O soft power dos Brics: discussões sobre política cultural e relações internacionais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brandi, Leonardo Rauthier
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16998
Resumo: A pesquisa tem como finalidade aprofundar o debate sobre o conceito Poder Brando (do inglês Soft Power) e relacioná-lo com as características culturais, ideológicas e políticas dos países integrantes do BRICS, bem como sua repercussão da atuação destes países membros (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a partir das mídias digitais, no período entre 2006 a 2020. O recorte temporal está relacionado com a 61ª Assembleia Geral da ONU, no dia 20 de setembro de 2006, em que os ministros das Relações exteriores Sergey Lavrov, da Rússia, e Celso Amorim, brasileiro – amigos de longa data desde da atuação de ambos em Nova York como diplomatas no início da década de 1990 – deram o início a constituição de um bloco que unisse países considerados em desenvolvimento. A partir deste encontro, decidiram organizar uma reunião informal dos ministros das Relações Exteriores do Brasil, da Rússia, da Índia e da China na missão brasileira das Nações Unidas. A relação diplomática entre estes países norteou o descontentamento à distribuição de poder dentro de instituições como o FMI, do Banco Mundial e da ONU na indisposição do G8 em incluir potências emergentes no poder de decisão. Estas pautas, vieram à tona quando o grupo se encontrou em Heiligendamm (Alemanha), em junho de 2007, onde os países envolvidos, reiteraram o compromisso de fazer pressão em conjunto para a reforma das estruturas financeiras globais. O conceito de Soft Power popularizado pelo cientista político, Joseph Nye, na década de 1990, busca compreender as alterações das políticas coercitivas denominadas por ele como Poder Duro (do inglês Hard Power), das operações militares e das ações econômicas, para uma política internacional menos tangível, que se destaca a disputa cultural que envolve as distintas formas de resistência, afirmações identitárias e a luta por direitos, pensando o patrimônio material e imaterial das grandes potências internacionais. Vamos nos esforçar para atender às novas demandas que surgem da sociedade em relação à história, a fim de compreender os atores culturais e sociais que foram silenciados e marginalizados pelos discursos dominantes. Isso permitirá que os países do BRICS repensem suas políticas patrimoniais e culturais sob uma perspectiva de poder brando. As análises foram realizadas a partir dos periódicos eletrônicos disponibilizados pela BBC (British Broadcasting Corporation, com capilaridade internacional e o jornal Global Times, do Partido Comunista Chinês para constituir uma perspectiva alternativa à narrativa ocidental. Já na esfera dos Brics, utilizaremos acervos digitais da Folha de S. Paulo, Izvestia, The Times of India, Global Times e The Times Live, dando ênfase na aplicabilidade do poder brando nas relações internacionais desses países e os principais aspectos que constituem o seu poder persuasivo. São os corolários desta reunião que se busca analisar na pesquisa, tendo como ponto de partida a publicação dos meios de comunicação descritos acima.
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O recorte temporal está relacionado com a 61ª Assembleia Geral da ONU, no dia 20 de setembro de 2006, em que os ministros das Relações exteriores Sergey Lavrov, da Rússia, e Celso Amorim, brasileiro – amigos de longa data desde da atuação de ambos em Nova York como diplomatas no início da década de 1990 – deram o início a constituição de um bloco que unisse países considerados em desenvolvimento. A partir deste encontro, decidiram organizar uma reunião informal dos ministros das Relações Exteriores do Brasil, da Rússia, da Índia e da China na missão brasileira das Nações Unidas. A relação diplomática entre estes países norteou o descontentamento à distribuição de poder dentro de instituições como o FMI, do Banco Mundial e da ONU na indisposição do G8 em incluir potências emergentes no poder de decisão. Estas pautas, vieram à tona quando o grupo se encontrou em Heiligendamm (Alemanha), em junho de 2007, onde os países envolvidos, reiteraram o compromisso de fazer pressão em conjunto para a reforma das estruturas financeiras globais. O conceito de Soft Power popularizado pelo cientista político, Joseph Nye, na década de 1990, busca compreender as alterações das políticas coercitivas denominadas por ele como Poder Duro (do inglês Hard Power), das operações militares e das ações econômicas, para uma política internacional menos tangível, que se destaca a disputa cultural que envolve as distintas formas de resistência, afirmações identitárias e a luta por direitos, pensando o patrimônio material e imaterial das grandes potências internacionais. Vamos nos esforçar para atender às novas demandas que surgem da sociedade em relação à história, a fim de compreender os atores culturais e sociais que foram silenciados e marginalizados pelos discursos dominantes. Isso permitirá que os países do BRICS repensem suas políticas patrimoniais e culturais sob uma perspectiva de poder brando. As análises foram realizadas a partir dos periódicos eletrônicos disponibilizados pela BBC (British Broadcasting Corporation, com capilaridade internacional e o jornal Global Times, do Partido Comunista Chinês para constituir uma perspectiva alternativa à narrativa ocidental. Já na esfera dos Brics, utilizaremos acervos digitais da Folha de S. Paulo, Izvestia, The Times of India, Global Times e The Times Live, dando ênfase na aplicabilidade do poder brando nas relações internacionais desses países e os principais aspectos que constituem o seu poder persuasivo. São os corolários desta reunião que se busca analisar na pesquisa, tendo como ponto de partida a publicação dos meios de comunicação descritos acima.The research aims to deepen the debate on the concept of Soft Power and relate it to the cultural, ideological, and political characteristics of the BRICS member countries, as well as its impact on the activities of these member countries (Brazil, Russia, India, China, and South Africa), through digital media, from 2006 to 2020. The temporal framework is related to the 61st UN General Assembly on September 20, 2006, where the foreign ministers Sergey Lavrov of Russia and Celso Amorim of Brazil - longtime friends since their work as diplomats in New York in the early 1990s - initiated the formation of a bloc that would unite developing countries. Following this meeting, they decided to organize an informal meeting of the Foreign Ministers of Brazil, Russia, India, and China at the Brazilian mission to the United Nations. The diplomatic relationship between these countries guided the dissatisfaction with the distribution of power within institutions such as the IMF, the World Bank, and the UN in the reluctance of the G8 to include emerging powers in decision-making. These issues came to light when the group met in Heiligendamm (Germany) in June 2007, where the involved countries reiterated their commitment to jointly press for the reform of global financial structures. The concept of Soft Power, popularized by political scientist Joseph Nye in the 1990s, seeks to understand the changes in coercive policies he refers to as Hard Power, military operations, and economic actions, towards a less tangible international politics that highlights the cultural struggle involving different forms of resistance, identity affirmations, and the fight for rights, considering the material and immaterial heritage of major international powers. We will strive to meet the new demands arising from society regarding history, in order to understand the cultural and social actors who have been silenced and marginalized by dominant discourses. This will enable BRICS countries to rethink their heritage and cultural policies from the perspective of soft power. The analysis will be conducted using electronic journals provided by the BBC (British Broadcasting Corporation, with international reach) and the Global Times, a newspaper of the Chinese Communist Party, to provide an alternative perspective to Western narratives. In the BRICS sphere, we will use digital archives of Folha de S. Paulo, Izvestia, The Times of India, Global Times, and The Times Live, emphasizing the applicability of soft power in the international relations of these countries and the main aspects constituting their persuasive power. It is the corollaries of this meeting that we seek to analyze in the research, with the publication of the media described above as the starting point.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em HistóriaUFJFBrasilICH – Instituto de Ciências HumanasAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIASoft powerRelações internacionaisBRICSPolítica culturalSoft powerInternational relationsCultural policyO soft power dos Brics: discussões sobre política cultural e relações internacionaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALleonardorauthierbrandi.pdfleonardorauthierbrandi.pdfapplication/pdf930097https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16998/1/leonardorauthierbrandi.pdfda87e94ccb6a02ef4e70df8d2050296fMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16998/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16998/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53TEXTleonardorauthierbrandi.pdf.txtleonardorauthierbrandi.pdf.txtExtracted texttext/plain232839https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16998/4/leonardorauthierbrandi.pdf.txt3dc54be8254b80f39089ae1731130264MD54THUMBNAILleonardorauthierbrandi.pdf.jpgleonardorauthierbrandi.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1223https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16998/5/leonardorauthierbrandi.pdf.jpg97cd9a8c3d2d8d1dd648250de832cb6fMD55ufjf/169982024-08-02 03:04:23.216oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/16998Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2024-08-02T06:04:23Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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