O filósofo do absurdo nos trópicos: a recepção inicial da obra de Albert Camus no Brasil a partir dos periódicos nacionais da década de 1940

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbieri, Cássio Guilherme
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
Texto Completo: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1463
Resumo: Este trabalho analisa a recepção inicial da obra de Albert Camus no Brasil a partir dos textos sobre sua escritura que circularam em diversos periódicos nacionais, principalmente da região sudeste, durante a década de 1940. Esse recorte advém, sobretudo, da ausência de traduções em língua portuguesa das obras de Camus até a década de 1950 e de sua viagem ao Brasil em 1949 e implica o respeito à cronologia de sua obra, restrita ao conjunto de textos e conceitos desenvolvidos no referido período de análise. Desse modo, os textos e artigos publicados em periódicos nacionais durante os anos 1940 permitem identificar algumas leituras e interpretações iniciais do pensamento camusiano, bem como, evidenciam um panorama da forma como este foi apresentado e divulgado no país, possibilitando o estabelecimento de uma genealogia de sua recepção. Este trabalho estrutura-se a partir de dois conjuntos de conceitos: o primeiro deles, tributário das formulações de Michel de Certeau e Roger Chartier, concentra-se na concepção da leitura, tomada como prática fundamental na construção dos sentidos da escrita, descarta-se desse modo a perspectiva de um sentido permanente ou imanente do texto, embora reconhecendo em sua materialidade limites à criação do leitor, isso implica considerar a preponderância, na interpretação da obra, do universo do leitor. O segundo conjunto atêm-se à relação entre os conceitos de autor, obra e tempo, especialmente a partir dos questionamentos propostos por Michel Foucault e Jacques Rancière, problematizando-os com base nas práticas leitoras. Esse trabalho visa, portanto, responder a um conjunto de questões próprias, tributárias dessa perspectiva teórico-metodológica, a saber: quem são os leitores e interpretes da escrita camusiana e que consequentemente publicam suas leituras nos periódicos analisados? Quais são essas leituras/interpretações? Que elementos condicionam essas apropriações e as tornam possíveis? Como são lidas e interpretadas as principais categorias de sua obra? Qual é a postura desses leitores/interpretes diante dessa escritura? Desse modo atenta-se num primeiro momento às interpretações, imagens, metáforas e alegorias atribuídas a concepção de absurdo, a qual perpassa a maioria das leituras. Num segundo momento atenta-se para as implicações éticas atribuídas pelos leitores à escritura camusiana e, em especial ao conceito de absurdo, evidenciando, sobretudo, sua relação com o período do pós-guerra e a percepção de uma crise de valores. Por fim, este trabalho analisa a partir das leituras a construção e o funcionamento da relação entre dos conceitos de obra, autor e tempo, avaliando suas implicações na construção da significação da escritura
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Desse modo, os textos e artigos publicados em periódicos nacionais durante os anos 1940 permitem identificar algumas leituras e interpretações iniciais do pensamento camusiano, bem como, evidenciam um panorama da forma como este foi apresentado e divulgado no país, possibilitando o estabelecimento de uma genealogia de sua recepção. Este trabalho estrutura-se a partir de dois conjuntos de conceitos: o primeiro deles, tributário das formulações de Michel de Certeau e Roger Chartier, concentra-se na concepção da leitura, tomada como prática fundamental na construção dos sentidos da escrita, descarta-se desse modo a perspectiva de um sentido permanente ou imanente do texto, embora reconhecendo em sua materialidade limites à criação do leitor, isso implica considerar a preponderância, na interpretação da obra, do universo do leitor. 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Thus, the texts and articles published in national periodicals during the 1940s allow us to identify some initial readings and interpretations of Camusian thought, as well as provide an overview of the way it was presented and disseminated in the country, making possible the establishment of a genealogy of reception. This work is based on two sets of concepts: the first of them, tributary of the formulations of Michel de Certeau and Roger Chartier, focuses on the conception of reading, taken as a fundamental practice in the construction of the meanings of writing. Discards in this way the perspective of a permanent or immanent sense of the text, while recognizing in its materiality limits to the reader’s creation. This implies to considerer the preponderance, in the interpretation of the work, of the reader’s universe. The second set limits to the relationship between the concepts of author, work and time, especially from the questions proposed by Michel Foucault and Jacques Rancière, problematizing them based on the practical readings. This paper aims, therefore, to answer a set of own questions, tributary of this theoretical-methodological perspective, namely: who are the readers and interpreters of the Camusian writing, and that consequently publish their readings in the analyzed periodicals? What are these readings / interpretations? What elements condition these appropriations and make them possible? How are the main categories of your work read and interpreted? What is the attitude of these readers / interpreters before this writing? In this way, we observe attentively, in a first moment, the interpretations, images, metaphors and allegories attributed to the concept of absurdity, which runs through most of the readings. In a second moment, we look to the ethical implications attributed by the readers to the Camusian script and, in particular, to the concept of absurdity, evidencing, above all, their relationship with the postwar period and the perception of a crisis of values. Finally, this work analyzes from the readings the construction and functioning of the relationship between the concepts of work, author and time, evaluating its implications in the construction of the writing meaningSubmitted by Jeferson Rodrigues de Lima (jeferson.lima@uffs.edu.br) on 2017-09-29T22:41:37Z No. of bitstreams: 1 BARBIERI.pdf: 6086439 bytes, checksum: 29efb91aeff1f378780ded2bfef2f2a3 (MD5)Approved for entry into archive by Diego dos Santos Borba (dborba@uffs.edu.br) on 2017-10-11T17:54:17Z (GMT) No. of bitstreams: 1 BARBIERI.pdf: 6086439 bytes, checksum: 29efb91aeff1f378780ded2bfef2f2a3 (MD5)Made available in DSpace on 2017-10-11T17:54:17Z (GMT). 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