A aula como ato responsável: concepções de linguagem no ensino de Língua Portuguesa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima, Denise Santos
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33909
Resumo: O presente estudo aborda algumas questões com fundamentos filosóficos ligados à relação entre linguagem e escola para compreendermos se é possível, na escola em que se ensina linguagem, pensarmos nas concepções que subsidiam as práticas no ensino de Língua Portuguesa, para serem trazidas à consciência a fim de que consigamos perceber que posição ideológica estamos assumindo e que valores estamos produzindo em nossos atos responsáveis, na relação com as crianças, que tanto pode ter forças reprodutivas quanto libertárias. Para tanto, iniciamos a pesquisa estudando a história das concepções de linguagem a partir da obra de Mikhail Bakhtin, Pável Medivédev e Valentin Volóchinov, que nos apresentaram as ideias defendidas por alguns filósofos no que tange às concepções objetivista abstrata, subjetivista individualista, formalista e gerativista transformacional, e deram sua contrapalavra a partir da concepção enunciativo-pluridiscursiva da linguagem, também defendida pelo filósofo e professor Augusto Ponzio. Em uma dimensão ética da pesquisa estabelecemos um diálogo com duas professoras do Colégio Pedro II, que trabalharam com crianças do terceiro ano do Ensino Fundamental. O diálogo se estendeu com uma reflexão filosófica dos relatos escritos após os encontros na escola, bem como da leitura dos fundamentos teóricos da Base Nacional Comum Curricular, dos Parâmetros Curriculares Nacional e do Projeto Político Pedagógico Institucional do Colégio Pedro II. Nos pautamos nos aportes heterocientíficos compreendidos à luz da filosofia da linguagem bakhtiniana, e propusemos uma escritura em planos estéticos que alargam o gênero dissertativo-argumentativo nas ciências humanas, para afirmarmos que é possível estudar, compreender e balizar filosoficamente os documentos curriculares oficiais, pontuando suas forças centrífugas libertárias para que possamos transformar as concepções de linguagem carregadas de forças centrípetas, que podem homologar a lógica de um mundo degenerado pelo sistema capitalista-produtivista, onde as relações de poder instituídas geram segregação social. E esta transformação pode acontecer pela via da alteridade bakhtiniana e o plurilinguismo do mundo, que se faz ativo somente quando pluridiscursivamente dialogizado.
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Para tanto, iniciamos a pesquisa estudando a história das concepções de linguagem a partir da obra de Mikhail Bakhtin, Pável Medivédev e Valentin Volóchinov, que nos apresentaram as ideias defendidas por alguns filósofos no que tange às concepções objetivista abstrata, subjetivista individualista, formalista e gerativista transformacional, e deram sua contrapalavra a partir da concepção enunciativo-pluridiscursiva da linguagem, também defendida pelo filósofo e professor Augusto Ponzio. Em uma dimensão ética da pesquisa estabelecemos um diálogo com duas professoras do Colégio Pedro II, que trabalharam com crianças do terceiro ano do Ensino Fundamental. O diálogo se estendeu com uma reflexão filosófica dos relatos escritos após os encontros na escola, bem como da leitura dos fundamentos teóricos da Base Nacional Comum Curricular, dos Parâmetros Curriculares Nacional e do Projeto Político Pedagógico Institucional do Colégio Pedro II. Nos pautamos nos aportes heterocientíficos compreendidos à luz da filosofia da linguagem bakhtiniana, e propusemos uma escritura em planos estéticos que alargam o gênero dissertativo-argumentativo nas ciências humanas, para afirmarmos que é possível estudar, compreender e balizar filosoficamente os documentos curriculares oficiais, pontuando suas forças centrífugas libertárias para que possamos transformar as concepções de linguagem carregadas de forças centrípetas, que podem homologar a lógica de um mundo degenerado pelo sistema capitalista-produtivista, onde as relações de poder instituídas geram segregação social. E esta transformação pode acontecer pela via da alteridade bakhtiniana e o plurilinguismo do mundo, que se faz ativo somente quando pluridiscursivamente dialogizado.The present study addresses some issues with philosophical foundations linked to the relationship between language and school to understand if it is possible, in the school in which language is taught, to think about the conceptions that subsidize practices in teaching Portuguese Language, to be brought to consciousness so that we can understand what ideological position we are assuming and what values we are producing in our responsible acts, in the relationship with children, which can both have reproductive and libertarian forces. To this end, we began the research by studying the history of the language conceptions from the work of Mikhail Bakhtin, Pável Medivédev and Valentin Volóchinov, who presented us with the ideas defended by some philosophers regarding the abstract objectivist, individualistic subjectivist, formalist and transformational generativist conceptions, and gave their counterword from the enunciative-pluridiscursive language conception, also defended by the philosopher and professor Augusto Ponzio. In an ethical dimension of the research we had a dialogue with two teachers of Colégio Pedro II, who worked with children in the third year of Elementary School. The dialogue extended with a philosophical reflection of the written reports after the meetings at school, as well as the reading of the theoretical foundations of the National Common Curriculum Base, the National Curriculum Parameters and the Colégio Pedro II’s Institutional Pedagogical Political Project. We are guided by the heteroscientific contributions understood in the light of the philosophy of bakhtinian language, and we proposed a writing in aesthetic plans that extend the dissertative-argumentative genre in the human sciences, to affirm that it is possible to study, understand and philosophically demark the official curriculum documents, punctuating their libertarian centrifugal forces so that we can transform the language conceptions loaded with centripetal forces, which can homologate the logic of a world degenerated by the capitalist-productive system, where the instituted power relations generate social segregation. And this transformation can happen through bakhtinian alterity and the plurilingualism of the world, which becomes active only when pluridiscursively dialogized.283 p.Mello, Marisol Barenco deKiraly, César Louis CunhaGonçalves, Maria das GraçasLima, Sandra Mara MoraesVieira, Juliane FerreiraMoura, Liliane Corrêa NevesLima, Denise Santos2024-08-06T11:54:24Z2024-08-06T11:54:24Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfLIMA, Denise Santos. A aula como ato responsável: concepções de linguagem no ensino de Língua Portuguesa. 2024. 283f. 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