Autoficção na narrativa cinematográfica: meio século entre Truffaut e Xavier Dolan
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/5568 |
Resumo: | Ficcionalizar-se no cinema contemporâneo. A ambígua fusão das histórias pessoais do autor com personagens inventados da ficção transportou o realizador para o centro da narrativa fílmica. Se no cinema hegemônico tradicional a figura do diretor se firmou ao orquestrar o filme na perspectiva de uma “função”, como a do autor que possui controle sobre a obra, depois das crises de autoria e da chegada do cinema de dispositivo esta operação se ressignificou. O diretor passou também a diretor-personagem, num “cinema do eu” cuja intimidade está disponível para o público. Imerso na cultura midiática, esse novo autor adotou formas de narrar que se aproximam do que a teoria literária contemporânea chama de autoficção. Para isso forjou estratégias que fogem à dicotomia verdadeiro e falso, abandonando pressupostos verossímeis e verazes da autobiografia, antes utilizada para classificar o “cinema do eu”. Nos anos 1950, vanguardas como a Nouvelle Vague tensionariam sutilmente a identidade do autor-personagem em filmes como Os incompreendidos (1959), de François Truffaut, a partir de um entrelugar, entre autobiografia e ficção. Exatamente meio século depois, o Canadá francês vê um jovem realizador emergir com Eu matei minha mãe (2009), num cinema cuja vida pessoal do diretorator-protagonista é problematizada em forma de espetáculo, como força-motriz da ficção. Para Xavier Dolan, o principal recurso é a exposição de si mesmo. Ao observar essas visíveis mudanças de paradigma, para onde caminharia o cinema ficcional íntimo? Seria a autoficção uma nova estratégia da narrativa cinematográfica? |
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