory methods most used were: culture, considered the gold standard, conventional PCR, quantitative PCR and Xpert® GBS. The most frequent capsular types found in isolates recovered from pregnant women and newborns were: Ia, V, III and II. Variable resistance rates to clindamycin, erythromycin, and tetracycline have been found. The data obtained indicate that the country has already a considerable literature about neonatal infection and maternal colonization by GBS, which could be used by the Ministry of Health to formulate recommendations for low-risk pregnant women care, in order to eradicate neonatal streptococcal infection49 f.Barros, Rosana Rochahttp://lattes.cnpq.br/6474330162286763Souza, Cláudia Rezende Vieira Mendonça deChagas , Thiago Pavoni Gomeshttp://lattes.cnpq.br/3579357632710880Barros, Clarissa Campos2023-04-03T21:27:56Z2023-04-03T21:27:56Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttp://app.uff.br/riuff/handle/1/28442CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2023-04-03T21:28:00Zoai:app.uff.br:1/28442Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202023-04-03T21:28Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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