Iemanjá e pomba-gira: imagens do feminino na umbanda
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFJF |
Texto Completo: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3261 |
Resumo: | No atual cenário religioso do Brasil, a umbanda seria, dentre as demais religiões afrobrasileiras, aquela considerada como verdadeiramente brasileira, por ter sido constituída neste país, a partir do encontro das tradições dos cultos africanos, católicos, kardecistas, esotéricos e ameríndios, dentre outros. Nessa religião, que reflete em seu culto grande parte dos anseios, demandas, conflitos, contradições e perspectivas da sociedade na qual se desenvolveu, compõem seu panteão dois símbolos femininos intrinsecamente distintos, mas igualmente fortes e significativos da condição feminina. Iemanjá, originariamente Grande Mãe africana, com notável poder, e modelo feminino, por excelência, de todo o panteão afro-brasileiro, apresenta, na umbanda, uma associação de vários atributos diferenciados que engendraram uma imagem complexa de mãe, mulher, virgem, sereia e santa, transformando-a em entidade essencialmente maternal, feminina, mas quase assexuada. De outro lado, surge Pomba-gira, personagem feminina com forte conteúdo sexual, erótico e sedutor, presente e atuante nesse culto como também uma grande imagem de feminino, representante de atributos distintos, diversos e bastante contrastantes daqueles representados por Iemanjá. Não ao lado de Iemanjá, mas junto com esta, Pomba-gira assume, na umbanda, a condição de grande entidade feminina, compondo um modelo complementar e contrastante de atributos inerentes à sexualidade feminina. Dessa forma, pretende-se compreender o que, realmente, a referida religião vem propor em termos de imagem ou modelo feminino em seu culto, distanciando de modo tão ostensivo o imaginário feminino da mãe – Iemanjá – e o da mulher sexualizada – Pomba-gira. O presente estudo se propõe a encontrar algumas respostas que contribuam para identificar e compreender qual vem a ser, na atualidade, a imagem proposta de feminino dentro da umbanda, a partir da compreensão dos conteúdos valorativos e conceituais contidos nessas duas representantes míticas, por excelência, da condição feminina de seu panteão, e em que medida essa imagem se apresenta e se insere no cotidiano da vida das mulheres umbandistas. |
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Berkenbrock, Volney Joséhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4708342D2Lima, Marcelo Ayres Camurçahttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4786439H3Caputo, Stela Guedeshttp://lattes.cnpq.brhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4731788P4Barros, Cristiane Amaral de2017-02-07T14:12:04Z2017-02-072017-02-07T14:12:04Z2006-08-23https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3261No atual cenário religioso do Brasil, a umbanda seria, dentre as demais religiões afrobrasileiras, aquela considerada como verdadeiramente brasileira, por ter sido constituída neste país, a partir do encontro das tradições dos cultos africanos, católicos, kardecistas, esotéricos e ameríndios, dentre outros. Nessa religião, que reflete em seu culto grande parte dos anseios, demandas, conflitos, contradições e perspectivas da sociedade na qual se desenvolveu, compõem seu panteão dois símbolos femininos intrinsecamente distintos, mas igualmente fortes e significativos da condição feminina. Iemanjá, originariamente Grande Mãe africana, com notável poder, e modelo feminino, por excelência, de todo o panteão afro-brasileiro, apresenta, na umbanda, uma associação de vários atributos diferenciados que engendraram uma imagem complexa de mãe, mulher, virgem, sereia e santa, transformando-a em entidade essencialmente maternal, feminina, mas quase assexuada. De outro lado, surge Pomba-gira, personagem feminina com forte conteúdo sexual, erótico e sedutor, presente e atuante nesse culto como também uma grande imagem de feminino, representante de atributos distintos, diversos e bastante contrastantes daqueles representados por Iemanjá. Não ao lado de Iemanjá, mas junto com esta, Pomba-gira assume, na umbanda, a condição de grande entidade feminina, compondo um modelo complementar e contrastante de atributos inerentes à sexualidade feminina. Dessa forma, pretende-se compreender o que, realmente, a referida religião vem propor em termos de imagem ou modelo feminino em seu culto, distanciando de modo tão ostensivo o imaginário feminino da mãe – Iemanjá – e o da mulher sexualizada – Pomba-gira. O presente estudo se propõe a encontrar algumas respostas que contribuam para identificar e compreender qual vem a ser, na atualidade, a imagem proposta de feminino dentro da umbanda, a partir da compreensão dos conteúdos valorativos e conceituais contidos nessas duas representantes míticas, por excelência, da condição feminina de seu panteão, e em que medida essa imagem se apresenta e se insere no cotidiano da vida das mulheres umbandistas.Among all the Afro-Brazilian religions composing the religious scene in Brazil, Umbanda is the only one to be considered truly brazilian, as it originated in this country, combining elements of African religions, Catholicism, Kardecist Spiritualism, Esotericism, and South American Indian practices, among others. The Umbanda religious cult reflects a great part of the aspirations, demands, conflicts, contradictions, and perspectives of the society where it developed. Its pantheon includes two intrinsically distinct female symbols, which are equally strong and significant of the feminine condition. Yemanja, originally an African mother goddess with notable power, is a feminine model par excellence of all the Afro-Brazilian pantheon, and presents, in Umbanda, an association of various distinct attributes which engendered her complex image of mother, woman, virgin, siren and saint, making her an essentially maternal and feminine, but almost asexual, entity. On the other side, there is Pomba-gira, a female figure with strong sexual, erotic and seductive content, present in this cult as another important symbol of femininity, representing different attributes, in contrast with those represented by Yemanja. Together with Yemanja, rather than by her side, Pomba-gira assumes, in Umbanda, the condition of great female entity, composing a contradistinctive complementary model of attributes inherent to feminine sexuality. The present study seeks to comprehend what Umbanda actually proposes in terms of image or model of femininity in its cut, separating so ostensively the feminine images of mother – Yemanja – and sexed woman – Pomba-gira. We intend to identify and understand the female image currently proposed by Umbanda, starting from the comprehension of evaluative and conceptual contents present in these two mythical figures, representing the feminine condition par excellence of their pantheon; and to what extent this image is present in the everyday life of Umbandist women.porUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Ciência da ReligiãoUFJFBrasilICH – Instituto de Ciências HumanasCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::TEOLOGIAUmbandaIemanjáPomba-giraMulherSexualidadeFemininoSexualidade femininaImagens femininasReligiões afro-brasileirasUmbandaYemanjaPomba-giraWomamSexualityFeminineFeminine sexualityFeminine imagesAfro-Brazilian ReligionsIemanjá e pomba-gira: imagens do feminino na umbandainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTEXTcristianedoamaraldebarros.pdf.txtcristianedoamaraldebarros.pdf.txtExtracted texttext/plain983351https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/3261/3/cristianedoamaraldebarros.pdf.txtbdbe72a6270d91162385c9bc8937c105MD53THUMBNAILcristianedoamaraldebarros.pdf.jpgcristianedoamaraldebarros.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1115https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/3261/4/cristianedoamaraldebarros.pdf.jpg734b7a8801c6aaa5cf88c3e462e5006eMD54ORIGINALcristianedoamaraldebarros.pdfcristianedoamaraldebarros.pdfapplication/pdf2033944https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/3261/1/cristianedoamaraldebarros.pdf8a83386b104383632a4283548a885e70MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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No atual cenário religioso do Brasil, a umbanda seria, dentre as demais religiões afrobrasileiras, aquela considerada como verdadeiramente brasileira, por ter sido constituída neste país, a partir do encontro das tradições dos cultos africanos, católicos, kardecistas, esotéricos e ameríndios, dentre outros. Nessa religião, que reflete em seu culto grande parte dos anseios, demandas, conflitos, contradições e perspectivas da sociedade na qual se desenvolveu, compõem seu panteão dois símbolos femininos intrinsecamente distintos, mas igualmente fortes e significativos da condição feminina. Iemanjá, originariamente Grande Mãe africana, com notável poder, e modelo feminino, por excelência, de todo o panteão afro-brasileiro, apresenta, na umbanda, uma associação de vários atributos diferenciados que engendraram uma imagem complexa de mãe, mulher, virgem, sereia e santa, transformando-a em entidade essencialmente maternal, feminina, mas quase assexuada. De outro lado, surge Pomba-gira, personagem feminina com forte conteúdo sexual, erótico e sedutor, presente e atuante nesse culto como também uma grande imagem de feminino, representante de atributos distintos, diversos e bastante contrastantes daqueles representados por Iemanjá. Não ao lado de Iemanjá, mas junto com esta, Pomba-gira assume, na umbanda, a condição de grande entidade feminina, compondo um modelo complementar e contrastante de atributos inerentes à sexualidade feminina. Dessa forma, pretende-se compreender o que, realmente, a referida religião vem propor em termos de imagem ou modelo feminino em seu culto, distanciando de modo tão ostensivo o imaginário feminino da mãe – Iemanjá – e o da mulher sexualizada – Pomba-gira. O presente estudo se propõe a encontrar algumas respostas que contribuam para identificar e compreender qual vem a ser, na atualidade, a imagem proposta de feminino dentro da umbanda, a partir da compreensão dos conteúdos valorativos e conceituais contidos nessas duas representantes míticas, por excelência, da condição feminina de seu panteão, e em que medida essa imagem se apresenta e se insere no cotidiano da vida das mulheres umbandistas. |
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