A emergência de casos de Interação Fictiva como estratégia comunicativa em corpus de fala espontânea do português brasileiro
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFJF |
Texto Completo: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9323 |
Resumo: | A organização da conversação em turnos de fala é básica para a interação comunicativa e se constitui uma estrutura de conhecimento dos interlocutores acerca dos usos de linguagem. Pascual (2002, 2006, 2014; PASCUAL; SANDLER, 2016) reconhece a existência de uma base conversacional para o pensamento, a língua e o discurso, a qual contribui para o uso do frame de conversação com o intuito de estruturar/modelar a cognição, o discurso e a gramática (PASCUAL, 2014), uso este que define o fenômeno da Interação Fictiva (IF). O uso fictivo do frame de conversação é licenciado pelo padrão cognitivo de representações discrepantes de um mesmo objeto, onde o conceptualizador é capaz de produzir e interpretar sentenças ora mais verídicas, ora menos verídicas. Ancorada nas teorias de Fictividade (TALMY, 1996, 2000; LANGACKER, 1999, 2008), metáfora (LAKOFF; JOHNSON, 1980) e Espaços Mentais (FAUCONNIER, 1994, 1997; FAUCONNIER; TURNER, 2002), esta dissertação visou ao mapeamento de ocorrências de Interação Fictiva em cinco conversações do domínio familiar/privado do C-ORAL BRASIL I (RASO; MELLO, 2012), corpus de fala espontânea do português brasileiro, através de leituras e análises com o auxílio das oitivas. Tendo em vista que o fenômeno pode assumir diversas formas e funções específicas, adotouse uma abordagem metodológica mista baseada em corpus (corpus-based) e movida a corpus (corpus-driven) (SARDINHA, 2004; TOGNINI-BONELLI, 2001), de modo a permitir que o próprio dado mostre as suas particularidades e funções dentro do discurso. Realizou-se, portanto, uma análise do uso real da linguagem, respeitando sua complexidade e dando proeminência à intenção do falante ao fazer o uso de determinadas estruturas. Observou-se que o falante lança mão da IF quando há a necessidade de explicação ou instrução detalhada ou quando há a intenção de persuadir ou convencer o(s) ouvinte(s). Em vista disso, postula-se a IF como uma estratégia comunicativa do português brasileiro capaz de solucionar local e parcialmente conflitos de ordem interacional, como afirma Rocha (2018). |
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Pascual (2002, 2006, 2014; PASCUAL; SANDLER, 2016) reconhece a existência de uma base conversacional para o pensamento, a língua e o discurso, a qual contribui para o uso do frame de conversação com o intuito de estruturar/modelar a cognição, o discurso e a gramática (PASCUAL, 2014), uso este que define o fenômeno da Interação Fictiva (IF). O uso fictivo do frame de conversação é licenciado pelo padrão cognitivo de representações discrepantes de um mesmo objeto, onde o conceptualizador é capaz de produzir e interpretar sentenças ora mais verídicas, ora menos verídicas. Ancorada nas teorias de Fictividade (TALMY, 1996, 2000; LANGACKER, 1999, 2008), metáfora (LAKOFF; JOHNSON, 1980) e Espaços Mentais (FAUCONNIER, 1994, 1997; FAUCONNIER; TURNER, 2002), esta dissertação visou ao mapeamento de ocorrências de Interação Fictiva em cinco conversações do domínio familiar/privado do C-ORAL BRASIL I (RASO; MELLO, 2012), corpus de fala espontânea do português brasileiro, através de leituras e análises com o auxílio das oitivas. Tendo em vista que o fenômeno pode assumir diversas formas e funções específicas, adotouse uma abordagem metodológica mista baseada em corpus (corpus-based) e movida a corpus (corpus-driven) (SARDINHA, 2004; TOGNINI-BONELLI, 2001), de modo a permitir que o próprio dado mostre as suas particularidades e funções dentro do discurso. Realizou-se, portanto, uma análise do uso real da linguagem, respeitando sua complexidade e dando proeminência à intenção do falante ao fazer o uso de determinadas estruturas. Observou-se que o falante lança mão da IF quando há a necessidade de explicação ou instrução detalhada ou quando há a intenção de persuadir ou convencer o(s) ouvinte(s). Em vista disso, postula-se a IF como uma estratégia comunicativa do português brasileiro capaz de solucionar local e parcialmente conflitos de ordem interacional, como afirma Rocha (2018).The organization of the conversation in speech turns is basic for the communicative interaction and constitutes a structure of the uses of language which is known by the interlocutors. Pascual (2002, 2006, 2014; PASCUAL; SANDLER, 2016) recognizes the existence of a conversational basis for thought, language and discourse, which contributes to the use of the conversation frame in order to model cognition, discourse and grammar (PASCUAL, 2014), use which defines the phenomenon of Fictive Interaction (IF). The fictive use of the conversation frame is licensed by the cognitive pattern of discrepant representations of the same entity, where the conceptualizer is able to produce and interpret sentences, sometimes more veridical, or less veridical. This dissertation was based on the theories of Fictivity (TALMY, 1996, 2000, LANGACKER, 1999, 2008), Metaphor (LAKOFF, JOHNSON, 1980) and Mental Spaces (FAUCONNIER, 1994, 1997; FAUCONNIER; TURNER, 2002). It aimed at the mapping of occurrences of Fictive Interaction in five conversations in the family/private domain of C-ORAL BRASIL I (RASO; MELLO, 2012), spontaneous speech corpus of Brazilian Portuguese, through readings and analyzes with the support of the audios. As we have the knowledge that the phenomenon can take on different specific forms and functions, it was adopted a mixed methodological approach, corpus-based and corpus-driven (SARDINHA, 2004; TOGNINI-BONELLI, 2001), in order to allow the data itself to show its particularities and functions within the discourse. Therefore, an analysis of the actual use of language was made, respecting its complexity and giving prominence to the intention of the speaker when making use of certain structures. It was observed that the speaker uses IF when there is a need for detailed explanation or instruction or when there is an intention to persuade or convince the listener(s). In view of this, the Fictive Interaction is postulated as a communicative strategy in Brazilian Portuguese capable of solving local and partially conflicts of an interactional order (ROCHA, 2018).FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Letras: LinguísticaUFJFBrasilFaculdade de LetrasCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICALinguística cognitivaInteração fictivaEstratégia comunicativaCognitive linguisticsFictive interactionCommunicative strategyA emergência de casos de Interação Fictiva como estratégia comunicativa em corpus de fala espontânea do português brasileiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTEXTdeborabragamedeirosferreiradossantos.pdf.txtdeborabragamedeirosferreiradossantos.pdf.txtExtracted texttext/plain308462https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/9323/3/deborabragamedeirosferreiradossantos.pdf.txt2448ba11f95cbe5aeb285e291bc8ee46MD53THUMBNAILdeborabragamedeirosferreiradossantos.pdf.jpgdeborabragamedeirosferreiradossantos.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1161https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/9323/4/deborabragamedeirosferreiradossantos.pdf.jpg15d77c534ce6518fea262e776ec21313MD54ORIGINALdeborabragamedeirosferreiradossantos.pdfdeborabragamedeirosferreiradossantos.pdfapplication/pdf1514808https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/9323/1/deborabragamedeirosferreiradossantos.pdf11c33b65f69e7ac9a0f277ffed5d20c6MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82197https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/9323/2/license.txt000e18a5aee6ca21bb5811ddf55fc37bMD52ufjf/93232019-06-16 12:57:48.009oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/9323TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHvv73vv71vIGRlc3RhIGxpY2Vu77+9YSwgdm9j77+9IChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pLCBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLvv71uaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIO+/vXVkaW8gb3Ugdu+/vWRlby4KClZvY++/vSBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXvv71kbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZh77+977+9by4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBKdWl6IGRlIEZvcmEgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY++/vXBpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7vv71hLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLiBWb2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8g77+9IG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY++/vSB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuIFZvY++/vSB0YW1i77+9bSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcO+/vXNpdG8gZGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG7vv71vLCBxdWUgc2VqYSBkZSBzZXUgY29uaGVjaW1lbnRvLCBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBuaW5nde+/vW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2Pvv70gbu+/vW8gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3Pvv71vIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vLCBlIG7vv71vIGZhcu+/vSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHvv73vv71vLCBhbO+/vW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-06-16T15:57:48Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false |
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