Línguas ameaçadas: o francoprovençal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Simone Fonseca Gomes
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/30845
Resumo: Nesta tese estuda-se o francoprovençal, língua românica minoritária ameaçada de extinção. Seu domínio compreende o sudeste da França, adentra a Suíça e o Vale d’Aosta na Itália. Na França, a situação da língua é resultado do processo histórico longo e gradual de expansão da língua francesa, que se torna língua literária, nacional e de prestígio, levando as populações locais a abandonarem seu idioma. O estudo dos fatores da UNESCO (2003) para a avaliação da vitalidade de línguas nos permitiu comprovar a delicada situação dessa língua na atualidade, sobretudo devido à ruptura da transmissão intergeracional, à inexistência de ensino institucionalizado e de uma legislação efetiva de proteção e promoção das línguas regionais na França. Para desenvolver esta pesquisa, realizamos trabalho de campo, observação participante e coleta de dados linguísticos e sociolinguísticos junto a um grupo que atua na manutenção da língua francoprovençal no vilarejo de Saint-Étienne-du-Bois, departamento de Ain na França. A pesquisa se apoia nos pressupostos da sociolinguística de Labov (1972) e na dialetologia social de Milroy (1992). Transitamos ainda no campo de estudos do contato linguístico e da extinção, ameaça ou obsolescência linguística, de onde pudemos extrair parâmetros para análise dos dados e compreensão dos fenômenos observados. Na análise dos dados, pudemos traçar o perfil do falante do francoprovençal na comunidade estudada e estabelecer uma tipologia dos falantes, na qual identificamos três categorias: o falante quasi-nativo, mais velho e mais competente que teve uma aquisição quase completa da língua ainda durante a infância; o semi-falante, menos exposto à língua na infância, mas que conseguiu recuperá-la parcialmente na idade adulta; o falante passivo, que teve contato com a língua na infância mas desenvolveu apenas a competência passiva. O estudo dos dados propriamente linguísticos levou em conta a tipologia dos falantes e os fatores históricos, políticos, socioeconômicos e culturais atuantes no processo de abandono do francoprovençal na França. Pudemos constatar que os semi-falantes apresentam uma versão da língua fortemente marcada pelo contato com o francês, no entanto, mantem-se as características distintivas da língua dentro do grupo galo-românico assim como alguns elementos característicos do falar do vilarejo estudado. Esses elementos sobrevivem sobretudo por sua função simbólica e identitária dentro da comunidade. Apesar de a língua sofrer perdas, sobretudo lexicais e morfológicas, os falantes ainda conseguem preencher essas lacunas preservando as características distintivas da língua através de processos de alinhamento ou adaptações via analogia, revelando a criatividade do falante e sua capacidade de recriar uma língua que não é mais usada na comunidade. Os principais obstáculos à manutenção da língua são a ruptura da transmissão, a perda acentuada de seus contextos de uso e seu encarceramento em atividades de cultivo das tradições e da cultura local com pouca penetração entre os jovens, o que nos leva a entrever a sobrevivência da língua como objeto ou símbolo da cultura e da identidade e não como meio de comunicação.
id UFMG_0fd3c810b763b506010e5f57b6d7bc78
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/30845
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Maria Antonieta Amarante de Mendonça Cohenhttp://lattes.cnpq.br/5840419220894101Aléxia Teles DuchownyFábio Bonfim DuarteAnna Ur Evna LadilovaMaria do Socorro Vieira Coelhohttp://lattes.cnpq.br/9088832055978543Simone Fonseca Gomes2019-11-05T17:18:18Z2019-11-05T17:18:18Z2019-08-20http://hdl.handle.net/1843/30845Nesta tese estuda-se o francoprovençal, língua românica minoritária ameaçada de extinção. Seu domínio compreende o sudeste da França, adentra a Suíça e o Vale d’Aosta na Itália. Na França, a situação da língua é resultado do processo histórico longo e gradual de expansão da língua francesa, que se torna língua literária, nacional e de prestígio, levando as populações locais a abandonarem seu idioma. O estudo dos fatores da UNESCO (2003) para a avaliação da vitalidade de línguas nos permitiu comprovar a delicada situação dessa língua na atualidade, sobretudo devido à ruptura da transmissão intergeracional, à inexistência de ensino institucionalizado e de uma legislação efetiva de proteção e promoção das línguas regionais na França. Para desenvolver esta pesquisa, realizamos trabalho de campo, observação participante e coleta de dados linguísticos e sociolinguísticos junto a um grupo que atua na manutenção da língua francoprovençal no vilarejo de Saint-Étienne-du-Bois, departamento de Ain na França. A pesquisa se apoia nos pressupostos da sociolinguística de Labov (1972) e na dialetologia social de Milroy (1992). Transitamos ainda no campo de estudos do contato linguístico e da extinção, ameaça ou obsolescência linguística, de onde pudemos extrair parâmetros para análise dos dados e compreensão dos fenômenos observados. Na análise dos dados, pudemos traçar o perfil do falante do francoprovençal na comunidade estudada e estabelecer uma tipologia dos falantes, na qual identificamos três categorias: o falante quasi-nativo, mais velho e mais competente que teve uma aquisição quase completa da língua ainda durante a infância; o semi-falante, menos exposto à língua na infância, mas que conseguiu recuperá-la parcialmente na idade adulta; o falante passivo, que teve contato com a língua na infância mas desenvolveu apenas a competência passiva. O estudo dos dados propriamente linguísticos levou em conta a tipologia dos falantes e os fatores históricos, políticos, socioeconômicos e culturais atuantes no processo de abandono do francoprovençal na França. Pudemos constatar que os semi-falantes apresentam uma versão da língua fortemente marcada pelo contato com o francês, no entanto, mantem-se as características distintivas da língua dentro do grupo galo-românico assim como alguns elementos característicos do falar do vilarejo estudado. Esses elementos sobrevivem sobretudo por sua função simbólica e identitária dentro da comunidade. Apesar de a língua sofrer perdas, sobretudo lexicais e morfológicas, os falantes ainda conseguem preencher essas lacunas preservando as características distintivas da língua através de processos de alinhamento ou adaptações via analogia, revelando a criatividade do falante e sua capacidade de recriar uma língua que não é mais usada na comunidade. Os principais obstáculos à manutenção da língua são a ruptura da transmissão, a perda acentuada de seus contextos de uso e seu encarceramento em atividades de cultivo das tradições e da cultura local com pouca penetração entre os jovens, o que nos leva a entrever a sobrevivência da língua como objeto ou símbolo da cultura e da identidade e não como meio de comunicação.In this thesis one studies the Francoprovençal, a Romance minority language threatened of extinction. Its domain comprises the southeast of France, part of Switzerland and the Valle d’Aosta in Italy. In France, the language situation is the result of the long and gradual historical process of the expansion of French, which becomes a literary, national and prestigious language, leading local populations to abandon their native language. The study of the factors by UNESCO (2003) for the evaluation of the vitality of languages allowed us to prove the delicate situation of this language today, mainly due to the rupture of intergenerational transmission, the lack of institutionalized teaching and effective legislation to protect and promote languages in France. To develop this research, we carried out fieldwork, participant observation and collection of linguistic and sociolinguistic data together with a group that works to maintain the francoprovençal in the village of Saint-Étienne-du-Bois, department of Ain in France. This research is based on the assumptions of Labov’s sociolinguistics (1972) and the social dialectology of Milroy (1992). We also dealt with the field of studies of language contact and endangered language or language obsolescence, from where we could extract parameters for data analysis and understanding of observed phenomena. Through the analysis of the data, we have been able to trace the profile of the francoprovençal speaker in the studied community and to establish a typology of the speakers, for which we have proposed three categories: the quasi-native speaker, the older ones who had acquired the language in childhood and showed more competence about the language; the semi-speaker, who has been less exposed to language in childhood, but partially managed to recover it in adulthood; the passive speaker, who had contact with the language in childhood but has developed only a passive competence. The analysis of the linguistic data proper took into account the typology of the speakers and the historical, political, socioeconomic and cultural factors involved in the process of abandoning the francoprovençal in France. It has been verified that the semi-speakers use a version of the language strongly marked by the contact with French, however, the distinctive features of the language within the Gallo-Romance group are maintained, as well as some elements typical of the linguistic variant spoken in the studied village. These elements survive mainly due to the symbolic and identity function they have within the group. Although the language undergoes losses, especially lexical and morphological, speakers still manage to fill these gaps by preserving the distinctive features of the language through alignment processes or adaptations via analogy, revealing the speaker’s creativity and his ability to recreate pieces of the language that is not longer fully used in the community. The main obstacles to maintaining the language are the rupture of transmission, the continuing loss of its contexts of use and its restriction to activities related to local traditions and cultures, that do not interest the younger generations, which leads us to see the survival of this language mainly a symbol of culture and identity and not as a vehicle of communication.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LinguísticosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRASLínguas românicasDialetos franco-provençaisMudanças linguísticasSociolinguísticaslínguas ameaçadasfrancoprovençallínguas românicassociolinguísticacontato linguísticoLínguas ameaçadas: o francoprovençalEndangered languages: the francoprovençalLangues en danger: le francoprovençalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTese Simone Versão Final Completa.pdfTese Simone Versão Final Completa.pdfTese de Simone Fonseca Gomesapplication/pdf29512329https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30845/1/Tese%20Simone%20Versa%cc%83o%20Final%20Completa.pdf3e8729485eabeeb39d13ac38ea2e5c7aMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30845/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD52TEXTTese Simone Versão Final Completa.pdf.txtTese Simone Versão Final Completa.pdf.txtExtracted texttext/plain502422https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30845/3/Tese%20Simone%20Versa%cc%83o%20Final%20Completa.pdf.txtc3f58fbc53aea98450660c53e79248f5MD531843/308452019-11-14 12:46:30.743oai:repositorio.ufmg.br:1843/30845TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T15:46:30Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Línguas ameaçadas: o francoprovençal
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Endangered languages: the francoprovençal
Langues en danger: le francoprovençal
title Línguas ameaçadas: o francoprovençal
spellingShingle Línguas ameaçadas: o francoprovençal
Simone Fonseca Gomes
línguas ameaçadas
francoprovençal
línguas românicas
sociolinguística
contato linguístico
Línguas românicas
Dialetos franco-provençais
Mudanças linguísticas
Sociolinguísticas
title_short Línguas ameaçadas: o francoprovençal
title_full Línguas ameaçadas: o francoprovençal
title_fullStr Línguas ameaçadas: o francoprovençal
title_full_unstemmed Línguas ameaçadas: o francoprovençal
title_sort Línguas ameaçadas: o francoprovençal
author Simone Fonseca Gomes
author_facet Simone Fonseca Gomes
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Maria Antonieta Amarante de Mendonça Cohen
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5840419220894101
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Aléxia Teles Duchowny
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Fábio Bonfim Duarte
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Anna Ur Evna Ladilova
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Maria do Socorro Vieira Coelho
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9088832055978543
dc.contributor.author.fl_str_mv Simone Fonseca Gomes
contributor_str_mv Maria Antonieta Amarante de Mendonça Cohen
Aléxia Teles Duchowny
Fábio Bonfim Duarte
Anna Ur Evna Ladilova
Maria do Socorro Vieira Coelho
dc.subject.por.fl_str_mv línguas ameaçadas
francoprovençal
línguas românicas
sociolinguística
contato linguístico
topic línguas ameaçadas
francoprovençal
línguas românicas
sociolinguística
contato linguístico
Línguas românicas
Dialetos franco-provençais
Mudanças linguísticas
Sociolinguísticas
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Línguas românicas
Dialetos franco-provençais
Mudanças linguísticas
Sociolinguísticas
description Nesta tese estuda-se o francoprovençal, língua românica minoritária ameaçada de extinção. Seu domínio compreende o sudeste da França, adentra a Suíça e o Vale d’Aosta na Itália. Na França, a situação da língua é resultado do processo histórico longo e gradual de expansão da língua francesa, que se torna língua literária, nacional e de prestígio, levando as populações locais a abandonarem seu idioma. O estudo dos fatores da UNESCO (2003) para a avaliação da vitalidade de línguas nos permitiu comprovar a delicada situação dessa língua na atualidade, sobretudo devido à ruptura da transmissão intergeracional, à inexistência de ensino institucionalizado e de uma legislação efetiva de proteção e promoção das línguas regionais na França. Para desenvolver esta pesquisa, realizamos trabalho de campo, observação participante e coleta de dados linguísticos e sociolinguísticos junto a um grupo que atua na manutenção da língua francoprovençal no vilarejo de Saint-Étienne-du-Bois, departamento de Ain na França. A pesquisa se apoia nos pressupostos da sociolinguística de Labov (1972) e na dialetologia social de Milroy (1992). Transitamos ainda no campo de estudos do contato linguístico e da extinção, ameaça ou obsolescência linguística, de onde pudemos extrair parâmetros para análise dos dados e compreensão dos fenômenos observados. Na análise dos dados, pudemos traçar o perfil do falante do francoprovençal na comunidade estudada e estabelecer uma tipologia dos falantes, na qual identificamos três categorias: o falante quasi-nativo, mais velho e mais competente que teve uma aquisição quase completa da língua ainda durante a infância; o semi-falante, menos exposto à língua na infância, mas que conseguiu recuperá-la parcialmente na idade adulta; o falante passivo, que teve contato com a língua na infância mas desenvolveu apenas a competência passiva. O estudo dos dados propriamente linguísticos levou em conta a tipologia dos falantes e os fatores históricos, políticos, socioeconômicos e culturais atuantes no processo de abandono do francoprovençal na França. Pudemos constatar que os semi-falantes apresentam uma versão da língua fortemente marcada pelo contato com o francês, no entanto, mantem-se as características distintivas da língua dentro do grupo galo-românico assim como alguns elementos característicos do falar do vilarejo estudado. Esses elementos sobrevivem sobretudo por sua função simbólica e identitária dentro da comunidade. Apesar de a língua sofrer perdas, sobretudo lexicais e morfológicas, os falantes ainda conseguem preencher essas lacunas preservando as características distintivas da língua através de processos de alinhamento ou adaptações via analogia, revelando a criatividade do falante e sua capacidade de recriar uma língua que não é mais usada na comunidade. Os principais obstáculos à manutenção da língua são a ruptura da transmissão, a perda acentuada de seus contextos de uso e seu encarceramento em atividades de cultivo das tradições e da cultura local com pouca penetração entre os jovens, o que nos leva a entrever a sobrevivência da língua como objeto ou símbolo da cultura e da identidade e não como meio de comunicação.
publishDate 2019
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-11-05T17:18:18Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-11-05T17:18:18Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2019-08-20
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/30845
url http://hdl.handle.net/1843/30845
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FALE - FACULDADE DE LETRAS
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30845/1/Tese%20Simone%20Versa%cc%83o%20Final%20Completa.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30845/2/license.txt
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30845/3/Tese%20Simone%20Versa%cc%83o%20Final%20Completa.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 3e8729485eabeeb39d13ac38ea2e5c7a
34badce4be7e31e3adb4575ae96af679
c3f58fbc53aea98450660c53e79248f5
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589388106465280