Práticas de gerenciamento de resultados e a iminência do fechamento de capital

• Autor(a) principal: Thaís Priscila Rocha
• Data de Publicação: 2018
• Outros Autores: Wesley Cirino Dos Santos, Rafaella Duarte Miranda, Renata Turola Takamatsu
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/61919
• topic: Fechamento de capital; Gerenciamento de resultados; Deslistagem voluntária; Administração financeira; Finanças

Introdução A decisão de listagem e a de fechamento de capital é uma análise dos custos e benefícios. Contudo, no mercado de ações, os agentes não possuem as mesmas informações, pois os gestores têm uma margem de discricionariedade para retratar a situação econômico-financeira. Esta discricionariedade pode não gerar informações relevantes e fidedignas. Assim, há possibilidade de alteração das informações por meio do gerenciamento de resultados (GR). O estimulo à prática de GR pode estar vinculado às motivações associadas ao mercado de capitais, tal como a possibilidade iminente do fechamento de capital. Problema de Pesquisa e Objetivo Considerando que as empresas podem gerenciar seus resultados de forma a justificar o fechamento de capital, desenvolve-se a seguinte questão de pesquisa: qual a relação entre o processo de fechamento de capital e as práticas de gerenciamento de resultados por parte das companhias brasileiras listadas na B3? Dessa forma, pretende-se identificar se existem indícios de que as empresas listadas na B3 gerenciaram seus resultados para fecharem seu capital voluntariamente. Bem como, busca-se verificar se existe gerenciamento de resultados significativo anterior ao fechamento de capital. Fundamentação Teórica O mercado de capitais é composto por dois momentos: a abertura de capital para negociação de títulos e a retirada do mercado por meio do fechamento de capital. Dentre os momentos específicos analisados na literatura como motivadores às práticas de gerenciamento de resultados, o fechamento de capital é compreendido como uma área de pesquisa. Estudos como Santos e Carvalho (2010), Souza et al. (2013), Bortolon e Silva Junior (2015) e Saito e Padilha (2015) analisaram o fechamento de capital das empresas que negociam títulos no mercado acionário; adiciona-se com esta pesquisa a relação com o GR. Metodologia A população do estudo foi definida por todas as companhias listas na B3 que fecharam seu capital no período de 2010 a 2017, com exceção das entidades financeiras e seguradoras. A base de dados foi constituída de informações do sistema Economatica® e por informações das empresas que cancelaram o registro, obtidas do arquivo disponível pela CVM. Para mensurar o Gerenciamento de Resultados foi utilizado os accruals discricionários pelo modelo de Jones (1991) modificado (DECHOW; SLOAN; SWEENEY, 1995). O estudo utilizou-se da técnica de dados em painel para a realização das regressões do modelo. Análise dos Resultados A média do nível de gerenciamento de resultados no período anterior ao fechamento de capital tem baixa variação. O período -1 tem maior indício de gerenciamento de resultados nas empresas que irão fechar em relação aos outros períodos. Contudo, os valores não foram significativos para rejeitar a hipótese que as empresas gerenciam seus resultados em períodos anteriores. Os resultados deste estudo comprovam os encontrados por Santos e Carvalho (2010), que utilizaram metodologias diferentes, encontrando indícios de que as empresas manipulam seus resultados previamente ao fechamento de capital. Conclusão Os resultados obtidos indicam evidências de que há manipulação dos resultados anterior ao período de fechamento do capital. Uma das limitações do estudo foi a carência de dados disponíveis das empresas que fecharam o seu capital, essa é uma característica intrínseca desse tipo de companhia pelo fato de estar mais propensa a não compartilhar informações com o mercado após o fechamento do capital. Os dados representaram um painel defasado e desbalanceado, prejudicando o estudo por não conseguir fazer uma análise mais detalhada com um número maior de empresas.