Passar o passado a limpo : memória, esquecimento, justiça e impunidade no Brasil pós-ditadura : da anistia à Comissão Nacional da Verdade.
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/45833 |
Resumo: | Esta tese tem como objeto as políticas de memória e reparação implementadas pelo Estado brasileiro em relação à ditadura militar de 1964, bem como as demandas de setores da sociedade por memória, verdade e justiça. Trata-se de compreender o que foi feito no Brasil em termos de “justiça de transição” para buscar reparar, em distintos âmbitos, as consequências da política repressiva desse regime. Entende-se que nesse processo existem diversos atores em disputa, estando em jogo não apenas as escolhas sobre quais políticas devem ser adotadas ou não para compor a “justiça de transição”, uma vez que a construção desse processo implica a elaboração de leituras do passado, evidenciada pelo conflito entre memórias. Entre 1995 e 2014 o Brasil adotou uma série de políticas de memória e reparação, construindo uma agenda para o passado que somente teve início passados dez anos do fim da ditadura, mas que era reivindicada desde 1979, na luta por anistia. Compreender o processo de construção dessa agenda, bem como os conteúdos de suas políticas, é um dos principais objetivos desta tese, buscando articular essa análise à cultura política como chave analítica, a fim de se entender as escolhas dos atores políticos e os caminhos escolhidos para a construção da “justiça de transição” brasileira, tão peculiar quando comparada a outras experiências históricas semelhantes. Parte-se da hipótese de que as estratégias de acomodação e conciliação, presentes no processo de transição ao fim da ditadura, são traços dessa cultura política e ajudam também a explicar a natureza da “justiça de transição” no Brasil. Os pactos firmados entre as elites políticas, traduzidos na Lei de Anistia de 1979, foram posteriormente renovados por distintos governos civis, assegurando que as pautas consideradas mais radicais desse processo, a exemplo da punição de violadores dos direitos humanos, não seriam adotadas. Com isso, acomodou-se demandas da sociedade, mas também das Forças Armadas, e o Estado atuou como ente mediador, construindo uma série de políticas cujos conteúdos abrigaram memória e verdade, mas também esquecimento e impunidade. Distintas sociedades, após ditaduras, genocídios e guerras civis, tiveram de enfrentar, a despeito das leis de anistia, as heranças desses fenômenos herdadas por novos regimes. “O que fazer com o passado?” tornou-se questão urgente, que se configurou como uma espécie de passado em suspenso, aberto, haja vista que os processos transicionais não foram capazes de sanar todas as demandas da sociedade nesse sentido. Isso acabou criando uma força política que impeliu governos a darem respostas a esse problema, tendo de enfrentar, contudo, interesses conflitantes que, de maneira simplificada, envolviam antigos atores que tinham estado em campos opostos quando desses fenômenos. Uma análise do caso brasileiro joga luz sobre aspectos mais centrais percebidos anteriormente, tanto na ditadura, quanto na transição, que parecem se estruturar de modo mais duradouro em setores da sociedade, notadamente nas elites políticas. |
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Entende-se que nesse processo existem diversos atores em disputa, estando em jogo não apenas as escolhas sobre quais políticas devem ser adotadas ou não para compor a “justiça de transição”, uma vez que a construção desse processo implica a elaboração de leituras do passado, evidenciada pelo conflito entre memórias. Entre 1995 e 2014 o Brasil adotou uma série de políticas de memória e reparação, construindo uma agenda para o passado que somente teve início passados dez anos do fim da ditadura, mas que era reivindicada desde 1979, na luta por anistia. Compreender o processo de construção dessa agenda, bem como os conteúdos de suas políticas, é um dos principais objetivos desta tese, buscando articular essa análise à cultura política como chave analítica, a fim de se entender as escolhas dos atores políticos e os caminhos escolhidos para a construção da “justiça de transição” brasileira, tão peculiar quando comparada a outras experiências históricas semelhantes. Parte-se da hipótese de que as estratégias de acomodação e conciliação, presentes no processo de transição ao fim da ditadura, são traços dessa cultura política e ajudam também a explicar a natureza da “justiça de transição” no Brasil. Os pactos firmados entre as elites políticas, traduzidos na Lei de Anistia de 1979, foram posteriormente renovados por distintos governos civis, assegurando que as pautas consideradas mais radicais desse processo, a exemplo da punição de violadores dos direitos humanos, não seriam adotadas. Com isso, acomodou-se demandas da sociedade, mas também das Forças Armadas, e o Estado atuou como ente mediador, construindo uma série de políticas cujos conteúdos abrigaram memória e verdade, mas também esquecimento e impunidade. Distintas sociedades, após ditaduras, genocídios e guerras civis, tiveram de enfrentar, a despeito das leis de anistia, as heranças desses fenômenos herdadas por novos regimes. “O que fazer com o passado?” tornou-se questão urgente, que se configurou como uma espécie de passado em suspenso, aberto, haja vista que os processos transicionais não foram capazes de sanar todas as demandas da sociedade nesse sentido. Isso acabou criando uma força política que impeliu governos a darem respostas a esse problema, tendo de enfrentar, contudo, interesses conflitantes que, de maneira simplificada, envolviam antigos atores que tinham estado em campos opostos quando desses fenômenos. Uma análise do caso brasileiro joga luz sobre aspectos mais centrais percebidos anteriormente, tanto na ditadura, quanto na transição, que parecem se estruturar de modo mais duradouro em setores da sociedade, notadamente nas elites políticas.Esta investigación tiene como objeto las políticas de memoria y reparación implementadas por el Estado brasileño en relación a la dictadura militar de 1964, así como las demandas de sectores de la sociedad por memoria, verdad y justicia. Se trata de comprender lo que se ha hecho en Brasil en términos de “justicia de transición” para buscar reparar, en distintos ámbitos, las consecuencias de la política represiva de ese régimen. Se entiende que en ese proceso existen diversos actores en disputa, estando em disputa no sólo las elecciones sobre qué políticas deben ser adoptadas o no para componer la “justicia de transición”, una vez que la construcción de ese proceso implica la elaboración de lecturas del pasado, evidenciada por el conflicto entre memorias. Entre 1995 y 2014 Brasil adoptó una serie de políticas de memoria y reparación, construyendo una agenda para el pasado que sólo tuvo inicio pasados diez años desde el final de la dictadura. Comprender el proceso de construcción de esta agenda, así como los contenidos de sus políticas, es uno de los principales objetivos de esta tesis, buscando articular ese análisis a la cultura política como clave analítica, buscando entender las elecciones de los actores políticos y los caminos elegidos para la construcción de la “justicia de transición” brasileña, tan peculiar como comparada a otras experiencias históricas semejantes. Se parte de la hipótesis de que las estrategias de acomodación y conciliación, presentes en el proceso de transición al fin de la dictadura, son rasgos de esa cultura política y ayudan también a explicar la naturaleza de la “justicia de transición” en Brasil. Los pactos firmados entre las elites políticas, traducidos en la Ley de Amnistía de 1979, fueron posteriormente renovados por distintos gobiernos civiles, asegurando que las pautas consideradas más radicales de ese proceso, a ejemplo del castigo de violadores de los derechos humanos, no serían adoptadas. Con ello se acomodaron demandas de la sociedad, pero también de las Fuerzas Armadas, y el Estado actuó como ente mediador, construyendo una serie de políticas cuyos contenidos albergaron memoria y verdad, pero también olvido e impunidad. Distintas sociedades, después de dictaduras, genocidios y guerras civiles, tuvieron que enfrentar, a pese que las leyes de amnistía, las herencias de esos fenómenos heredados por nuevos regímenes. “¿Qué hacer con el pasado?” se convirtió en cuestión urgente, que se configuró como una especie de pasado en suspenso, abierto, considerando que los procesos transicionales no fueron capaces de sanar todas las demandas de la sociedad en ese sentido. Esto resultó en la creación de una fuerza política que impulsó a los gobiernos a dar respuestas a este problema, teniendo que enfrentar, sin embargo, intereses conflictivos que, de manera simplificada, involucra a antiguos actores que habían estado en campos opuestos cuando esos fenómenos. Un análisis del caso brasileño arroja luz sobre aspectos más centrales percibidos anteriormente, tanto en la dictadura, como en la transición, que parecen estructurarse de modo más duradero en sectores de la sociedad, notadamente en las élites políticas.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIADitadura militarJustiça de transiçãoBrasilPassar o passado a limpo : memória, esquecimento, justiça e impunidade no Brasil pós-ditadura : da anistia à Comissão Nacional da Verdade.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALPassar o passado a limpo_João Batista Teófilo Silva.pdfPassar o passado a limpo_João Batista Teófilo Silva.pdfapplication/pdf2864440https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45833/1/Passar%20o%20passado%20a%20limpo_Joa%cc%83o%20Batista%20Teo%cc%81filo%20Silva.pdf5d26a01bf642fb451a77464781884374MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45833/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/458332022-09-30 18:58:07.356oai:repositorio.ufmg.br:1843/45833TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-09-30T21:58:07Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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