“Uma dezena de coisinhas à toa que fazem a gente gostar de matemática”: do direito de aprendizagem do PNAIC ao direito de aprendizagem da docência

• Autor(a) principal: Silva, Jane Maria Braga
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00021; https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14205
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO; PNAIC; Alfabetização matemática; Desenvolvimento profissional docente; Direitos de aprendizagens da docência; Pesquisa narrativa; Mathematical literacy; Teacher professional development; Teaching learning rights; Research narrative

O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) constituiu uma política pública do Governo Federal articulada com Estados e Municípios, com o objetivo de garantir os direitos de aprendizagens dos alunos no processo de alfabetização. Desenvolveu-se, no período de 2013 a 2018, em todo o território nacional, com grande abrangência no município de Juiz de Fora, estado de Minas Gerais. Esta pesquisa de abordagem narrativa focalizou as potencialidades e as limitações do programa, entrelaçadas com as experiências da formadora-pesquisadora. Discutiram-se os sentidos dos direitos de aprendizagens da docência para aprender e ensinar matemática nos anos iniciais do ensino fundamental. A questão norteadora deste estudo foi: quais as contribuições do PNAIC de Matemática para os direitos de aprendizagens da docência de professoras e de coordenadoras pedagógicas da rede municipal de ensino de Juiz de Fora? Como objetivo geral intencionou-se compreender os sentidos dos direitos de aprendizagens da docência na Alfabetização Matemática experienciados em escolas municipais de Juiz de Fora, nas quais atuam professoras e coordenadoras pedagógicas que participaram do PNAIC. Este se desdobrou nos objetivos específicos: analisar como a formação continuada propiciada pelo PNAIC aproximou as professoras e as coordenadoras pedagógicas da Alfabetização Matemática; perceber quais recursos materiais e imateriais contribuíram para as aprendizagens da docência na Alfabetização Matemática; refletir sobre os sentidos teóricos e práticos dos direitos de aprendizagens da docência na Alfabetização Matemática nos espaços formativos do PNAIC. Para a produção dos dados, foram realizadas entrevistas narrativas com 11 participantes, sendo oito professoras e três coordenadoras pedagógicas; construção de biogramas e análise de documentos do programa. As entrevistas narrativas apontaram os processos de aprendizagem e ensino na Alfabetização Matemática contribuindo para ressignificar e construir diferentes saberes. Assim, essa área do conhecimento passou a ser entendida como construção humana acessível a todas as pessoas. Buscou-se dialogar com os diferentes interlocutores participantes da investigação, compreendendo que o desenvolvimento profissional docente não está desvinculado de outros fatores, na expansão dos direitos de aprendizagens dos alunos para os direitos de aprendizagens dos professores. A análise dos dados indicou que os direitos de aprendizagens da docência para a garantia dos direitos de aprendizagens dos alunos, na perspectiva da alfabetização e do letramento, requerem condições materiais e imateriais através da valorização social e financeira da profissão, desdobrando-se no direito de se aproximar da matemática ou até mesmo de se apaixonar por ela; direito de aprender matemática para ensiná-la; direito às prescrições (orientações) e às autorias que reconheçam os diferentes saberes; direito às políticas de formação para o desenvolvimento profissional; direito ao coletivo de trabalho e ao trabalho coletivo. A enunciação desses direitos foi motivada pela reflexão do desenvolvimento profissional, acrescida da consciência de que, ao narrar na ação com os pares, são retomados as condições e os condicionantes de práticas de trabalho como professora e coordenadora pedagógica, formadora-pesquisadora. Na aproximação com a área de Alfabetização Matemática, compreende-se a necessidade da escuta atenta e respeitosa do outro e de si, procurando teorizar o vivido.