A interação fictiva e a dêixis: a emergência da fictividade em sala de aula
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFJF |
Texto Completo: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/7116 |
Resumo: | O presente estudo tem o objetivo de analisar e discutir a emergência da fictividade em suas diversas facetas, e a sua relevância para o contexto da sala de aula. Como quadro teórico, adotamos as premissas da Linguística Cognitiva (TALMY, 2000; LANGACKER, 1987, 1999, 2008; FAUCONNIER, 1997; FAUCONNIER; TURNER, 2002), e mais especificamente, a proposta de Pascual (2002, 2014, 2016) sobre a Interação Fictiva em suas diversas formas. Adotamos também como parte do aporte teórico as investigações sobre Intersubjetividade (TRAUGOT & DASHER, 2005) e Subjetividade (TRAUGOT & DASHER, 2005, LANGACKER, 1990) aliados à análise das Dêixis genéricas (MARMARIDOU,2000). Acerca da abordagem metodológica, analisamos um corpus oral transcrito de uma aula de atendimento de um curso de Medicina, e optamos pela mescla dos paradigmas corpus-based e corpus-driven, ou seja, partimos de algumas hipóteses iniciais, porém permitimos que as ocorrências do corpus ditassem os questionamentos do trabalho. Dessa maneira, nos foi possível explorar ao máximo as mais distintas instâncias do fenômeno presentes no corpus que, por sua vez, se tornou o protagonista deste trabalho. A análise subsequente de caráter qualitativo revelou a presença de quatro padrões fictivos principais: o discurso direto fictivo, a pergunta fictiva, o padrão pergunta-resposta e a dêixis fictiva(ou genérica). Cada um desses padrões era constante em eventos de cunho explanativo, visto que toda vez que a docente se propunha a explicar algo mais detalhadamente ela utilizava um tipo de expressão fictiva, revelando assim, que o fenômeno teria um papel importante na construção do discurso pedagógico. Dentre os achados mais emblemáticos estão as dêixis fictivas/genéricas que se revelaram abundantes no contexto analisado. Percebemos que a utilização destas exprimiam a intersubjetividade vigente na fala da professsora que, lançava mão do recurso com o intuito de chamar a atenção dos alunos para o que iria ser dito. As principais dêixis fictivas foram os pronomes pessoais “eu”, “nós” e a locução pronominal “ a gente”. Cada uma delas era empregada com o intuito de provocar o engajamento dos alunos. Por exemplo, notamos que o pronome pessoal “eu”, que era menos inclusivo, parecia ser mais intersubjetivo e estava mais presente nas explicações do que a locução pronominal “ a gente”, que aparecia principalmente diante das retomadas feitas pela professora. Percebemos também que esses fenômenos fictivos eram instrumentos relevantes para o desenvolvimento da aula, tendo em vista que as expressões fictivas eram introduzidas durante as explicações sobre o atendimento, e também pela atitude responsiva de alguns alunos. |
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Adotamos também como parte do aporte teórico as investigações sobre Intersubjetividade (TRAUGOT & DASHER, 2005) e Subjetividade (TRAUGOT & DASHER, 2005, LANGACKER, 1990) aliados à análise das Dêixis genéricas (MARMARIDOU,2000). Acerca da abordagem metodológica, analisamos um corpus oral transcrito de uma aula de atendimento de um curso de Medicina, e optamos pela mescla dos paradigmas corpus-based e corpus-driven, ou seja, partimos de algumas hipóteses iniciais, porém permitimos que as ocorrências do corpus ditassem os questionamentos do trabalho. Dessa maneira, nos foi possível explorar ao máximo as mais distintas instâncias do fenômeno presentes no corpus que, por sua vez, se tornou o protagonista deste trabalho. A análise subsequente de caráter qualitativo revelou a presença de quatro padrões fictivos principais: o discurso direto fictivo, a pergunta fictiva, o padrão pergunta-resposta e a dêixis fictiva(ou genérica). Cada um desses padrões era constante em eventos de cunho explanativo, visto que toda vez que a docente se propunha a explicar algo mais detalhadamente ela utilizava um tipo de expressão fictiva, revelando assim, que o fenômeno teria um papel importante na construção do discurso pedagógico. Dentre os achados mais emblemáticos estão as dêixis fictivas/genéricas que se revelaram abundantes no contexto analisado. Percebemos que a utilização destas exprimiam a intersubjetividade vigente na fala da professsora que, lançava mão do recurso com o intuito de chamar a atenção dos alunos para o que iria ser dito. As principais dêixis fictivas foram os pronomes pessoais “eu”, “nós” e a locução pronominal “ a gente”. Cada uma delas era empregada com o intuito de provocar o engajamento dos alunos. Por exemplo, notamos que o pronome pessoal “eu”, que era menos inclusivo, parecia ser mais intersubjetivo e estava mais presente nas explicações do que a locução pronominal “ a gente”, que aparecia principalmente diante das retomadas feitas pela professora. Percebemos também que esses fenômenos fictivos eram instrumentos relevantes para o desenvolvimento da aula, tendo em vista que as expressões fictivas eram introduzidas durante as explicações sobre o atendimento, e também pela atitude responsiva de alguns alunos.The present study aims to analyze and discuss the emergence of fictivity in its various facets, and its relevance to the context of the classroom. As a theoretical framework, we adopted the premises of Cognitive Linguistics (TALMY, 2000, LANGACKER, 1987, 1999, 2008, FAUCONNIER, 1997; FAUCONNIER, TURNER, 2002), and more specifically Pascual's (2002, 2014, 2016) the Fictive Interaction in its various forms. We also used as part of the theoretical contribution the investigations on Intersubjectivity (TRAUGOT & DASHER, 2005) and Subjectivity (TRAUGOT & DASHER, 2005, LANGACKER, 1990) together with the analysis of generic Deixis (MARMARIDOU, 2000). On the methodological approach, we analyzed a transcribed oral corpus from a medical care class, and chose the merge of the corpus-based and corpusdriven paradigms, that is, we start from some initial hypotheses, but we allow the occurrences of the corpus dictated the questions of the work. In this way, we were able to explore as much as possible the most distinct instances of the phenomenon present in the corpus that, in turn, became the protagonist of this work. The subsequent qualitative analysis revealed the presence of four main fictional patterns: direct fictive speech, the fictive question, the question-answer pattern, and the fictive (or generic) deixis. Each of these patterns was constant in explanatory events, since whenever the teacher proposed to explain something more in detail, she used a kind of fictive expression, thus revealing that the phenomenon would play an important role in the construction of the pedagogical discourse. Among the most emblematic findings are the fictive / generic deixis that proved to be abundant in the analyzed context. We noticed that the use of these expressed the intersubjectivity in the speech of the teacher, who used the resource in order to draw the students' attention to what was going to be said. The main fictive deitics were the personal pronouns "I", "we" and the pronominal phrase "we". Each of them was used with the intention of provoking student‟s engagement, but with different degrees of intersubjectivity. For example, we noticed that the personal pronoun "I", that was less inclusive, it was the most intersubjective and more present in the explanations than the pronominal phrase "we", which appeared mainly in the face of the retakes made by the teacher. We also noticed that these fictive phenomena were relevant instruments for the development of the class, given that the fictive expressions were introduced during the explanations about the attendance, and also by the responsive attitude of some students.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Letras: LinguísticaUFJFBrasilFaculdade de LetrasCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICALinguística cognitivaSala de aulaFictividadeDêixisCognitive linguisticsClassroomFictivityDeixisA interação fictiva e a dêixis: a emergência da fictividade em sala de aulainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTHUMBNAILleilacruzmagalhaes.pdf.jpgleilacruzmagalhaes.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1166https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/7116/4/leilacruzmagalhaes.pdf.jpgf63951f4114566c39822eec74b62448cMD54ORIGINALleilacruzmagalhaes.pdfleilacruzmagalhaes.pdfapplication/pdf2002008https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/7116/1/leilacruzmagalhaes.pdf7dd82973f69f5e8d4347e40a1771baf3MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82197https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/7116/2/license.txt000e18a5aee6ca21bb5811ddf55fc37bMD52TEXTleilacruzmagalhaes.pdf.txtleilacruzmagalhaes.pdf.txtExtracted texttext/plain292985https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/7116/3/leilacruzmagalhaes.pdf.txt32159a243ff0873f0f23821a89aa41abMD53ufjf/71162019-06-16 08:33:13.544oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/7116TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHvv73vv71vIGRlc3RhIGxpY2Vu77+9YSwgdm9j77+9IChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pLCBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLvv71uaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIO+/vXVkaW8gb3Ugdu+/vWRlby4KClZvY++/vSBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXvv71kbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZh77+977+9by4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBKdWl6IGRlIEZvcmEgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY++/vXBpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7vv71hLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLiBWb2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8g77+9IG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY++/vSB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuIFZvY++/vSB0YW1i77+9bSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcO+/vXNpdG8gZGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG7vv71vLCBxdWUgc2VqYSBkZSBzZXUgY29uaGVjaW1lbnRvLCBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBuaW5nde+/vW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2Pvv70gbu+/vW8gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3Pvv71vIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vLCBlIG7vv71vIGZhcu+/vSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHvv73vv71vLCBhbO+/vW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-06-16T11:33:13Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false |
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