Os usos sociais da escrita no cotidiano de camadas populares
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Educação em Revista |
Texto Completo: | https://periodicos.ufmg.br/index.php/edrevista/article/view/44691 |
Resumo: | Esta dissertação tem como proposta básica uma análise significados da escrita para segmentos sociais economicamente desfavorecidos. Uma abordagem de caráter etnográfico, numa vila - zona periférica de Belo Horizonte- permitiu situar a escrita no conntexto dos valores, das normas, da produção simbólica dos moradores dessa vila. Uma constatação relevante foi a de que a escrita participa do conjunto de valores desses sujeitos, ao lado de outros, a exemplo da religiosidade, do trabalho, da comunicabilidade, da fámilia. Dadas as suas especificidades, ler e escrever constituem atividades mediadoras na construção de um projeto de pessoa que esses individuos se propõem alcançar. Ou seja, a escrita permeia espaços e teorias de aprendizagem e de vivencia das relações interpessoais. Além de ultrapassarem as funções informativa e comunicativa, as peculiaridades dos usos da escrita, nesse universo social, permitem refazer algumas representações construídas por um senso comum de um discurso acadêmico, entre elas a da predominância de um senso estritamente pragmático da escrita e do seu papel como mecanismo de ascensão social para as classes trabalhadoras. Outra "vertente representativa desses moradores aponta para as classificações criadas a partir do letramento. Nessse limite, foi possivel ampliar uma polissemia dos termos "oficiais" - analfabeto, semi-analfabeto, alfabetizado, estudado. Enfim, aquantidade de materias escritos que circulam nessa Vila, somada às variadas funções e usos que deles se fazem, permitem afirmar que as representações sobre o letramento, por parte desses sujeitos, representam especificidade e lógica própria, quando comparadas ás representações de um discurso dominante. |
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