Taxatividade mitigada ou rol exemplificativo com condicionantes: uma análise da vulnerabilidade do consumidor de plano de saúde diante da excepcionalidade de cobertura de tratamento não previsto no rol da ANS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Valério, Lavínia
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/32170
Resumo: A judicialização da saúde representa uma importante parcela das demandas do poder judiciário, o que demanda uma atenção especial acerca do tema. Nesse cenário, ganham destaque os processos movidos pelos consumidores que objetivam o fornecimento de medicamento ou tratamento médico em face dos planos privados de saúde. No Brasil, as operadoras de saúde são regulamentadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, responsável também pela elaboração, atualização e incorporação de novas tecnologias em saúde no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar, que contém a cobertura assistencial mínima obrigatória a ser observada. A problemática surge em relação aos tratamentos médicos não previstos no rol, inobstante as recomendações e indicações médicas, na medida em que, nesses casos, os planos de saúde não autorizam ou não fornecem os tratamentos, o que pode acentuar a vulnerabilidade destes consumidores. Esse problema foi, por muito tempo, solucionado pelo entendimento consolidado do STJ de que o rol seria meramente exemplificativo e as intervenções médicas e medicamentosas não se esgotavam ali. No entanto, em junho de 2022, no julgamento do EREsp 1.886.929/SP e do EREsp 1.889.704/SP, o STJ decidiu pela taxatividade do rol que, a depender do preenchimento de uma série de requisitos, comportaria algumas mitigações. A resposta a essa alteração veio pelo poder legislativo, com a Lei n° 14.454/2022, que restaura o conceito do rol exemplificativo mas, também, elenca pressupostos para o fornecimento de tratamentos não previstos naquela lista. Desse modo, o presente trabalho busca analisar a vulnerabilidade do consumidor de plano de saúde diante da excepcionalidade de cobertura de tratamento não previsto no rol da ANS. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo geral avaliar se a (hiper)vulnerabilidade do consumidor foi agravada após a decisão do STJ e a Lei n° 14.454/2022. Para tanto, buscou-se analisar a constitucionalização do direito à saúde, a alteração no entendimento da natureza do rol a partir dos julgados e da lei supramencionados e a vulnerabilidade dos consumidores de plano de saúde. Ademais, objetivou-se a investigar as ações no âmbito do STJ que versavam sobre tratamento médico ou medicamentoso a partir do rol da ANS para avaliar as consequências jurídicas das alterações para os consumidores. Acerca da metodologia, a presente pesquisa empírica guiou-se pelo raciocínio dedutivo, pela vertente metodológica jurídico-social, pelo tipo genérico de pesquisa jurídicodescritivo e jurídico-compreensível e pela análise quali e quantitativa das fontes
id UFF-2_900bac971a1aa122e42a3a118045bbcb
oai_identifier_str oai:app.uff.br:1/32170
network_acronym_str UFF-2
network_name_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository_id_str 2120
spelling Taxatividade mitigada ou rol exemplificativo com condicionantes: uma análise da vulnerabilidade do consumidor de plano de saúde diante da excepcionalidade de cobertura de tratamento não previsto no rol da ANSDireito do consumidorPlano de saúdeRol da ANSTratamento médicoSaúde suplementarRegulamentaçãoDireito do consumidor(ANS) listConsumer lawHealth planMedical treatmentVulnerabilityA judicialização da saúde representa uma importante parcela das demandas do poder judiciário, o que demanda uma atenção especial acerca do tema. Nesse cenário, ganham destaque os processos movidos pelos consumidores que objetivam o fornecimento de medicamento ou tratamento médico em face dos planos privados de saúde. No Brasil, as operadoras de saúde são regulamentadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, responsável também pela elaboração, atualização e incorporação de novas tecnologias em saúde no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar, que contém a cobertura assistencial mínima obrigatória a ser observada. A problemática surge em relação aos tratamentos médicos não previstos no rol, inobstante as recomendações e indicações médicas, na medida em que, nesses casos, os planos de saúde não autorizam ou não fornecem os tratamentos, o que pode acentuar a vulnerabilidade destes consumidores. Esse problema foi, por muito tempo, solucionado pelo entendimento consolidado do STJ de que o rol seria meramente exemplificativo e as intervenções médicas e medicamentosas não se esgotavam ali. No entanto, em junho de 2022, no julgamento do EREsp 1.886.929/SP e do EREsp 1.889.704/SP, o STJ decidiu pela taxatividade do rol que, a depender do preenchimento de uma série de requisitos, comportaria algumas mitigações. A resposta a essa alteração veio pelo poder legislativo, com a Lei n° 14.454/2022, que restaura o conceito do rol exemplificativo mas, também, elenca pressupostos para o fornecimento de tratamentos não previstos naquela lista. Desse modo, o presente trabalho busca analisar a vulnerabilidade do consumidor de plano de saúde diante da excepcionalidade de cobertura de tratamento não previsto no rol da ANS. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo geral avaliar se a (hiper)vulnerabilidade do consumidor foi agravada após a decisão do STJ e a Lei n° 14.454/2022. Para tanto, buscou-se analisar a constitucionalização do direito à saúde, a alteração no entendimento da natureza do rol a partir dos julgados e da lei supramencionados e a vulnerabilidade dos consumidores de plano de saúde. Ademais, objetivou-se a investigar as ações no âmbito do STJ que versavam sobre tratamento médico ou medicamentoso a partir do rol da ANS para avaliar as consequências jurídicas das alterações para os consumidores. Acerca da metodologia, a presente pesquisa empírica guiou-se pelo raciocínio dedutivo, pela vertente metodológica jurídico-social, pelo tipo genérico de pesquisa jurídicodescritivo e jurídico-compreensível e pela análise quali e quantitativa das fontesThe judicialization of healthcare represents a significant portion of the demands placed on the judiciary, requiring special attention regarding the subject. In this scenario, lawsuits initiated by consumers aiming to obtain medication or medical treatment from private health plans stand out. In Brazil, health operators are regulated by the National Supplementary Health Agency, responsible for the development, updating, and inclusion of new health technologies in the Supplementary Health Procedures and Events List. This list contains the mandatory minimum coverage to be observed. The issue arises concerning medical treatments not included in the list, despite medical recommendations and indications. In such cases, health plans do not authorize or provide these treatments, potentially accentuating the vulnerability of these consumers. For a long time, this problem was addressed by the consolidated understanding of the Superior Court of Justice (STJ) that the list was merely illustrative and that medical interventions and medications were not limited to it. However, in June 2022, in the judgment of EREsp 1.886.929/SP and EREsp 1.889.704/SP, Brazilian Supreme Court (STJ) decided on the strictness of the list, allowing for some mitigations depending on the fulfillment of certain requirements. The response to this change came from the legislative branch with Law No. 14.454/2022, which reinstates the concept of an illustrative list but also lists prerequisites for the provision of treatments not included in that list. Thus, this study aims to analyze the vulnerability of health plan consumers in the face of the exceptional coverage of treatments not foreseen in the ANS (National Supplementary Health Agency) list. In this sense, the main objective is to evaluate whether the (hyper)vulnerability of the consumer was aggravated after the STJ decision and Law No. 14.454/2022. To achieve this, the study sought to analyze the constitutionalization of the right to health, the change in understanding the nature of the list from the judgments and the aforementioned law, and the vulnerability of health plan consumers. Additionally, it aimed to investigate actions within the Supreme Court concerning medical or medication treatments based on the National Supplementary Health Agency (ANS) list to assess the legal consequences of the changes for consumers. Regarding the methodology, this empirical research was guided by deductive reasoning, the legal-social methodological approach, the generic type of legal-descriptive and legal-understandable research, and the qualitative and quantitative analysis of sources110 f.D'Aquino, Lúcia Souzahttp://lattes.cnpq.br/5248033690404165Maciel, Fabianne Manhãeshttp://lattes.cnpq.br/0964138371218874Maia, Maurílio Casashttp://lattes.cnpq.br/2943453195405530Valério, Lavínia2024-02-02T12:49:16Z2024-02-02T12:49:16Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfVALÉRIO, Lavínia. Taxatividade mitigada ou rol exemplificativo com condicionantes: uma análise da vulnerabilidade do consumidor de plano de saúde diante da excepcionalidade de cobertura de tratamento não previsto no rol da ANS. 2023.110 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) - Instituto de Ciências da Sociedade de Macaé, Universidade Federal Fluminense, 2023.http://app.uff.br/riuff/handle/1/32170CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2024-02-02T12:49:19Zoai:app.uff.br:1/32170Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-02-02T12:49:19Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
dc.title.none.fl_str_mv Taxatividade mitigada ou rol exemplificativo com condicionantes: uma análise da vulnerabilidade do consumidor de plano de saúde diante da excepcionalidade de cobertura de tratamento não previsto no rol da ANS
title Taxatividade mitigada ou rol exemplificativo com condicionantes: uma análise da vulnerabilidade do consumidor de plano de saúde diante da excepcionalidade de cobertura de tratamento não previsto no rol da ANS
spellingShingle Taxatividade mitigada ou rol exemplificativo com condicionantes: uma análise da vulnerabilidade do consumidor de plano de saúde diante da excepcionalidade de cobertura de tratamento não previsto no rol da ANS
Valério, Lavínia
Direito do consumidor
Plano de saúde
Rol da ANS
Tratamento médico
Saúde suplementar
Regulamentação
Direito do consumidor
(ANS) list
Consumer law
Health plan
Medical treatment
Vulnerability
title_short Taxatividade mitigada ou rol exemplificativo com condicionantes: uma análise da vulnerabilidade do consumidor de plano de saúde diante da excepcionalidade de cobertura de tratamento não previsto no rol da ANS
title_full Taxatividade mitigada ou rol exemplificativo com condicionantes: uma análise da vulnerabilidade do consumidor de plano de saúde diante da excepcionalidade de cobertura de tratamento não previsto no rol da ANS
title_fullStr Taxatividade mitigada ou rol exemplificativo com condicionantes: uma análise da vulnerabilidade do consumidor de plano de saúde diante da excepcionalidade de cobertura de tratamento não previsto no rol da ANS
title_full_unstemmed Taxatividade mitigada ou rol exemplificativo com condicionantes: uma análise da vulnerabilidade do consumidor de plano de saúde diante da excepcionalidade de cobertura de tratamento não previsto no rol da ANS
title_sort Taxatividade mitigada ou rol exemplificativo com condicionantes: uma análise da vulnerabilidade do consumidor de plano de saúde diante da excepcionalidade de cobertura de tratamento não previsto no rol da ANS
author Valério, Lavínia
author_facet Valério, Lavínia
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv D'Aquino, Lúcia Souza
http://lattes.cnpq.br/5248033690404165
Maciel, Fabianne Manhães
http://lattes.cnpq.br/0964138371218874
Maia, Maurílio Casas
http://lattes.cnpq.br/2943453195405530
dc.contributor.author.fl_str_mv Valério, Lavínia
dc.subject.por.fl_str_mv Direito do consumidor
Plano de saúde
Rol da ANS
Tratamento médico
Saúde suplementar
Regulamentação
Direito do consumidor
(ANS) list
Consumer law
Health plan
Medical treatment
Vulnerability
topic Direito do consumidor
Plano de saúde
Rol da ANS
Tratamento médico
Saúde suplementar
Regulamentação
Direito do consumidor
(ANS) list
Consumer law
Health plan
Medical treatment
Vulnerability
description A judicialização da saúde representa uma importante parcela das demandas do poder judiciário, o que demanda uma atenção especial acerca do tema. Nesse cenário, ganham destaque os processos movidos pelos consumidores que objetivam o fornecimento de medicamento ou tratamento médico em face dos planos privados de saúde. No Brasil, as operadoras de saúde são regulamentadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, responsável também pela elaboração, atualização e incorporação de novas tecnologias em saúde no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar, que contém a cobertura assistencial mínima obrigatória a ser observada. A problemática surge em relação aos tratamentos médicos não previstos no rol, inobstante as recomendações e indicações médicas, na medida em que, nesses casos, os planos de saúde não autorizam ou não fornecem os tratamentos, o que pode acentuar a vulnerabilidade destes consumidores. Esse problema foi, por muito tempo, solucionado pelo entendimento consolidado do STJ de que o rol seria meramente exemplificativo e as intervenções médicas e medicamentosas não se esgotavam ali. No entanto, em junho de 2022, no julgamento do EREsp 1.886.929/SP e do EREsp 1.889.704/SP, o STJ decidiu pela taxatividade do rol que, a depender do preenchimento de uma série de requisitos, comportaria algumas mitigações. A resposta a essa alteração veio pelo poder legislativo, com a Lei n° 14.454/2022, que restaura o conceito do rol exemplificativo mas, também, elenca pressupostos para o fornecimento de tratamentos não previstos naquela lista. Desse modo, o presente trabalho busca analisar a vulnerabilidade do consumidor de plano de saúde diante da excepcionalidade de cobertura de tratamento não previsto no rol da ANS. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo geral avaliar se a (hiper)vulnerabilidade do consumidor foi agravada após a decisão do STJ e a Lei n° 14.454/2022. Para tanto, buscou-se analisar a constitucionalização do direito à saúde, a alteração no entendimento da natureza do rol a partir dos julgados e da lei supramencionados e a vulnerabilidade dos consumidores de plano de saúde. Ademais, objetivou-se a investigar as ações no âmbito do STJ que versavam sobre tratamento médico ou medicamentoso a partir do rol da ANS para avaliar as consequências jurídicas das alterações para os consumidores. Acerca da metodologia, a presente pesquisa empírica guiou-se pelo raciocínio dedutivo, pela vertente metodológica jurídico-social, pelo tipo genérico de pesquisa jurídicodescritivo e jurídico-compreensível e pela análise quali e quantitativa das fontes
publishDate 2024
dc.date.none.fl_str_mv 2024-02-02T12:49:16Z
2024-02-02T12:49:16Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv VALÉRIO, Lavínia. Taxatividade mitigada ou rol exemplificativo com condicionantes: uma análise da vulnerabilidade do consumidor de plano de saúde diante da excepcionalidade de cobertura de tratamento não previsto no rol da ANS. 2023.110 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) - Instituto de Ciências da Sociedade de Macaé, Universidade Federal Fluminense, 2023.
http://app.uff.br/riuff/handle/1/32170
identifier_str_mv VALÉRIO, Lavínia. Taxatividade mitigada ou rol exemplificativo com condicionantes: uma análise da vulnerabilidade do consumidor de plano de saúde diante da excepcionalidade de cobertura de tratamento não previsto no rol da ANS. 2023.110 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) - Instituto de Ciências da Sociedade de Macaé, Universidade Federal Fluminense, 2023.
url http://app.uff.br/riuff/handle/1/32170
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv CC-BY-SA
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv CC-BY-SA
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron:UFF
instname_str Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron_str UFF
institution UFF
reponame_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
collection Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)
repository.mail.fl_str_mv riuff@id.uff.br
_version_ 1807838752593149952