Um homem com uma câmera: um filme didático

• Autor(a) principal: Pernisa Júnior, Carlos
• Data de Publicação: 2008
• Outros Autores: Lignani, Rafael Kegele, Conceição, Pedro Nogueira e, Rocha, Laura Aparecida Pequeno da, Alvarenga, Nilson Assunção, Lea, Paulo Roberto Figueira
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9362
• topic: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS; -

Dotado de uma visão revolucionária da sétima arte e de seu poder, Dziga Vertov pode ser considerado como um dos maiores realizadores da históriado cinema mundial. Com sua obra relacionada ao Construtivismo e ao Futurismo, o cineasta propôs um cinema que aliasse “a vida de improviso” ao“cine-olho” e que, através da arte da montangem, fosse capaz de representar o mundo real e pelo qual o ser humano superaria sua ignorância echegaria ao seu auto-conhecimento.Um objetivo do projeto foi realizar uma breve análise da vida e da filmografia de Dziga Vertov, dando enfoque especial à sua obra mais experimental,“Um Homem com uma Câmera” – de 1929 –, onde ele desmascara os segredos da linguagem cinematográfica e promove um rompimento total entreo cinema e a literatura e o teatro, servindo como a mais perfeita exemplificação das teorias dos Kinoks.Outro objetivo foi discutir como, diante da utopia bolchevique de construção de uma nova sociedade, a cinematografia de Dziga Vertov (em especialno filme “Um homem com uma câmera”) aliou objetivos propagandísticos à experimentação de novas formas de expressão, numa relação dialéticaentre propaganda política e desenvolvimento de ousadias formais. Também a natureza universalizante da linguagem do cinema de Vertov serviu, poralgum tempo, aos projetos do regime, mas a radical opção do cineasta por um cinema intelectualmente vigoroso e de fato comprometido com aousadia estética (um princípio radicalmente libertário) passou a constituir um risco para o status quo.