Diagnóstico da saúde ambiental dos ecossistemas recifais de Abrolhos e Porto Seguro, BA, com ênfase em foraminíferos bentônicos e indicadores geoquímicos.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Patricia Oliveira
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/8507
Resumo: Este trabalho avaliou a saúde ambiental dos ecossitemas recifais de Abrolhos (AB) e Porto Seguro (PS) no Estado da Bahia com base em foraminíferos bentônicos e Amphistegina spp. como bioindicadores. Um total de 54 amostras do sedimento superficial (±5cm) foi coletado para análise de foraminíferos e 18 amostras para análises geoquímicas em 9 estações, de cada área em Janeiro e Julho de 2005, para determinar variabilidade sazonal. As amostras foram coletadas através de mergulho autônomo em diferentes estratos (2-6 m, 6-12 m e 12-20 m), onde foram mensuradas in situ a temperatura, a salinidade e o oxigênio dissolvido da água sobre o fundo e a transparência da água. No sedimento foram analisados carbono e nitrogênio elementar, carbonato de cálcio, fósforo, matéria orgânica (m.o.), mineralogia e granulometria. Os foraminíferos foram identificados em nível genérico e separados em grupos tróficos para aplicação do índice FORAM (FI). As variáveis geoquímicas indicadoras da qualidade do substrato e as bióticas foram mapeadas em SIG a fim de revelar os seus padrões de distribuição. Foram encontrados 136 e 163 gêneros em AB e PS, respectivamente, onde os foraminíferos heterotróficos foram os mais abundantes em ambas as áreas. A granulometria predominante é areia em AB e areia e silte em PS, refletindo o hidrodinamismo nas regiões. Os minerais predominantes são calcita e aragonita em ambas as áreas, com alguma contribuição de esmectita em PS. O aporte do rio Buranhém em PS parece exercer grande influência na mineralogia, no conteúdo de m.o. (10-17%) e do fósforo (495-684 μg/g) principalmente na terceira transeção, enquanto Abrolhos parece ser controlado apenas pela Corrente do Brasil e pela maré. O δ13C no sedimento variou de -13,28 a -19,77 ‰ em AB e de -17,07 a -20,60 ‰ em PS confirmando que a origem da m.o. é marinha; o δ15N variou de -0,31 a 4,49‰ em AB e de 0,56 a 4,72 ‰ em PS sugerindo possível denitrificação nos sistemas. O substrato em ambos os ecossistemas foi semelhante quanto à composição, origem, processos de degradação e qualidade da m.o. para os foraminíferos. As alterações em Amphistegina spp. mostram que o alto hidrodinamismo nas áreas pode ser um fator determinante do branqueamento das testas e de outros processos que levam ao enfraquecimento/quebra das mesmas. O FI apresentou os maiores valores no recife oceânico evidenciando que nos recifes costeiros a proximidade da costa, bem como o aporte de material alóctone e suas vias de transporte teriam uma maior importância em PS do que em AB afetando toda a dinâmica na área bem como do substrato ideal para a fixação de foraminíferos bentônicos. Os fatores ambientais controladores da distribuição dos foraminíferos nas áreas estudadas são a disponibilidade de m.o., a quantidade de luz incidente, a batimetria e principalmente o hidrodinamismo. A utilização da taxocenose de foraminíferos bentônicos, a aplicação do FI, o uso das populações de Amphistegina spp. como bioindicadores e o uso dos indicadores geoquímicos são importantes nos estudos de monitoramento e diagnóstico de estresse e qualidade ambiental de ecossistemas recifais em AB e PS.
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As amostras foram coletadas através de mergulho autônomo em diferentes estratos (2-6 m, 6-12 m e 12-20 m), onde foram mensuradas in situ a temperatura, a salinidade e o oxigênio dissolvido da água sobre o fundo e a transparência da água. No sedimento foram analisados carbono e nitrogênio elementar, carbonato de cálcio, fósforo, matéria orgânica (m.o.), mineralogia e granulometria. Os foraminíferos foram identificados em nível genérico e separados em grupos tróficos para aplicação do índice FORAM (FI). As variáveis geoquímicas indicadoras da qualidade do substrato e as bióticas foram mapeadas em SIG a fim de revelar os seus padrões de distribuição. Foram encontrados 136 e 163 gêneros em AB e PS, respectivamente, onde os foraminíferos heterotróficos foram os mais abundantes em ambas as áreas. A granulometria predominante é areia em AB e areia e silte em PS, refletindo o hidrodinamismo nas regiões. Os minerais predominantes são calcita e aragonita em ambas as áreas, com alguma contribuição de esmectita em PS. O aporte do rio Buranhém em PS parece exercer grande influência na mineralogia, no conteúdo de m.o. (10-17%) e do fósforo (495-684 μg/g) principalmente na terceira transeção, enquanto Abrolhos parece ser controlado apenas pela Corrente do Brasil e pela maré. O δ13C no sedimento variou de -13,28 a -19,77 ‰ em AB e de -17,07 a -20,60 ‰ em PS confirmando que a origem da m.o. é marinha; o δ15N variou de -0,31 a 4,49‰ em AB e de 0,56 a 4,72 ‰ em PS sugerindo possível denitrificação nos sistemas. O substrato em ambos os ecossistemas foi semelhante quanto à composição, origem, processos de degradação e qualidade da m.o. para os foraminíferos. As alterações em Amphistegina spp. mostram que o alto hidrodinamismo nas áreas pode ser um fator determinante do branqueamento das testas e de outros processos que levam ao enfraquecimento/quebra das mesmas. O FI apresentou os maiores valores no recife oceânico evidenciando que nos recifes costeiros a proximidade da costa, bem como o aporte de material alóctone e suas vias de transporte teriam uma maior importância em PS do que em AB afetando toda a dinâmica na área bem como do substrato ideal para a fixação de foraminíferos bentônicos. Os fatores ambientais controladores da distribuição dos foraminíferos nas áreas estudadas são a disponibilidade de m.o., a quantidade de luz incidente, a batimetria e principalmente o hidrodinamismo. A utilização da taxocenose de foraminíferos bentônicos, a aplicação do FI, o uso das populações de Amphistegina spp. como bioindicadores e o uso dos indicadores geoquímicos são importantes nos estudos de monitoramento e diagnóstico de estresse e qualidade ambiental de ecossistemas recifais em AB e PS.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThis work evaluated the health of reef ecosystems in Abrolhos (AB) and Porto Seguro (PS) in the state of Bahia, based on benthic foraminifera and Amphistegina spp. population as bioindicator. A total of 54 surficial sediment (±5cm) samples were collected for foraminifera and 18 for geochemical parameters taken for each of the two areas on 9 stations, in January 2005 and July 2005, to account for seasonal variability. Samples were collected using scuba equipment in different strata (2-6 m, 6-12 m, and 12-20 m), where parameters measured onsite included visibility, water temperature, salinity and dissolved oxygen near the bottom. Sediment samples were analyzed for organic carbon and nitrogen, carbonate, phosphorus, organic matter (o.m.), mineralogy and grain size. Foraminifera were identified until the generic level. Afterwards, foraminifera genera were sorted into functional groups for further FI application. Geochemical variables indicative of substrata quality for foraminifera as well as biotic parameters were modeled in GIS to reveal their distribution patterns. A total of 136 and 163 genera were found in AB and PS, respectively. Heterotrophic foraminifera were more abundant in both areas which influenced the FI. Grain size analysis showed that sand predominates in AB, while sand and silt dominate in PS revealing the highly hydrodynamic characteristic of the regions. Mineralogy shows that calcite and aragonite predominate in both areas, whereas smectite has a little contribution in Porto Seguro sediment. The input of Buranhém river in Porto Seguro seems to have great influence on mineralogy, on o.m. content (10-17%), and on phosphorus concentration (495-684 μg/g) mainly on the third transect, whereas AB seems to be controlled by Brazil Current and tidal variations. The δ13C in the sediment varies from -13,28 to -19,77 ‰ in AB and from -17,07 to -20,60 ‰ in PS confirming that origin of o.m. is marine for both sites; the δ15N varies from -0,31 to 4,49‰ in AB and from 0,56 to 4,72 ‰ in PS suggesting denitrification processes. The substrata of both ecosystems were similar concerning to composition, origin, decomposition processes and quality of o.m. for the foraminifera. Alterations on Amphistegina spp. tests show that the hydrodynamic of the systems can promote bleaching on their tests and command other processes which may also cause its weakness/breakage. FI values showed its highest values at the oceanic reef comparing to coastal reefs. Environmental factors such as o.m. availability, incident light, bathymetry and mainly hydrodynamic processes are supposed to be the most important factors controlling foraminifera distribution in both areas. The use of foraminifera taxocenose, FORAM index, Amphistegina spp. as bioindicators and geochemical indicators are important on environmental monitoring programs for measuring environmental quality on AB and PS reef ecosystems.NiteróiBarbosa, Cátia FernandesKnoppers, Bastiaan AdriaanBernardes, Marcelo CorrêaCastro, Clóvis BarreiraSemensatto Junior, Décio LuisTurcq, Bruno JeanGomes, Abílio Soareshttp://lattes.cnpq.br/2426944758875313Silva, Patricia Oliveira2019-02-11T15:54:53Z2019-02-11T15:54:53Z2008info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/8507Aluno de DoutoradoopenAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-06-20T13:26:22Zoai:app.uff.br:1/8507Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T10:59:30.997165Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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