Mudanças no transporte interoceânico pela Passagem de Drake e suas influências sobre circulação meridional do Atlântico durante o quaternário tardio

• Autor(a) principal: Soares, Maria Júlia de Castro
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/29744
• topic: Mudanças climáticas; Paleoceanografia; Paleoclimatologia; Micropalentologia; Paleoambiental; Fator climático; Corrente marítima; Foraminífero planctônico; Climate changes; Paleoceanography; Paleoclimatology; Micropaleontology

A Passagem de Drake é uma feição geográfica entre a região mais ao sul da América do Sul e a Antártica, na qual conecta o Oceano Pacífico e o Oceano Atlântico. Essa região é a principal rota do maior sistema de corrente zonal do mundo, a Corrente Circumpolar Antártica (ACC, sigla em inglês). A entrada no Atlântico Sul de águas mais frias e menos salinas, características da ACC, contribui para a manutenção da Célula de Revolvimento Meridional do Atlântico (AMOC, sigla em inglês), a qual trata-se do principal sistema de correntes de larga escala responsável pela distribuição de calor no Oceano Atlântico e manutenção do clima global. Com isso, reconstruções quantitativas do transporte das rotas que alimentam a AMOC contribuem para elucidar de qual maneira suas variações impactam algumas mudanças climáticas. À vista disso, o fluxo interoceânico dos últimos 130 mil anos através da Passagem de Drake foi analisado a partir da reconstrução da posição das frente oceânicas, as quais foram reconstruídas com base na ecologia e abundância relativa das espécies de foraminíferos planctônicos Globoconella inflata, Globigerina bulloides, Neogloboquadrina pachyderma e Neogloboquadrina incompta, assim como da própria reconstrução do transporte através de um modelo de lógica fuzzy. Dessa forma, foi observado neste trabalho que os glaciais foram os intervalos de redução do transporte da ACC. Isso implica em uma mudança na densidade das massas d’água devido a menor exportação de água menos salina no Atlântico Sul. Durante esses estágios, alguns estudos indicam que a AMOC estava enfraquecida, o que alterou o transporte de calor, causando mudanças no clima global. O oposto desse cenário ocorreu na maior parte dos intervalos interglaciais. Um fluxo mais intenso na Passagem de Drake representa uma AMOC estável. Nessas condições, o calor é transportado de um hemisfério ao outro, o que contribui fortemente para o equilíbrio do clima global.