O cronotopo sala de leitura e a formação do leitor literário
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFJF |
Texto Completo: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10076 |
Resumo: | Esta tese tem por objetivo conhecer e compreender qual tem sido o papel da sala de leitura na formação do leitor literário a partir das mediações de leitura literária desenvolvidas nesse cronotopo em escolas da rede municipal de ensino de Juiz de Fora/MG. Trata-se de uma investigação de cunho qualitativo de abordagem histórico-cultural, cujas análises dos dados estão fundamentadas nos estudos de Bakhtin sobre a filosofia da linguagem e de Vigotski sobre a psicologia de base social. A partir do conceito bakhtiniano de cronotopo e dos conceitos de mediação e vivência em Vigotski, foi possível refletir sobre o trabalho desenvolvido com a literatura no tempo-espaço das salas de leitura, considerando os espaços físicos concretos, o acesso ao acervo e as mediações de leitura literária desenvolvidas durante as observações realizadas ao longo da pesquisa. A literatura é vista como um direito inalienável de todos os seres humanos, que congrega a possibilidade de viver experiências estéticas, de autoconhecimento e de ampliação dos referenciais do mundo. A sala de leitura é concebida como cronotopo, um tempo-espaço de mediações, de interações, de trocas simbólicas, de vida, de eventos dialógicos, de formação de leitores. Como procedimentos metodológicos de pesquisa foram adotados o questionário, a observação e a análise dos Projetos Político-Pedagógicos de quatro escolas da rede municipal de Juiz de Fora/MG, que se constituíram campo de pesquisa. Os sujeitos são os docentes que atuam nas salas de leitura das referidas escolas participantes da pesquisa. Por meio da análise dos dados, foi possível compreender que o tempo-espaço da escola, por ser instantâneo, impacta as vivências dos alunos com a literatura, impedindo ou interrompendo a intensidade do cronotopo sala de leitura e, muitas vezes, não favorecendo a interação e a interlocução entre leitores e textos e entre leitores e leitores. A despeito de todo o esforço empreendido pelas professoras participantes da pesquisa na tentativa de realização de um trabalho com a literatura, a sala de leitura é considerada de forma inespecífica no planejamento das ações pedagógicas das instituições pesquisadas, o que a torna um espaço vulnerável na escola. Apesar de a leitura literária estar presente nas práticas de leitura, em certa medida, a potencialidade da linguagem literária não é ainda explorada e vivida plenamente em função da temporalidade que orienta os trabalhos nas escolas. Nesse sentido, a tese aponta que o papel da sala de leitura na formação do leitor literário assume centralidade por ser um tempo-espaço que potencializa interações atravessadas por uma dimensão estética própria desse cronotopo, no qual os tempos-espaços dos sujeitos em interação se entrecruzam aos tempos-espaços das obras que vão sendo compartilhadas e apropriadas pelos sujeitos. Isso se torna possível quando as mediações em torno do texto literário consideram o jogo de sentidos que se dá entre leitor e texto. |
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A partir do conceito bakhtiniano de cronotopo e dos conceitos de mediação e vivência em Vigotski, foi possível refletir sobre o trabalho desenvolvido com a literatura no tempo-espaço das salas de leitura, considerando os espaços físicos concretos, o acesso ao acervo e as mediações de leitura literária desenvolvidas durante as observações realizadas ao longo da pesquisa. A literatura é vista como um direito inalienável de todos os seres humanos, que congrega a possibilidade de viver experiências estéticas, de autoconhecimento e de ampliação dos referenciais do mundo. A sala de leitura é concebida como cronotopo, um tempo-espaço de mediações, de interações, de trocas simbólicas, de vida, de eventos dialógicos, de formação de leitores. Como procedimentos metodológicos de pesquisa foram adotados o questionário, a observação e a análise dos Projetos Político-Pedagógicos de quatro escolas da rede municipal de Juiz de Fora/MG, que se constituíram campo de pesquisa. Os sujeitos são os docentes que atuam nas salas de leitura das referidas escolas participantes da pesquisa. Por meio da análise dos dados, foi possível compreender que o tempo-espaço da escola, por ser instantâneo, impacta as vivências dos alunos com a literatura, impedindo ou interrompendo a intensidade do cronotopo sala de leitura e, muitas vezes, não favorecendo a interação e a interlocução entre leitores e textos e entre leitores e leitores. A despeito de todo o esforço empreendido pelas professoras participantes da pesquisa na tentativa de realização de um trabalho com a literatura, a sala de leitura é considerada de forma inespecífica no planejamento das ações pedagógicas das instituições pesquisadas, o que a torna um espaço vulnerável na escola. Apesar de a leitura literária estar presente nas práticas de leitura, em certa medida, a potencialidade da linguagem literária não é ainda explorada e vivida plenamente em função da temporalidade que orienta os trabalhos nas escolas. Nesse sentido, a tese aponta que o papel da sala de leitura na formação do leitor literário assume centralidade por ser um tempo-espaço que potencializa interações atravessadas por uma dimensão estética própria desse cronotopo, no qual os tempos-espaços dos sujeitos em interação se entrecruzam aos tempos-espaços das obras que vão sendo compartilhadas e apropriadas pelos sujeitos. Isso se torna possível quando as mediações em torno do texto literário consideram o jogo de sentidos que se dá entre leitor e texto.This thesis aims to know and understand what has been the role of the reading room in the formation of the literary reader through the mediations of literary reading developed in this chronotope at schools of the municipal education network of Juiz de Fora / MG. It is a qualitative investigation of a historical-cultural approach, whose data analyses take as basis Bakhtin's studies on the philosophy of language, and Vygotsky's on social-based psychology. From the Bakhtinian concept of chronotope and Vygotsky’s concepts of mediation and lived experience (perezhivanie), it was possible to reflect upon the work developed with literature in the time-space of reading rooms, considering the actual physical spaces, access to the collection, and mediations of literary reading developed during the observations made throughout the research. Literature seen as an inalienable right of all human beings gathers the possibility of living aesthetic and self-knowledge experiences, as also the expansion of references of the world. The reading room is conceived as a chronotope, a time-space of mediations, interactions, symbolic exchanges, life, dialogic events, and formation of readers. As methodological research procedures, the questionnaire was adopted, along with the observation, and analysis of the Political-Pedagogical Projects of four schools of the municipal network of Juiz de Fora /MG, which constituted the field of research. The subjects are the teachers who work in the reading rooms of the mentioned schools participating in the research. Through data analysis, it was possible to understand that the time-space of the school, for its promptness, impacts students' living experiences with literature, oftentimes preventing or interrupting the intensity of the reading room chronotope, not favoring interaction and interlocution between readers and texts, and between readers and readers. Despite all the efforts made by the participating teachers in the attempt of carrying out work with literature, the planning of the pedagogical actions from the researched institutions considers the reading room in an unspecific way, which makes it a vulnerable space in the school. Although literary reading is present in reading practices, to some extent, the potentiality of literary language is not yet fully explored and lived due to the temporality that guides the work in schools. In this sense, the thesis points out that the role of the reading room in the formation of the literary reader assumes centrality because it is a time-space that potentiates interactions crossed by an aesthetic dimension of this chronotope, in which the times-spaces of the interacting subjects intercross those of the works that are being shared and appropriated by them. That becomes possible when the mediations surrounding the literary text consider the game of meanings that takes place between reader and text.porUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em EducaçãoUFJFBrasilFaculdade de EducaçãoCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAOCronotopo sala de leituraLeitura literáriaFormação de leitor literárioMediação literáriaChronotope reading roomLiterary readingFormation of literary readersLiterary mediationO cronotopo sala de leitura e a formação do leitor literárioinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTEXTanamariamoraesscheffer.pdf.txtanamariamoraesscheffer.pdf.txtExtracted texttext/plain481886https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/10076/3/anamariamoraesscheffer.pdf.txt41b1489791315d91fb49ae1cce018063MD53THUMBNAILanamariamoraesscheffer.pdf.jpganamariamoraesscheffer.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1137https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/10076/4/anamariamoraesscheffer.pdf.jpg669fe21521f2e928b303213df70cd553MD54ORIGINALanamariamoraesscheffer.pdfanamariamoraesscheffer.pdfapplication/pdf13788312https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/10076/1/anamariamoraesscheffer.pdf77b5b6637e2d51088ce48d497b69e276MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82136https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/10076/2/license.txtffbb04eaab5e689eb178ff1cf915d0d1MD52ufjf/100762019-06-16 13:54:10.449oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/10076TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkENCg0KQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gDQpJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvIGRpcmVpdG8gbsOjby1leGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pLCBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uDQoNClZvY8OqIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBwb2RlLCBzZW0gYWx0ZXJhciBvIGNvbnRlw7pkbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgcXVhbHF1ZXIgbWVpbyBvdSBmb3JtYXRvIHBhcmEgZmlucyBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBwb2RlIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjw7NwaWEgZGUgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIGZpbnMgZGUgc2VndXJhbsOnYSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZhw6fDo28uIFZvY8OqIGRlY2xhcmEgcXVlIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyDDqSBvcmlnaW5hbCBlIHF1ZSB2b2PDqiB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gVm9jw6ogdGFtYsOpbSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcMOzc2l0byBkYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIG7Do28sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1w6ltLg0KDQpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIG9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLg0KDQpDQVNPIEEgUFVCTElDQcOHw4NPIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPICBPUkdBTklTTU8sIFZPQ8OKIERFQ0xBUkEgUVVFIFJFU1BFSVRPVSBUT0RPUyBFIFFVQUlTUVVFUiBESVJFSVRPUyBERSBSRVZJU8ODTyBDT01PIFRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLg0KDQpPIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSAgc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyIGNsYXJhbWVudGUgbyBzZXUgbm9tZSAocykgb3UgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIGRldGVudG9yKGVzKSBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGEgcHVibGljYcOnw6NvLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIGFsw6ltIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EuRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-06-16T16:54:10Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false |
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