Aspectos da resistência aos antimicrobianos, virulência e diversidade genética de cepas de Streptococcus agalactiae isoladas de gestantes e recém-natos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Viviane Carvalho
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6659
Resumo: Streptococcus agalactiae ou estreptococo do grupo B (EGB), componente da microbiota intestinal e geniturinária humana, tem relevância médica como importante agente de infecção em recém-natos (RN) e gestantes. Apesar da tradicional relação com estes hospedeiros, o EGB tem apresentado importância crescente entre adultos não grávidos e idosos. A infecção neonatal tem como fator predisponente a colonização materna e pode seguir dois padrões, precoce e tardio, manifestando-se principalmente sob as formas de pneumonia, sepse e meningite. O uso da quimioprofilaxia intravenosa intraparto para a prevenção da infecção neonatal iniciou-se na década de 1980, sendo a penicilina a primeira escolha e, para gestantes alérgicas, cefazolina, eritromicina, clindamicina ou vancomicina como terapia alternativa. Tem sido observado um aumento na resistência de EGB a antimicrobianos como eritromicina e clindamicina. Os mecanismos de resistência aos macrolídeos incluem o efluxo ativo e a modificação do sítio alvo, codificados pelos genes mef e erm, respectivamente. Outro ponto de grande interesse é o repertório de moléculas que atuam como fatores de virulência de EGB. O objetivo desse estudo foi avaliar, entre 106 cepas de EGB isoladas na rotina de laboratórios clínicos, a partir de espécimes oriundos de RN (sangue e secreção umbilical) e de gestantes (secreção vaginal e urina), o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos, investigar por PCR os determinantes genéticos de resistência a macrolídeos e os genes bac e bca, envolvidas na virulência e determinar a relação genética de 35 cepas representativas empregando a análise do polimorfismo do DNA após tratamento com enzimas de restrição e eletroforese em gel em campo pulsado (PFGE). Após confirmação da espécie, as cepas foram submetidas ao teste de susceptibilidade aos antimicrobianos pelo método de difusão em agar. As cepas foram susceptíveis a maioria dos antimicrobianos pelo método de difusão em agar. As cepas foram susptíveis a maioria dos antimicrobiannos testados (ceftriaxona, clindamicina, levofloxacina, penicilina e vancomicina), com exceção da tetraciclina (4,7% intermediárias). As cepas resistentes à eritromicina expressaram o fenótipo MLSB indutivo e albergavam o gene ermA. A Detecção dos genes bac e bca ocorreu em 6,6% e 13,2% das cepas analisadas, respectivamente. Os perfis de fragmentação do DNA foram distribuídos em cinco grupos clonais (A e E). Em alguns destes grupos (A, B e E) foram observados perfis que diferiram entre 1-3 bandas, totalizando 11 perfis. Entretanto, a maioria das cepas pertenceu aos grupos A (21 cepas, 60%) e B (10 cepas, 29,6%). Duas cepas, isoladas de uma gestante e de seu RN apresentaram o mesmo perfil de PFGE (A2), evidenciando a transmissão vertical. Cepas oriundas de sítios de colonização apresentaram maior diversidade de perfis quando proporcionalmente comparadas àquelas isoladas de infecção. Todas as cepas resistentes à eritromicina pertenceram ao grupo clonal B, porém neste mesmo grupo foram encontradas cepas sensíveis a este antimicrobiano. As características genéticas comuns entre tais cepas evidenciam a disseminação de um único clone, porém este clone não foi exclusivo de cepas resistentes a macrolídeos.
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