Correlação entre Características Sedimentológicas e Foraminíferos Bentônicos em Porto de Suape (PE-Brasil): um Estudo Ambiental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Taiana Regina Silva de
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Santos, Luciana Dantas dos, Silva, Jéssica Cristina Amorim da, Eichler, Patrícia Pinheiro Beck, Barcellos, Roberto Lima
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Anuário do Instituto de Geociências (Online)
Texto Completo: https://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/article/view/30072
Resumo: A construção do maior complexo industrial portuário do nordeste brasileiro, o Porto de Suape (PE/Brasil), ocasionou mudanças geomorfológicas, sedimentares e ambientais no sistema estuarino-lagunar associado. Este estudo visa avaliar a influência da construção do Porto de Suape nas assembleias de foraminíferos bentônicos e suas respostas às características do substrato (teores de carbonato de cálcio e à matéria orgânica total, granulometria). Para isso, 7 amostras foram selecionadas de cada subambiente representativo, nos quais 36 gêneros de foraminíferos foram identificados. Destacam-se as espécies dominantes Ammonia tepida e A. parkinsoniana. Os valores de diversidade se apresentaram mais elevados próximos a plataforma interna, com o menor valor na região do porto que sofre sucessivas dragagens. Os sedimentos de granulação areia dominaram (85,3-99,8%), com exceção da região do canal dragado do rio Tatuoca que apresentou um percentual de argila (30,6%) e o maior percentual de silte (36,2%). Predominam também sedimentos litoclásticos, com teores médios de CaCO3 de 21,95%. A estação de sedimentos de granulação mais grossa se apresenta com ausência de foraminíferos, o que pode ser associada à forte dinâmica de correntes e a quebra parcial dos recifes para implantação do porto. A laguna de Suape, assim como a plataforma interna adjacente, apresentou os maiores percentuais de lama correlacionados à matéria orgânica, podendo revelar influência positiva aos valores de riqueza e diversidade. A região do canal dragado do Rio Tatuoca demonstrou menor diversidade, provavelmente, devido ao estresse ambiental ocasionado pelo constante revolvimento dos sedimentos, que possivelmente refletiu na dominância da A. parkinsoniana. Espécies oportunistas foram dominantes principalmente nas estações mais próximas à costa. Estações mais profundas, localizadas próximas aos beachrocks e plataforma interna, apresentaram um dos mais altos valores de diversidade, contribuindo para afirmar a influência marinha na melhoria da qualidade ambiental, uma vez que o ambiente possui menor influência antrópica decorrente de mudanças ambientais devido a construção do porto de Suape.
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