Pela boa ordem da província e pela glória do império – famílias, estratégias e suas tramas na administração imperial do Maranhão (c. 1750-c.1840)

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Autor(a) principal: Cirino, Raissa Gabrielle Vieira
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12142
Resumo: Após a deflagração da Independência, em 1822, alguns entraves dificultaram o objetivo de conservar o imenso território do nascente Império do Brasil, tal como se mantivera no período colonial. As capitanias, agora províncias, retinham em seu bojo diferentes atores, agrupados em tradicionais famílias da terra, cujos interesses e projetos não necessariamente convergiam com as determinações do novo centro governativo, o Rio de Janeiro. Esse era o caso do Maranhão, província de ascendente economia embasada na agroexportação e no tráfico de africanos, cujas rendas estavam mantendo a Corte lusitana há alguns anos, mesmo sob constantes reclamações acerca do peso dos impostos, da balança comercial e da interferência dos negociantes advindos da Grã-Bretanha. Embora a resistência ao projeto independentista tenha sido suplantada em 1823, resultando na “adesão” da província, longo foi o caminho trilhado pelos seus novos representantes, membros das famílias da terra, para consolidar um espaço de negociação que possibilitasse a incorporação das suas pretensões. A fim de mapear e analisar esse moroso processo de enquadramento das famílias da elite do Maranhão ao corpo político imperial, nos focamos no período de Primeiro Reinado e Regência, quando a finalização das primeiras eleições possibilitaram o envio de seus representantes à Assembleia Geral, enquanto na província iniciavam as sessões do Conselho de Presidência, geralmente denominado de Conselho Presidial pelos seus contemporâneos, e do Conselho Geral do Maranhão. Trabalhando junto ao presidente de província, essas instituições reuniram cidadãos da própria localidade com o intuito de tratar dos “negócios” de seu interesse, construindo, destarte, o novo âmbito de poder regional que cumpriu o vital papel de dinamizar as comunicações com a Corte. Um olhar mais acurado desvelou que a nova agenda constitucional não inaugurou as disputas de poder na província. De fato, os representantes da elite já se empenhavam em participar da administração burocrática desde meados do século XVIII. A partir de 1823, facções e identidades políticas foram adaptadas e mobilizadas para disputar o acesso aos postos administrativos e fiscais. Por outro lado, observamos a permanência de certas práticas e estratégias, arquitetadas sob a égide das antigas famílias da terra e de suas redes de sociabilidade, cujas “qualidades” e aptidões investidas até ali foram ajustadas a fim de manter e ampliar seus status e privilégios. A repercussão desse jogo de poder no Maranhão ultrapassou suas fronteiras, impelindo a constituição de uma intricada rede de relações, que pautou as alianças e propostas em meio ao processo de integração ao Estado imperial. Alternando diferentes escalas (institucional e social, individual e familiar, “regional” e “nacional”), a presente tese objetiva investigar de que forma esses atores e grupos (políticos e familiares) da elite lutaram para se articular e se readaptar diante de novas conjunturas, ao mesmo tempo em que foram capazes de viabilizar a unificação do território e o fortalecimento de uma autoridade centralizada, que se perpetuou como o Império do Brasil.
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Esse era o caso do Maranhão, província de ascendente economia embasada na agroexportação e no tráfico de africanos, cujas rendas estavam mantendo a Corte lusitana há alguns anos, mesmo sob constantes reclamações acerca do peso dos impostos, da balança comercial e da interferência dos negociantes advindos da Grã-Bretanha. Embora a resistência ao projeto independentista tenha sido suplantada em 1823, resultando na “adesão” da província, longo foi o caminho trilhado pelos seus novos representantes, membros das famílias da terra, para consolidar um espaço de negociação que possibilitasse a incorporação das suas pretensões. A fim de mapear e analisar esse moroso processo de enquadramento das famílias da elite do Maranhão ao corpo político imperial, nos focamos no período de Primeiro Reinado e Regência, quando a finalização das primeiras eleições possibilitaram o envio de seus representantes à Assembleia Geral, enquanto na província iniciavam as sessões do Conselho de Presidência, geralmente denominado de Conselho Presidial pelos seus contemporâneos, e do Conselho Geral do Maranhão. Trabalhando junto ao presidente de província, essas instituições reuniram cidadãos da própria localidade com o intuito de tratar dos “negócios” de seu interesse, construindo, destarte, o novo âmbito de poder regional que cumpriu o vital papel de dinamizar as comunicações com a Corte. Um olhar mais acurado desvelou que a nova agenda constitucional não inaugurou as disputas de poder na província. De fato, os representantes da elite já se empenhavam em participar da administração burocrática desde meados do século XVIII. A partir de 1823, facções e identidades políticas foram adaptadas e mobilizadas para disputar o acesso aos postos administrativos e fiscais. Por outro lado, observamos a permanência de certas práticas e estratégias, arquitetadas sob a égide das antigas famílias da terra e de suas redes de sociabilidade, cujas “qualidades” e aptidões investidas até ali foram ajustadas a fim de manter e ampliar seus status e privilégios. A repercussão desse jogo de poder no Maranhão ultrapassou suas fronteiras, impelindo a constituição de uma intricada rede de relações, que pautou as alianças e propostas em meio ao processo de integração ao Estado imperial. Alternando diferentes escalas (institucional e social, individual e familiar, “regional” e “nacional”), a presente tese objetiva investigar de que forma esses atores e grupos (políticos e familiares) da elite lutaram para se articular e se readaptar diante de novas conjunturas, ao mesmo tempo em que foram capazes de viabilizar a unificação do território e o fortalecimento de uma autoridade centralizada, que se perpetuou como o Império do Brasil.After the disruption of Independence in 1822, some obstacles undermined the goal of conserving the immense territory of the emerging Empire of Brazil, as it had remained in the colonial period. The captaincies, renamed to provinces, retained in their spaces different actors, grouped into traditional families of those places whose interests and projects did not necessarily converge with the determinations of the new governing core, the city of Rio de Janeiro. This was the case of Maranhão, a province of a growing economy based on agro-export and trafficking of enslaved Africans, whose incomes had been maintaining the Portuguese Court for some years - even under constant complaints about the weight of taxes, the trade balance, and the interference from the dealers from the United Kingdom. Although resistance to the independence project was supplanted in 1823, resulting in "coalescence" of the province, long was the path taken by its new representatives, members of the families of the region, to a negotiating space that would enable the incorporation of their claims. To map and to analyze this dilatory process of framing the elite families of Maranhão to the imperial political body, we focused on the period of First Reign and Regency. At that period, we can see the finalization of the first elections that allowed the sending of their representatives of the General Assembly, while in the province began the sessions of the Presidency Council (generally called the Presider Council) and the General Council of Maranhão. Working with the president of the province, these institutions brought together citizens of the locality itself to deal with the "business" of their interest, building, clearly, the new scope of regional power that fulfilled the vital role of establishing communications with the Court. A more accurate inquiry has shown that the new constitutional agenda did not inaugurate power disputes in the province. Representatives of elite families have been committed to participating in bureaucratic administration since the mid-18th century. Since 1823, factions and political identities were adapted and mobilized to dispute access to the administrative and fiscal posts. On the other hand, we observe the permanence of certain practices and strategies, architected under the patronage of the old families and their networks of sociability - whose "qualities" and skills invested until then were adjusted to keep and expand their status and privileges. The repercussion of this power game in the Province of Maranhão exceeded its borders, urging the constitution of a complex network of relations, which managed alliances and proposals amid the process of integration into the imperial state. Alternating different scales (institutional and social, individual and family, "regional" and "national"), this thesis aims to investigate how these elite actors and groups (political and family) fought to articulate and readapt themselves under new conjunctures, while being able to enable the unification of the territory and the strengthening of a centralized authority, which was perpetuated as the Empire of Brazil.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em HistóriaUFJFBrasilICH – Instituto de Ciências HumanasAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIAImpério do BrasilProvíncia do MaranhãoConselhos provinciaisElitesFamíliasEmpire of Brazil; province of Maranhão; Province councils; elites; familiesEmpire of BrazilProvince of MaranhãoProvince councilsElitesFamiliesPela boa ordem da província e pela glória do império – famílias, estratégias e suas tramas na administração imperial do Maranhão (c. 1750-c.1840)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALraissagabriellevieiracirino.pdfraissagabriellevieiracirino.pdfPDF/Aapplication/pdf4433293https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12142/2/raissagabriellevieiracirino.pdf40e9c7ec3159be84a0785eaea403c684MD52CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12142/3/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12142/4/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD54TEXTraissagabriellevieiracirino.pdf.txtraissagabriellevieiracirino.pdf.txtExtracted texttext/plain866613https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12142/5/raissagabriellevieiracirino.pdf.txt14986b6428f0b4113307e566b8645a59MD55THUMBNAILraissagabriellevieiracirino.pdf.jpgraissagabriellevieiracirino.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1169https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12142/6/raissagabriellevieiracirino.pdf.jpg32e4b762afe556b6d97d9ec4c66355f1MD56ufjf/121422023-07-25 13:37:02.293oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/12142Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2023-07-25T16:37:02Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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