Programa Escola Sem Partido: tentativa de controle da ação dos professores

• Autor(a) principal: Menegas, Rômulo
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
• Texto Completo: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/4000
• topic: Programa Escola Sem Partido; Ideologia; Formação continuada; Formação de professores

A presente pesquisa aborda a construção de uma dissertação do curso de Mestrado Profissional em Educação da Universidade Federal da Fronteira Sul, intitulado “Programa Escola sem Partido: tentativa de controle da ação dos professores”. Objetiva compreender o desenvolvimento crítico e reflexivo docente acerca das possíveis consequências e influências controladoras do Programa Escola sem Partido – Projeto de Lei que tramita em algumas Casas Legislativas desde 2014 e que ganhou força em um cenário atual de grandes contradições e disputas pelo poder, colocando-se como uma ameaça aos professores e como uma tentativa de controlar suas ações. O produto foi uma análise com intervenção, realizada por meio de Formação Continuada em Serviço. Os sujeitos pesquisados foram 15 professores de uma escola da rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul, localizada no município de Paulo Bento, RS. O estudo embasa-se na abordagem qualitativa e contempla a perspectiva da Teoria Crítica. O método utilizado para desenvolver a investigação foi a pesquisa-ação e o procedimento técnico para coleta de dados foi o grupo focal. As entrevistas coletivas ocorreram em quatro encontros dialógicos, registradas em gravador. Na intervenção, foi identificado o conhecimento prévio dos professores em relação ao tema, apresentando-lhes os principais pontos do Programa Escola sem Partido e realizadas ações reflexivas com elementos para debate e discussões, as quais geraram um maior nível de consciência crítica sobre as consequências deste, uma vez que os professores pouco conheciam sobre o objeto em questão. A interpretação dos dados resultou em seis eixos categorizados: contradições e ideologia, autoritarismo, criticidade, função docente, vigilância e continuidade de ações. Cada um desses eixos se codificam em diversas categorias e todas foram analisadas. O estudo aponta que os professores, às vezes, aproximam-se do “Escola sem Partido” pelo seu conteúdo conservador e, às vezes, distanciam-se pela forma como afeta a função docente. Os sujeitos pesquisados afirmam não se aproveitar da presença dos estudantes em sala de aula para doutriná-los ideologicamente e julgam este Projeto não necessário à Educação brasileira. Deixam transparecer também que os meios de comunicação são grandes concorrentes à construção das subjetividades dos estudantes, acarretando impotência docente e enfraquecimento da escola. A tentativa de imposição da “mordaça” fez preparar os professores para o enfrentamento e resistir, com lucidez, frente à maximização da desvalorização profissional e aos ataques autoritários, vigilantes e controladores.