“Não sei porque você se foi, quantas saudades eu senti”: vivências de mulheres em luto perinatal
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | HU Revista (Online) |
DOI: | 10.34019/1982-8047.2023.v49.40674 |
Texto Completo: | https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/40674 |
Resumo: | Introdução: O luto perante a morte perinatal é específico e diferente de uma perda real, uma vez que a mãe nunca conheceu o objeto do seu luto e a morte repentina do bebê representa também a perda de uma identidade maternal. É neste momento, após o conhecimento de que algo que não aconteceu, que as expectativas e os desejos de gerarem uma vida ficam proibidos, e o sofrimento e a reação à perda tomam repercussões. Objetivo: Investigar as vivências de mães em luto perinatal. Método: Trata-se de uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa, realizada com mulheres em luto perinatal acompanhadas pela equipe multiprofissional de uma maternidade pública da Paraíba, com idade maior ou igual a 18 anos. Utilizou-se a saturação dos dados para o fechamento amostral. Para a análise dos dados foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. Resultados: Participaram das entrevistas 18 mulheres em luto perinatal. A partir dos discursos das mulheres enlutadas foi possível elaborar duas categorias temáticas: categoria temática 1 – processo de enlutamento; e categoria temática 2 – processo de cuidar à parturiente. Discussão: De forma geral, observou-se que a maioria das mulheres elaborou a perda de seus bebês, atravessou o trabalho de luto, experimentando sentimentos de choque, negação, culpa, ambivalência, e, com isso, ressignificando suas dores, contudo, outras mulheres não conseguiram elaborar a perda do bebê morto. No que se refere ao processo de cuidar, observou-se, de forma geral, uma lacuna na assistência humanizada às mulheres, sobretudo no período intraparto e puerperal. Conclusão: Consideram-se urgente a elaboração e a implantação de uma política pública voltada para o luto perinatal, desde o puerpério imediato até o seu retorno domiciliar, a fim de assistir às mulheres no período puerperal, considerado o mais difícil no processo de enlutamento. |
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