Intenção de compra e consumo de alimentos orgânicos: um estudo sobre as crenças, atributos e grupos de referência

• Autor(a) principal: Sampaio, Danilo de Oliveira
• Data de Publicação: 2012
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6974
• topic: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ADMINISTRACAO; Comportamento do consumidor; Alimentos orgânicos; Sustentabilidade; Marketing; Consumer behavior; Organic food; Sustainability; Marketing; Purchase intent/consumption

Os consumidores estão cada vez mais conscientes e exigentes em relação aos tipos de alimentos ofertados, em especial, aos fatores como: qualidade, prego, saúde e preservação do meio ambiente natural. Nesse contexto, o alimento orgânico certificado tem sido uma opção entre os tipos de alimentos, pois é concebido sob um sistema de cultivo baseado na agricultura agroecológica e sustentável, a qual veta o uso de agrotóxicos, preserva a natureza sem contaminar a terra, os rios, a flora e fauna e, ainda, provoca uma relação diferenciada com o trabalhador do campo, com políticas que respeitam a legislação trabalhista. Esta pesquisa teve como foco o comportamento de compra/consumo do consumidor de alimentos orgânicos, buscando responder o problema de pesquisa - Quais são os fatores que determinam significativamente a intenção de compra/consumo de alimentos orgânicos e quais as relações desses fatores entre si? Essa pergunta permitiu a elaboração do objetivo geral da pesquisa, que foi propor e testar um modelo que avaliasse o impacto das variáveis que afetam a intenção de compra/consumo de alimentos orgânicos a partir da perspectiva do consumidor desse tipo de alimento. Nesse sentido, o referencial teórico desta pesquisa aborda dois campos do conhecimento: a escola de marketing denominada comportamento do consumidor e os estudos sobre o comportamento dos consumidores de alimentos orgânicos. Tendo em vista sua concepção, esta pesquisa é classificada como descritiva contendo uma fase exploratória, prevalecendo a filosofia positivista. Para responder aos objetivos e hipóteses desta pesquisa, foram desenvolvidas duas fases metodológicas: uma qualitativa e outra quantitativa. Assim, desenvolveram-se dois grupos focais em Juiz de Fora (MG) e um survey transversal com 560 consumidores de alimentos orgânicos em Belo Horizonte (MG). Após a construção da escala ajustada aos propósitos desta pesquisa, um modelo de comportamento de compra/consumo de alimentos orgânicos foi elaborado com base na técnica de modelagem de equações estruturais Podese concluir que o único construto endógeno deste modelo proposto, Intenção de Compra/Consumo, apresentou um coeficiente dc correlação (RZ) de 41%, indicando que 41% de suas variações são explicadas pelos construtos exógenos e os outros 59% refletem outras coisas que influenciam a intenção de compra/consumo, mas que 115.0 foram abordadas no modelo. O R2 de 41% indica um poder de previsão de moderado a substancial, de acordo com Chin (1998), que ressalta que se o construto é explicado por apenas uma ou duas variáveis, sendo o valor moderado aceitável. Dos três construtos exógenos do modelo proposto, apenas dois apresentaram impacto estatisticamente significativo, que foram os construtos crença e atributo. Ambas as cargas foram positivas, sendo que o impacto do construto atributo (carga padronizada de 0,50, p valor <1%) 1 foi maior do que o impacto do construto crença (carga padronizada de 0,20, p valor <l%), por ser mais próxima de um. O construto grupos de referência apresentou um impacto de 0,05 (carga próxima de zero, apesar de positiva), não exercendo influencias que impactam na intenção de compra/consumo se comparado aos outros construtos. Com relação as contribuições acadêmicas e gerenciais, destacamse: o resgate de um referencial teórico atualizado sobre o comportamento do consumidor de alimentos orgânicos; e que os varejos podem criar ações de publicidade e promoção de vendas incluindo uma mensagem de valorização ao meio ambiente, a qualidade e a disponibilidade do alimento orgânico. Dentre as limitações do estudo, destaca-se que o período de realização da pesquisa foi limitado e que mais cidades poderiam ter sido pesquisadas vislumbrando uma comparação entre as mesmas. Como sugestão de pesquisa futura, a diferenciação enquanto estratégia mercadológica pode ser utilizada tendo em vista os diversos tipos de alimentos orgânicos, apontando comportamentos de compra/consumo específicos por produto (tanto in natura como processado) possibilitando o aperfeiçoamento do modelo proposto.