Neurociências e saúde pública: efeito do semáforo nutricional sobre o impacto emocional de alimentos ultraprocessados
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/9777 |
Resumo: | A obesidade é atualmente considerada uma pandemia e um grave problema de saúde pública mundial, agindo como um importante fator de risco para agravos crônico-degenerativos não transmissíveis. O atual quadro mundial de tendência à obesidade parece estar ligado à substituição de refeições tradicionais pelo consumo de alimentos processados e ultraprocessados com alto teor de gordura, açúcar, sal e aditivos. Esses produtos insalubres, além de suas características intrínsecas de hiperpalatabilidade, alta durabilidade e praticidade, são os principais comercializados e presentes nas propagandas. Políticas públicas têm sido aplicadas para reduzir o apelo positivo evocado por estes produtos. Uma das medidas visa empregar sistemas de rotulagem na forma de um semáforo nutricional, que utiliza diferentes cores para indicar o conteúdo de açúcar, sódio, gordura saturada e trans. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito das diferentes cores do semáforo nutricional sobre o impacto emocional, desejo de consumo e percepção de salubridade evocados pela visualização de imagens de alimentos ultraprocessados. 68 (sessenta e oito) participantes (57 (cinquenta e sete) mulheres, idade M = 21,29 anos e DP = 4,05) visualizavam imagens de alimentos ultraprocessados precedidos por um círculo nas cores verde, amarelo ou vermelho, apresentados de forma pseudoaleatória. Após a visualização das imagens os participantes deveriam julgar as imagens quanto à reatividade emocional evocada (valência e ativação), desejo de consumo e efeito sobre a saúde. Os participantes preenchiam ainda informações sobre renda familiar, conhecimento nutricional e a fome percebida imediatamente antes do início da sessão experimental. A fome foi capaz de aumentar a valência, a ativação e o desejo de consumo das imagens de alimentos ultraprocessados. Na condição “vermelho” os voluntários classificavam as imagens como mais insalubres (fazem mais mal à saúde) (M = 2,55 DP = 0,89) quando comparado às condições “amarelo” (M = 2,95 DP = 1,11) e “verde” (M = 3,15 DP = 1,06). Este efeito ocorreu independente do conhecimento nutricional, mas os indivíduos com maior conhecimento nutricional classificavam as imagens como mais insalubres. O conhecimento nutricional correlacionou-se à renda familiar. O semáforo nutricional vermelho é capaz de modificar a percepção de salubridade dos produtos ultraprocessados. A cor vermelha possui o potencial de promover escolhas mais saudáveis mesmo em indivíduos com baixo conhecimento nutricional. |
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Neurociências e saúde pública: efeito do semáforo nutricional sobre o impacto emocional de alimentos ultraprocessadosSemáforo nutricionalAlimentos ultraprocessadosDoenças crônicas não-transmissíveisRegulação da emoçãoNeurociênciaAlimentoSaúde PúblicaNutriçãoTraffic-light labelUltra-processed foodNon-communicable chronic diseasesEmotion regulationA obesidade é atualmente considerada uma pandemia e um grave problema de saúde pública mundial, agindo como um importante fator de risco para agravos crônico-degenerativos não transmissíveis. O atual quadro mundial de tendência à obesidade parece estar ligado à substituição de refeições tradicionais pelo consumo de alimentos processados e ultraprocessados com alto teor de gordura, açúcar, sal e aditivos. Esses produtos insalubres, além de suas características intrínsecas de hiperpalatabilidade, alta durabilidade e praticidade, são os principais comercializados e presentes nas propagandas. Políticas públicas têm sido aplicadas para reduzir o apelo positivo evocado por estes produtos. Uma das medidas visa empregar sistemas de rotulagem na forma de um semáforo nutricional, que utiliza diferentes cores para indicar o conteúdo de açúcar, sódio, gordura saturada e trans. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito das diferentes cores do semáforo nutricional sobre o impacto emocional, desejo de consumo e percepção de salubridade evocados pela visualização de imagens de alimentos ultraprocessados. 68 (sessenta e oito) participantes (57 (cinquenta e sete) mulheres, idade M = 21,29 anos e DP = 4,05) visualizavam imagens de alimentos ultraprocessados precedidos por um círculo nas cores verde, amarelo ou vermelho, apresentados de forma pseudoaleatória. Após a visualização das imagens os participantes deveriam julgar as imagens quanto à reatividade emocional evocada (valência e ativação), desejo de consumo e efeito sobre a saúde. Os participantes preenchiam ainda informações sobre renda familiar, conhecimento nutricional e a fome percebida imediatamente antes do início da sessão experimental. A fome foi capaz de aumentar a valência, a ativação e o desejo de consumo das imagens de alimentos ultraprocessados. Na condição “vermelho” os voluntários classificavam as imagens como mais insalubres (fazem mais mal à saúde) (M = 2,55 DP = 0,89) quando comparado às condições “amarelo” (M = 2,95 DP = 1,11) e “verde” (M = 3,15 DP = 1,06). Este efeito ocorreu independente do conhecimento nutricional, mas os indivíduos com maior conhecimento nutricional classificavam as imagens como mais insalubres. O conhecimento nutricional correlacionou-se à renda familiar. O semáforo nutricional vermelho é capaz de modificar a percepção de salubridade dos produtos ultraprocessados. A cor vermelha possui o potencial de promover escolhas mais saudáveis mesmo em indivíduos com baixo conhecimento nutricional.Obesity is currently considered a pandemic and a serious global public health problem, acting as an important risk factor for non-communicable chronic diseases. The current global situation of a tendency to obesity seems to be linked to the substitution of traditional meals for the consumption of processed and ultra-processed products with high levels of fat, sugar, salt and additives. These unhealthy products, besides their intrinsic characteristics of hyperpalatability, high durability and practicality, are the main marketed items present in advertising. Public policies have been applied to reduce the positive appeal evoked by these products. One of the measures aims to employ labeling systems in the form of a traffic light label, which uses different colors to indicate the content of sugar, sodium, saturated and trans fat. The objective of this work was to evaluate the effect of the different colors of the traffic-light label on the emotional impact, intention to consume and perception of healthfulness evoked by the visualization of ultra-processed food and drink products pictures. 68 (sixty-eight) participants (57 (fifty-seven) women, age M = 21,29 years and SD = 4,05) visualized pictures of ultra-processed products preceded by a green, yellow or red circle, presented in a pseudo-random order. After the images’ display, participants should judge the pictures regarding the evoked emotional reactivity (valence and arousal), intention to consume and perceived effect on health. The participants also informed their family income, nutritional knowledge and perceived hunger immediately before the beginning of the experimental session. Hunger was capable of increasing the ultra-processed products’ pictures valence, arousal and intention to consume. In the “red” condition the participants rated the pictures as more unhealthful (M = 2,55 SD = 0,89) when compared to the “yellow” (M = 2,95 SD = 1,11) and “green” (M = 3,15 SD = 1,06) conditions. This effect occurred regardless of the nutritional knowledge, but the participants with higher nutritional knowledge rated the pictures as more unhealthful. The nutritional knowledge correlated with family income. The red nutritional traffic light is capable of modifying the perception of the healthfulness of the ultra-processed products. The red color possesses the potential of promoting healthier choices, even for individuals with low nutritional knowledge.David, Isabel de Paula AntunesPortugal, Liana Catarina LimaCampagnole, Rafaela RamosCoutinho, André Almo de Moraes2019-06-04T15:20:46Z2019-06-04T15:20:46Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/9777Aluno de GraduaçãoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-08-06T19:42:13Zoai:app.uff.br:1/9777Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:05:47.607569Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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