Determinantes sociais de saúde mental de mulheres privadas de liberdade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Malheiros, Nicole Cabral Cardoso
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23576
Resumo: Introdução: A motivação para o estudo surgiu a partir da apresentação do trabalho de uma disciplina presente no currículo do curso de graduação em Enfermagem, cujo tema abordava a saúde mental de mulheres prisioneiras. O questionamento surgiu por ainda restarem dúvidas acerca do tema e, especialmente, ao notar que poucos artigos científicos se aprofundaram sobre esse conteúdo, considerando que essa é uma população em ascensão. A escolha do tema se deu especialmente por se tratar de uma população vulnerável, não somente pelo fato de serem prisioneiras, mas também pelo fato de serem mulheres e, muitas vezes, periféricas e mães. Ao considerar que essa é uma população frequentemente invisibilizada, julgada e afastada pela sociedade, além de todo o contexto que envolve a privação da liberdade e o afastamento social e familiar, entende-se que os impactos psicossociais podem, muito possivelmente, ser negativos e acarretar em transtornos psíquicos. Objetivo: identificar de que forma os determinantes de saúde mental são expressos nas produções verbais e artísticas dessas mulheres. Fundamentação teórica: é pautada nos referenciais sobre transtornos mentais comuns, direito à saúde da população carcerária feminina e no impacto da vulnerabilidade de gênero associado à racialização da punição no contexto da privação de liberdade. Metodologia: realizou-se um estudo de método artesanal, com abordagem do tipo qualitativa. Esta abordagem foi selecionada por ter como principal fonte a questão social e por se aplicar não somente à área biológica, como também à sociológica. Para a produção dos dados, foram realizadas perguntas centrais, que foram respondidas no conteúdo exposto em cada fonte apresentada. A análise dos dados foi feita através da análise de conteúdo do tipo temática. O cenário escolhido para o estudo foi o ambiente virtual google, google acadêmico e livros não acadêmicos escritos por exploradores da área. Os critérios de inclusão foram: utilização de produções verbais e artísticas realizadas por mulheres privadas de liberdade ou pesquisadores da área; que estas produções fossem de consulta pública e livre acesso; utilização de termos-chave para um maior alcance e especificação das fontes. Resultados: a partir dos dados coletados, notou-se que o contexto da privação de liberdade, por si só, já apresenta fatores adversos para a saúde mental. Quando associado ao rompimento de laços, abandono social e familiar, retirada de direitos, exposição a condições insalubres e humilhantes e à constante punição e culpabilização de mulheres – que se faz presente dentro e fora das grades –, esses fatores se intensificam, muitas vezes acarretando no desenvolvimento ou agravamento de transtornos psíquicos. Conclusão: infere-se que há uma extrema necessidade de haver acompanhamento psicossocial para essas mulheres e de buscar medidas que auxiliem a minimizar os aspectos prejudiciais à saúde mental, além de considerar que medidas alternativas, dentre elas as atividades de produções artísticas, podem contribuir em ambos os aspectos. No entanto, também é conhecido o desinteresse do Estado, do poder judiciário e de grande parte dos agentes do sistema penal em utilizá-las, já que evidentemente a finalidade é punir e não reeducar.
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Ao considerar que essa é uma população frequentemente invisibilizada, julgada e afastada pela sociedade, além de todo o contexto que envolve a privação da liberdade e o afastamento social e familiar, entende-se que os impactos psicossociais podem, muito possivelmente, ser negativos e acarretar em transtornos psíquicos. Objetivo: identificar de que forma os determinantes de saúde mental são expressos nas produções verbais e artísticas dessas mulheres. Fundamentação teórica: é pautada nos referenciais sobre transtornos mentais comuns, direito à saúde da população carcerária feminina e no impacto da vulnerabilidade de gênero associado à racialização da punição no contexto da privação de liberdade. Metodologia: realizou-se um estudo de método artesanal, com abordagem do tipo qualitativa. Esta abordagem foi selecionada por ter como principal fonte a questão social e por se aplicar não somente à área biológica, como também à sociológica. Para a produção dos dados, foram realizadas perguntas centrais, que foram respondidas no conteúdo exposto em cada fonte apresentada. A análise dos dados foi feita através da análise de conteúdo do tipo temática. O cenário escolhido para o estudo foi o ambiente virtual google, google acadêmico e livros não acadêmicos escritos por exploradores da área. Os critérios de inclusão foram: utilização de produções verbais e artísticas realizadas por mulheres privadas de liberdade ou pesquisadores da área; que estas produções fossem de consulta pública e livre acesso; utilização de termos-chave para um maior alcance e especificação das fontes. Resultados: a partir dos dados coletados, notou-se que o contexto da privação de liberdade, por si só, já apresenta fatores adversos para a saúde mental. Quando associado ao rompimento de laços, abandono social e familiar, retirada de direitos, exposição a condições insalubres e humilhantes e à constante punição e culpabilização de mulheres – que se faz presente dentro e fora das grades –, esses fatores se intensificam, muitas vezes acarretando no desenvolvimento ou agravamento de transtornos psíquicos. Conclusão: infere-se que há uma extrema necessidade de haver acompanhamento psicossocial para essas mulheres e de buscar medidas que auxiliem a minimizar os aspectos prejudiciais à saúde mental, além de considerar que medidas alternativas, dentre elas as atividades de produções artísticas, podem contribuir em ambos os aspectos. No entanto, também é conhecido o desinteresse do Estado, do poder judiciário e de grande parte dos agentes do sistema penal em utilizá-las, já que evidentemente a finalidade é punir e não reeducar.Introduction: The motivation for the review came after the presentation of an assignment from a subject that belonged to the graduation's grade of Nursing School, about mental health of imprisoned women. The questioning emerged after doubts remained about the subject and especially when noticing that few papers deepened about this content, considering it is a population in ascension. The choice was made specially because it is a vulnerable population, not only because they are prisoners, but also for being women and, at times, peripheral and mothers. When considering it is a population frequently invisible, judged and excluded from the society, beyond the whole context that involves deprivation of liberty and social and familiar withdrawal, it is understood that social impacts can, very possibly, be negative and result in mental disorders. Objective: identify how mental health determinants are expressed in the verbal and artistic productions from those women. Theoretical reasoning: ruled by referentials about common mental disorders, right to health of the female prison population and the impact of gender vulnerability associated to racialization of punishment in the context of deprivation of liberty. Methodology: the present study has used an artesanal method, with a qualitative approach. That approach was selected for addressing the social issues and because it has a biological and sociological application. For data production, central questions were made, answered in the exposed content at the introduced sources. Data analysis was made through thematic content analysis. The chosen scenario was the virtual environment Google, Scholar Google and non-academic books written by area explorers. Inclusion criteria: verbal and artistic productions made by women deprived of their liberty or area explorers; that these productions had public consultation and were freely accessible; use of keywords for a greater reach. Results: from the collected data, it's understandable that deprivation of liberty, by itself, has adverse factors for mental health. When associated with breaking ties, social and familiar abandonment, withdrawal of rights, exposure to unsanitary and humiliating conditions and constant blaming and punishment of women – present inside and outside the jail –, these factors intensify, oftentimes resulting in development or worsening of psychic disorders. Conclusion: it's understandable that there is a need for psychosocial attendance for these women and search for means that help minimize harmful aspects for mental health, besides considering that alternative ways, including artistic activities, can contribute in both aspects. However, it's known the State, judicial power and a large part of the penal system’s agents disinterest in using them, since the intention is to punish and not reeducate.NiteróiMuniz, Marcela Pimenta GuimarãesAndrade, Eliane Oliveira deSilva, Thuany Cristine Santos daMalheiros, Nicole Cabral Cardoso2021-10-18T23:29:58Z2021-10-18T23:29:58Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfMalheiros, Nicole Cabral Cardoso. Determinantes sociais de saúde mental de mulheres privadas de liberdade. 2021. 53f. 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